34 - Sentimento oculto

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GIZELLY

Desde minha chegada ao Rio, de volta em casa na segunda-feira, tenho resolvido algumas questões escolar junto de minha mãe. Saímos em busca de atualizarmos o material, como: Lápis e canetas novas, marcadores de texto e folhas para meu fichário. Renovamos também meu tênis preto, substituindo o que eu outrora usava, complementando o uniforme. E outras coisas necessárias para esse meiado de ano, até o fim dele. Todo ano minha mãe faz questão de renovar nossos materiais escolar, do Gu e meu.

Hoje, quinta-feira, três dias depois, marquei de me encontrar com Paulo Ricardo. O mesmo vem insistindo em me tirar de casa. Segundo ele, teria algo muito importante para me contar. E eu, de bom grado, aceitei ir em uma lanchonete no Leblon. Essa que servia (toda quinta-feira) rodízio de frutos do mar.

- Já escolheu por onde vai começar, Gizelly?- Paulinho perguntou quando chegamos ao nosso destino e sentamos na mesa reservada.

- Talvez por uma muqueca de camarão.- Minha resposta simples e objetiva, o fez me olhar por cima do cardápio que estava em suas mãos.

- Sério que você acabou de chegar do Espírito Santo e vai pedir muqueca?-

- O que tem? E além do mais, eu não acabei de chegar. Já faz três dias.-

- Mas você passou a semana toda lá comendo comida capixaba, Gizelly, tome vergonha na cara.-

- Virou meu nutricionista agora? O que vai pedir? Tem gente vindo atender.-

- Vou de lagosta com aspargos. Ah, lembrando que são porções menores, já que é rodízio. Então não se empolga.-

- Quem está pagando é você mesmo.- Dei de ombros e ele me encarou em descrença.

- Boa noite, meninos!- O garçon, muito simpático, chegou nos cumprimentando. - Qual vai ser a escolha de vocês?-

- Lagosta com aspargos, por favor, e muqueca de camarão.- Deixei que Paulinho resolvesse.

- Bom, para acompanhar o rodízio nós temos água gaseificada, refrigerante de todos os sabores, água natural, bebidas alcoólica, e sucos da fruta. Vão querer incluso?-

- Sim, sim! É... Vou querer um refri de uva. O que vai querer, Gizelly?-

- Pode ser suco de graviola, por gentileza.- Respondi e o rapaz assentiu. Logo se afastou.

- Gizelly, olha!- Ricardo sacudiu meu braço, me pegando totalmente desprevenida com seu quase grito de espanto. O que fez meu semblante se fechar pelo susto que levei.

- Santo Cristo! Quer me matar?-

- Vai morrer quando ver quem acabou de entrar e se sentar na mesa do canto. Só não vira ago....- Tarde demais, virei o rosto antes mesmo dele terminar a fala, e realmente levei um susto ao ver Kalimann ali. Porém, ela não estava sozinha. - Porra, falei pra não virar agora.-

Seu tom de voz repreendido, chamou minha atenção de volta para ele.

- Você sabe que sou curiosa.- Olhei novamente para trás, disfarçando minha inquietação e havia um garoto em sua companhia. E reconhecendo muito bem, era o mesmo garoto que estava nas fotos juntamente dela e de seus primos ao longo dessas duas últimas semanas. Os dois encaravam o cardápio à mesa. - Deve ser primo dela. Ele estava em Minas.-

- Não ta parecendo primos não.- Sua resposta me fez encara-lo novamente.

- Por que? Nós não somos um casal e estamos aqui.-

- Quem está dizendo isso é você. Mas olha ele todo cheio de mãos pra cima dela.- Paulinho falava comigo, mas seu olhar estava sobre os dois, por cima de meus ombros. O que me fez olhar também com seu comentário. Realmente, o tal garoto estava acariciando o braço de Rafaella. Franzi o cenho com aquilo. - Ela não te disse nada?-

Duas garotas, um encontro. (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora