capítulo 11

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(ANTES)

Posso sentir o calor de seu corpo junto ao meu. Fico feliz que ele continue aqui mesmo com o sol já tendo nascido.
Sinto Patrick se mexer antes de abrir os olhos. Sua mão busca a minha embaixo do travesseiro, e ele entrelaça nossos dedos.

— Bom dia.
Quando abro os olhos, estou sorrindo. Ele levanta o outro braço e acaricia meu rosto com o polegar.

— O que eu perdi enquanto você dormia? Você sonhou?—
Acho que aquela foi a coisa mais doce que alguém já me disse. Não sei se isso é bom ou ruim.

— Tive um sonho estranho. Você estava nele.

Ele se ergue, soltando minha mão e se apoiando no cotovelo.

— Sério? Me conte—

— Sonhei que você aparecia aqui, vestido dos pés à cabeça como um mergulhador. Então você me pedia para vestir meu traje de mergulho porque íamos nadar com tubarões. Eu
disse que tinha medo de tubarão, e você falou: “Mas, Ellen, aqueles tubarões são, na verdade, gatos!” E depois eu falei: “Mas eu tenho medo do oceano”. E você retrucou: “Mas, Ellen, esse oceano é, na realidade, um parque.”—
Patrick ri.

— O que aconteceu depois?—

— Vesti meu traje de mergulho, claro! Mas você não me levou ao oceano nem ao parque. Me levou para encontrar sua mãe. E fiquei tão constrangida e tão zangada com você porque eu estava vestindo um traje de mergulho à mesa de jantar de minha sogra—
Patrick rolou de costas, gargalhando.

— Ellen, esse é o melhor sonho da história dos sonhos—
Sua reação me faz querer lhe contar todos os sonhos que eu tiver pelo resto da vida.

Fico feliz quando se aproxima de mim e me olha como se não houvesse outro lugar onde preferisse estar. Ele se inclina para a frente e cola a boca na minha. Quero ficar na cama com ele o dia todo, mas Patrick se afasta e diz
— Estou com fome. Tem alguma coisa para comer?—

Assinto, mas, antes que possa sair da cama, eu o puxo de volta e dou um beijo em seu rosto.

— Gosto de você, Patrick. — Eu me desvencilho dele e vou para o banheiro.
Ele grita atrás de mim.

— Claro que você gosta de mim, Ellen. Sou sua alma gêmea—
Gargalho ao fechar a porta do banheiro.

Então quero morrer quando me olho no espelho. Puta merda. Tenho rímel borrado por todo o rosto; uma espinha apareceu na testa da noite para o dia. O cabelo está uma bagunça, mas não daquele jeito sexy, sedutor. Está uma zona. Como se um rato tivesse feito seu ninho ali durante a noite.

Gemo e depois berro

— Vou tomar um banho!—

— Estou procurando comida! — grita Patrick da cozinha.

Duvido que ache alguma. Não guardo muita coisa na despensa, porque raramente cozinho, já que moro sozinha.

Entro debaixo do chuveiro. Não faço a mínima ideia se ele vai ficar por aqui depois do café, mas, enquanto tomo banho, dedico especial atenção a certas áreas apenas por desencargo de consciência.
Estou debaixo do chuveiro há minutos quando escuto a porta do banheiro abrir.

(im)perfeições Onde histórias criam vida. Descubra agora