Sempre te amarei

Capítulo 37

Eva

-Doença do carrapato?
-Sim, plaqueta muito baixa.
-Merda!
- Está aqui no soro, tomando os remédios.
-Levo Julieta amanhã?
-Te aviso, vou repetir o exame de manhã, mais provavelmente, vamos precisar do sangue da Juju.

Geralmente quando precisamos de sangue, usamos o dela por ser nova, ter saúde e nenhuma doença pré existente. Só quando precisamos mais vezes é que recorremos a outros pacientes.

Bela maneira de reencontrar Murilo, com o Dom doente. Eu nem quero pensar em como ele deve está sofrendo. Ele é apaixonado por aquele cachorro.

-Como está se sentindo?
-Sobre o que?
-Sobre isso... Sobre ele ter reaparecido depois de cinco anos.
-Eu pretendo não encontrar com ele Danilo.
-Você devia aproveitar e contar logo.
Eu suspiro para o telefone.
-E vc vai encontrar com ele amanhã. É seu dia de vir para Ipanema me cobrir.
-Se Deus quiser, Dom já vai melhorar e vai pra casa.
-Você que sabe...
-Dan, ele perguntou por mim?

Eu tinha que perguntar né... Sou uma sadomasoquista do caralho!

-Não, mais do jeito que ele estava nem acho estranho, o cara estava arrasado! Mais tenho uma fofoca pra vc...
-Diga...
-Ele continua casado, segundo Sérgio ele disse que a mulher dele que notou que o animal não estava bem, já que ele estava trabalhando.

Bom isso não é novidade nenhuma, ele nunca se divorciará, se ela não quiser que isso aconteça. Simples assim...

-Vc não falou nada de nós, né? Danilo, vc não atendeu ele no seu consultório né?

Digo isso pq no consultório que divido com ele, tem um retrato enorme de nossa família. Eu não estou preparada ainda, para ele saber da existência de Hope.

-Não, foi na emergência, eu quase não uso o consultório para consultas, Eva. Só pra preencher papelada e atender pacientes on line.

Por causa da pandemia, só a emergencia é que está em funcionamento na clínica. Ainda bem!

-Ok! Amanhã nos vemos.
-Como estão as crianças?
-Depois de um dia de piquenique no quintal? Mortas, graças a Deus.
Ele solta uma gargalhada do outro lado.
-Beijo, tenho que ir.
-Beijo

Desligo o telefone e me arrumo na cama para dormir. Amanhã vai ser um dia longo! Tomara que tudo corra bem para o Dom.

Será que eu estou preparada para este reencontro? Meu coração começa a bater rápido, anunciando um novo ataque de pânico. Eles são frequentes quando me vejo encurralada sobre minhas escolhas do passado. E isso envolve Hope e Murilo.

Não sei como ele vai reagir quando souber que temos uma filha, só sei que ele nunca mais vai querer me ver pintada de ouro. Isso eu tenho certeza!

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Acordo de manhã, com a Hope em cima de mim...

-Tá na hora mamãe.

Ela está agarrada a um  urso que ganhou de Danilo, antes de nascer. Pois é, na infância toda ela dormiu com esse urso.

Ela e madrugadeira e pontual. Todo dias as 6 h da manhã está de pé, e se não acordamos, ela vem nos acordar para fazer o leite dela.

Geralmente neste horário, ela está acompanhada do mau humor matutino, isso quando não acorda já chorando. Também sempre foi assim, desde bebê.

-To indo... Bom dia Hope.

Beijo sua bochecha fazendo cosquinha.

-Para mamãe, eu não estou com ânimo!