GIZELLY
Depois do episódio em frente ao portão do colégio com Rafaella, pedi um carro de aplicativo e segui para minha casa.
Há dias eu tentava fazer algo com ela fora da escola e não conseguia. Me vi estranhando a situação quando passado-se duas semanas e ela permanecia negando todas as minhas tentativas de leva-la para um passeio. As desculpas eram as mesmas: Ou ela estava cansada pois estava sendo puxado os ensaios no club de teatro, ou estava em casa ensaiando as falas.
O que me intrigava um pouco, era a aproximação repentina dela com João. Bom, não tão repentina assim. Não quando os dois já se conhecera há alguns anos e já até se envolveram. Envolvimento esse, segundo ela, sentimental. Tudo bem que eram adolescentes quando ocorreu o fato, porém, eu não descarto qualquer hipótese. João tem estado em tudo que Kalimann faça no colégio, e é com ele que ela tem dividido seu tempo nos intervalos.
Aquilo estava me dando nos nervos, de alguma forma. Pois eu nunca achava uma oportunidade de estar a sós com ela. Ele sempre estava junto.
A semana passou e eu não a vi mais. Também não procurei por ela, pois eu estava tentando algo a semana toda e ela sempre dava para trás. No fundo eu entendia, eu também passei por momentos de anseio e nervoso por conta do torneio. E ela, com seu teatro, não estava se sentindo menos.
No entanto, quando a sexta-feira chegou, tivemos aula na pré-chamada. E foi aí que eu a vi, depois da nossa última aula juntas na segunda-feira. Conversamos pouco naquela aula pois os professores aplicavam testes. E no fim dela, o último professor passou um trabalho para casa.
Quando todas as aulas terminaram, resolvi lhe esperar. Eu precisava saber o que estava acontecendo, pois a situação em si já estava me afetando. Eu não conseguia parar de pensar na possibilidade de ter feito algo a qual lhe chateou.
Passei exatos três horas esperando os ensaios terminar, entre ir até uma lanchonete que há em frente ao colégio e comer algo, e voltar para o meu posto.
Quando vi Rafaella vindo acompanhada de seu amigo, guardei meu telefone celular que estava em minha mão e abri um sorriso largo. Ela logo sorriu e veio de encontro a mim. Nos abraçamos e após ter cumprimentado-a como sempre faço, cumprimentei João.
Após nossa conversa rápida, me vi confusa e chateada pelo que ouvi. Confusa por não entender no primeiro momento, apesar de ter entendido depois. E chateada por não rolar mais a coisa bacana que estava se formando entre nós. Eu estava gostando do que construímos durante esse quase um mês, não vou mentir. Mas respeito e entendo o que ela está passando. Afinal, sofrer por amor dói e traz infelicidade. Eu passei por isso. Porém, como tudo na vida, é sempre possível dar a volta por cima e recomeçar. E o principal combustível nesse processo é o amor próprio, e por mais que você ame a outra pessoa, é preciso amar a si mesmo para não aceitar a infelicidade em sua vida.
E eu, por mais estranho que seja o sentimento de desanimo com sua atitude, entendo perfeitamente e serei a primeira a dar forças para isso. Até que minha vida se encaixa novamente. E se por um acaso, até lá ela estiver a minha espera, com toda a certeza do mundo, me jogaria de cabeça nessa relação. E faria por ela o que eu não fiz por Marcela. Seria diferente em tudo, pois sei que ela é diferente.
Quando cheguei em casa, tomei um banho e desci para jantar. Sentei na mesa com minha vó e meu irmão, já que minha mãe estava de plantão, e logo após isso, subi para o meu quarto. Eu realmente não estava afim de conversa, e não sabia o que estava acontecendo comigo. Apenas pensava em Rafaella constantemente.
O sentimento de aperto e angustiada era horrível naquele momento.
Antes de me deitar, procurei por meu telefone celular. Na intenção de puxar assunto com ela por mensagem, perguntei sobre o trabalho a qual poderíamos resolver na segunda-feira em aula. Ela respondeu e eu até pensei em render conversa, mas preferi deixar como estar. Eu daria o espaço dela.
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Duas garotas, um encontro. (Girafa G!P)
FanfictionNo ensino médio, Gizelly e Rafaella se conhecem e tem uma amizade especial. Mas gradualmente se transforma em um romance inesperado, pegando ambas de surpresa.