38 - Pintinho piu 🐥

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GIZELLY

O dia amanheceu no colégio Militar Samarithano. E quando os portões se abriram e o alarme soou em alto e bom som, fui direto para o corredor dos armários afim de guardar minhas coisas. Peguei alguns livros que iria precisar nas aulas de hoje, e fui em direção a sala pré-chamada.

Confesso que estava nervosa e ansiosa para o primeiro dia de aula depois das férias. Mas a pontinha do medo e a ansiedade do que poderia acontecer, me pegou em cheio. Visto que eu estava nessa mesma animação no primeiro dia de aula há meses atrás, e aconteceu aquilo tudo com Marcela. Porém, a sensação de coração palpitando e mãos geladas ao ver Kalimann após uma semana ignorando todos os tipos de contato a qual tentei para com ela, fazia-me sentir ainda mais nervosa.

Durante essa semana, não só tentei falar com ela por mensagens e ligações, como também fui até sua casa uma ou duas vezes. No entanto, eu não pude passar nem da portaria, ela nem sequer liberou minha entrada. A desculpa esfarrapada, era que ela nunca estava em casa. E eu sabia que ela mentira.

Cansada de tentar, resolvi deixar as coisas como estão.

Assim que cheguei na turma, alguns alunos já se acomodavam em suas carteiras. E lá estava ela. Sentada em nossa carteira, desenhando algo em seu caderno. Ato que me fez sorrir sem mostrar os dentes, pois sei que quando ela está quieta e rasbicando aleatoriamente folhas de um caderno qualquer, é sinal de nervosismo e ansiedade. E isso me animou, tendo em vista que ela não estava diferente de mim.

Me aproximei e antes de me sentar, já retirando minha mochila de minha costa, a cumprimentei sem jeito:

- Bom dia Rafaella!-

- Bom dia Gi!-

Sabe o que mais me mata?! A educação e a mansidão em sua voz. Que mesmo sabendo o quão chateada ela está comigo, não deixa nunca de me tratar com carinho.

Me acomodei em minha cadeira e não disse mais nada. Ela continuou em seu desenho enquanto o professor não entrava em sala. Enquanto isso, retirei meus materiais da mochila e organizei sobre a mesa. Assim que entrei na sala, minutos atrás, reparei em suas vestes. É o uniforme de número um. O mesmo a qual usou quando realizou meu fetiche louco aquela tarde em seu quarto.

Saia cinza grafite com riscos xadrez amarelo, a blusa branca com o colete amarelo e a gravata grafite. Engoli em seco com os devaneios sexuais daquele dia. Entretanto, reparei em algo que me deixou extremamente feliz, a pulseira a qual ela usava. Era a correntinha que eu a presenteei. E ainda olhando de canto de olho, enquanto ela se encurvava sobre o que fazia na mesa com o lápis na mão, vi através de sua nuca exposta pelos cabelos presos em um rabo de cavalo, a linha aparente do cordão.

Ela está usando o conjunto a qual eu dei... Pulei internamente com meus próprios pensamentos e sem perceber, acabei soltando um som nasal. O que a fez me encarar confusa.

- Desculpa!- Respondi engolindo em seco, e ela voltou a desenhar.

Não demorou muito para o professor entrar na sala e chamar nossa atenção. Rapidamente Kalimann guardou o caderno de desenhos e retirou da bolsa seu fichário.

Os dois primeiros tempo da primeira aula foi tranquilo. O professor passou uma atividade em turma e assim as horas passaram.

Após o intervalo do lanche, voltamos para a sala e a próxima aula foi uma atividade em dupla. Rafaella só falava comigo sobre a atividade em si e coisas necessárias. E eu não insisti em nada mais que isso. Decidi que respeitaria o espaço e a decisão dela, mesmo morrendo de vontade de puxar diversos assuntos com ela.

Duas garotas, um encontro. (Girafa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora