2 - Kalimann vs Rafaella

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RAFAELLA KALIMANN,

No auge dos meus dezessete anos, faltando pouco para completar os dezoito, me vejo lidando com certos tipos de situações comigo mesma. Situações essas nunca vivida antes, e estou tirando de letra. À começar em mudar meus hábitos e costumes. Tenho me esforçado bastante para limpar minha barra e a fama de menina mesquinha e filhinha de papai.

Principalmente, e unicamente no Samarithano.

Tenho minhas amigas de turma e os meninos que andam conosco nos intervalos, e fora da escola também. Porém com eles aprendi a tratar todos com indiferença, por sermos os maiores dali. Digo sendo do último ano letivo. E desde quando minha prima Manoela veio morar em casa comigo e meus pai e meu irmão, tem sido tudo diferente. Tenho aprendido com ela que o mundo não gira só para mim e meus amigos. E sinceramente?! Tenho até me irritado um pouco com eles por conta disso.

Meus amigos mais me fazem raiva e tédio ultimamente do que rir de qualquer coisa.

É, acho que cresci e estou começando a me tornar uma mulher séria e respeitada.

Estudo no Militar há cinco anos, e conheço a maioria do mesmo ano que eu. Seja da ala A ou B. Mesmo tendo um limite de convivência com o outro lado, temos dias em específicos que nos encontramos, todos, nas salas pré-chamada.

Estou solteira desde o ano passado quando terminei meu relacionamento com Daniel. Ninguém nunca soube, até um dos alunos nos ver aos beijos no banheiro desativado e sair espalhando para a escola inteira que nos viu. Desde então, todos acham que ele e eu nos pegamos até hoje, só por termos uma amizade legal.

O fato é, que as coisas as quais vem acontecendo comigo e as situações embaraçosas as quais estou tendo que lidar, não passam de uma curiosidade absurda.

E essa curiosidade tem um nome.

Gizelly.

Ano passado, quando eu ainda me relacionava com Caon, tivemos o acampamento nas férias de verão. Todas as turmas do segundo e terceiro ano estiveram presente. No entanto, meu então namorado, não pôde ir. E em uma das noites de luau, fizemos uma brincadeira. Entre bebidas e desafios, me desafiaram a dar um selinho nela. E nós demos. Foi aí que me retrai um pouco, porém, foi uma retração boa, apenas por não saber lidar com isso mais tarde. Pois se chegasse aos conhecimentos do diretor o que estava acontecendo naquele luau, estaríamos fritos. Todos. Confesso que fiquei com vergonha do que poderia surgir depois desse dia. No entanto, no dia seguinte Gizelly agiu normalmente. Não tocou no assunto e continuou sendo a mesma menina animada e perturbada junto de seus amigos.

Como se nada tivesse acontecido.

Percebi também que Marcela, minha colega de turma, não gostou muito. Mas também não disse nada até então. Minha desconfiança foi dando lugar as certezas quando peguei as duas saindo de um mesmo lugar na escola, às escondidas. E não foi só uma vez.

Ontem, depois da cena que Marcela fez no corredor das salas pré-chamada, me vi confusa demais. Pois ela negou ter 'conhecido' Gizelly; uma vez elas já se encontraram. Mas preferi ficar na minha, visto o quão revoltada e aérea Gizelly ficou.

Por fim, terminei o que Daniel e eu tínhamos, pois não fazia mais sentido continuar ele. Não quando nós namorávamos e eu sentia desejo de beijar outra pessoa. E o fato da mesma ser diferente de todas as meninas do campus, faz com que todas as demais queiram saber e experimentar o que dizem sobre ela. Ou pelo menos as que já se envolveram com ela.

Eu estava apenas curiosa.

Após me despedir de meu pai na porta da escola, desci do carro junto de minha prima e seguimos para a nossa entrada.

Duas garotas, um encontro. (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora