6 - Confissão

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RAFAELLA

A semana passou lenta, pelo menos para mim que esperava ansiosamente pelo fim de semana. Fiz questão de colocar todas as matérias em dia para não fazer lição de casa nenhuma atrasada.

Quando em fim a sexta-feira chegou, eu não conseguia pensar em mais nada, a não ser na viagem. Era o dia de pré-chamada, porém Gizelly não apareceu. Ela já havia me dito durante a semana, em uma de nossas conversas noturnas, que ficaria em casa para ajudar o irmão no trabalho escolar. Pois pegaríamos a estrada às três da tarde. Meu pai levaria nós quatro, ela e eu, a prima e a namorada.

Quando cheguei da aula, subi direto para meu quarto onde minhas coisas já estavam arrumadas. Então comecei a me despir para o banho, e lá no banheiro fiz um mini spar.

Quase uma hora depois, saí já enrolada na toalha e comecei a me vestir no quarto. Optei por jardineira jeans da cor preta e uma blusa simples da cor branca. Calcei nos pés uma sandália rasteira e quando estava terminando de me maquiar, com a toalha ainda enrolada na cabeça, Manoela bateu na porta.

- Posso entrar?-

Assenti em resposta e ela entrou sentando-se na cama.

- Tem certeza que você não quer ir? Ainda dá tempo.-

- Não! Marquei com o Jullio de passar o fim de semana com ele na casa dos pais. Mas e você, ta levando tudo certinho?-

- Acho que sim! Já conferi a lista que fiz umas dez vezes.-

- Colocou seu remédio na bolsa? Camisinha, gel lubrificante.-

- Manu não começa?!- Pedi de forma tímida e ela riu. - Meu remédio já está na minha frasqueira junto dos outros remédios. E camisinha eu não vou ser cara de pau. Quem tem que andar com isso é ela.-

- Mas leva por precaução.- Sua resposta me fez encara-la através do espelho.

- Não tenho aqui. As que tem já ta passada, é aquelas que o Daniel usava.-

- Éca... E deve ser pequena, você vai passar vergonha se levar.-

Dessa vez gargalhei. Manoela se mostrava cada vez mais implicante com Caon, e eu achava graça.

- Você ta muito iludida. Sabe que a Gizelly não quer nada comigo. E eu estou mais iludida ainda.-

Não deu tempo dela responder, pois meu pai chegou na porta do quarto.

- Filha minha, está pronta? Papai precisa voltar ainda hoje.-

- Sim senhor, pai!- Respondi com um olhar apreensivo para Manu. Ele logo se afastou. - Ta vendo aí?! E se ele escuta essa conversa?-

- O que tem escutar? Ele sabe que você beija na boca.-

- Mas não contei nada sobre a Gi pra eles.- Falei terminando de pentear os cabelos e ela deu de ombros.

Segui para fora do quarto puxando minha mala, me despedindo de Manoela e minha mãe. Combinei com Gizelly e as meninas aqui mesmo em minha casa, e quando cheguei na sala vi uma mensagem sua avisando estar adentrando o condomínio.

Meu pai nos levaria pois segundo ele, aproveitaria para fazer a revisão geral no hotel. Ele me ajudou a colocar a mala no porta-malas e logo vi o carro da mãe de Gizelly estacionar na frente do nosso. Fui de encontro à elas, e Gizelly logo desceu do passageiro. Sua mãe, porém, do motorista e as meninas atrás.

- E aí?! Beleza? Essa é minha mãe. Nome dela é Márcia.-

- Tudo bem querida?- A mais velha me cumprimentou com um sorriso cinsero.

Duas garotas, um encontro. (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora