Capítulo 17

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(ANTES)

Inseparáveis.

É o que somos.

Já faz dois meses e meio desde que, supostamente, eu lhe dei um olhar, naquela noite no restaurante.

Mesmo depois de passar todo o tempo livre juntos, ainda sinto sua falta. Jamais estive tão envolvida com alguém em minha vida. Nunca achei que fosse possível. Não é uma obsessão doentia, porque ele me dá espaço se eu quiser.

Mas não quero espaço. Ele não é possessivo ou superprotetor. Não sou ciumenta ou carente. É só que o tempo que passamos juntos parece uma fuga eufórica, e quero aproveitar ao máximo.

Dormimos separados apenas uma vez nas dez semanas desde que começamos a nos ver. Chy e Eric brigaram, então deixei que ela ficasse em meu apartamento, e falamos absurdos sobre homens e só comemos besteiras a noite toda.

Foi tragicômico, mas, cinco minutos depois que ela passou pela porta, eu estava ligando para Patrick. Vinte minutos depois que ela foi embora, ele estava batendo à porta. Vinte e um minutos depois que ela se foi, estávamos fazendo amor.

Isso resume tudo. Dez semanas de nada mais que sexo, risadas, sexo, comida, sexo, risadas e mais sexo.

Patrick brinca que temos de nos acomodar em algum momento. Mas não hoje.

— Caramba, Ellen. — Ele rosna em meu pescoço enquanto desaba sobre mim.

Está ofegante, e não sou de grande valia, porque também estou.
Isso não devia ter acontecido. É Halloween, e devíamos estar em uma festa na casa de Chy e Eric, mas, assim que coloquei meu vestidinho vulgar, Patrick não conseguiu tirar as mãos de mim. Quase transamos no corredor, perto do elevador, mas ele me carregou de volta ao apartamento para manter nossa dignidade intacta.

Ele me fez manter a promessa de agosto, de nos fantasiarmos no Halloween. Decidimos ir como nós mesmos, mas em versão vulgar. Não chegamos a nenhuma conclusão de como uma fantasia vulgar de nós mesmos deveria parecer, então decidimos vestir o mínimo necessário.

Estou usando maquiagem pesada.
Patrick diz que sua missão é me apalpar a noite toda para ter certeza de que estamos dando um show no quesito demonstrações de carinho.
No momento, nossas roupas estão espalhadas pelo chão, embora meu vestido tenha ganhado outro rasgo. A espera pelo elevador sempre é nossa perdição.

Patrick se inclina sobre mim e outra vez enterra a cabeça em meu pescoço, me beijando até minha pele arrepiar.

— Quando vou conhecer sua mãe? —
A pergunta quebra o clima, e sinto minha alegria se esvair.

— Nunca, se eu puder evitar—
Patrick afasta o rosto de meu pescoço e me encara.

— Ela não pode ser tão ruim—
Solto uma risada hesitante.

— Patrick, foi ela que colocou a palavra prestigioso em meu convite de casamento—

— Você me julga por meus pais?—
Amo os pais de Patrick.

— Não, mas eu conheci seus pais em nosso primeiro dia juntos. Eu não conhecia você o suficiente para julgar.

— Você me conhecia, Ellen. Não sabia nada sobre mim, mas me conhecia—

(im)perfeições Onde histórias criam vida. Descubra agora