Capítulo 28

216 33 11
                                    


Eva

-Hoje é o último dia aqui?

Pergunta Bruno da porta do consultório do Danilo. Sorrio e digo:

-Sim, vai se ver livre de mim...
- Quem me dera trabalhar sempre com você, seria o paraíso.
- Que houve? Não está contente em trabalhar aqui?
- Não é isso... Você só é muito fácil de lidar, está sempre disponível pra ajudar. Nem todos são assim, mais eu gosto do meu trabalho. Só vou senti sua falta.
-Daqui a pouco volto Bruno, nunca se sabe quando Danilo vai ter outra crise.

Ele solta uma gargalhada.
Todos conhecem a ladainha do relacionamento do Danilo. Não tem como esconder isso num lugar , em que todos trabalham juntos

-Vou sentir sua falta também, mais estarei mentindo se disser que não estou morrendo de saudade de minha casa e da clínica de Campo Grande. Acabou os pacientes?
- Os que estavam marcados sim. Só emergência agora.
-Vou naquela cafeteria aqui debaixo tomar um café. Se caso alguém chegar, me avise.
-Pode deixar.
-Mona está bem?
-Sim, está lá no pátio da internação.
-Ok!

Nunca que eu ia deixar minha cachorra presa dentro de um apartamento, que ela não conhece, durante 15 dias. Então durante esse tempo, ela veio pra cá comigo e ficava aos cuidados dos auxiliares da internação. Eles a adoravam, e ela também gostava de ficar lá.

Tínhamos um pátio grande onde era usado como recreação. Ela gostava tanto, que chegava em casa cansada e dormia até o dia seguinte.

Peguei minha bolsa e me dirigi a porta, já passava das 16 h e hoje eu tinha que ficar lá até às 20 h.

Amanhã pegarei estrada cedo, mesmo sendo sábado, eu vou na clínica vê se tudo estava em ordem, apesar da Alê me deixar por dentro de tudo.

Voltaria pra casa, estava com saudade do meu cantinho, não porque tinha sido ruim minha estadia em Ipanema, pelo contrário, me diverti bastante, mesmo depois que eu saía da clínica, se é que vocês me entendem.

Os pudores duraram apenas o primeiro dia. Depois? Ahhhh depois, eu não pensei muito não.

Atire a primeira pedra aquele que nunca pecou. Se eu te disser que me arrependo, vou estar mentindo.

O que sinto é maior do que qualquer bom senso que eu possa ter em relação a alguma coisa. Não tem como eu resistir ao Murilo.

Vou embora hoje, e espero, que isso ponha uma distância entre a gente novamente. Resolvi aproveitar enquanto estivesse aqui, e quando voltasse tudo seria mais fácil.

Não foram todas as noites que pudemos ficar juntos, mais as que ele tinha disponível foram preenchidas com nossos gemidos, e muito, muito sexo .
Agora, com a pele linda e brilhante voltaria para a minha vidinha boa, mais sem graça... Porque tudo era sem graça quando ele não estava comigo.

Chego na cafeteria e me sento numa mesa no canto. Estou distraída olhando o menu, quando escuto uma voz bem conhecida pra mim.

-Já pensou se for menino, ele vai pirar!!!
-Amiga, ele já ficou tão feliz em saber a novidade, imagina se for menino.
- Eu te disse que o bebê viria no momento certo e você cheia de medo, achando que tinha algum problema.
- Claro amiga, tentando engravidar a cinco anos, qualquer um piraria. E eu sabia que o problema não era com ele, já que a outra morreu grávida. Até arrumar um cachorro arrumamos, pra ver se o bebê chegava.
- Agora é só felicidade! Daqui a pouco vai estar de cabelo em pé correndo atrás de um baby com seus olhos. Que emoção!

As duas riem, e eu fico branca, definitivamente, o destino está querendo me provar algo. Merda!

- Senhora?

Sempre te amareiOnde histórias criam vida. Descubra agora