Rude Ashley

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Ashley Willian

A porta do quarto é fechada com força. Amelia se mantém quieta, e minha mãe suspira na minha direção. Ela chegou minutos depois da Olívia aparecer aqui. Tive que ouvir sermão, e como não sou de ficar quieta, a respondi.

Defendi alguém de ser morto, e ainda levei bronca. Fala sério... Por isso que não gosto muito dela, sempre quer ser a certa. Queria me colocar na cadeia só porque eu me defendi de bullying na escola quando era mais nova.

A adolescente era filha de uma pessoa importante, então os pais dela foram reclamar com a minha avó. Ninguém acreditou em mim naquela época, mesmo eu mostrando os machucados que aquela demônia me causou. Eles disseram que por eu ser rebelde, poderia ter conseguido de outra pessoa, e estava acusando sua filha sem provas.

Eu fiquei muito mal naquele dia. Muito mesmo! Me lembro até hoje que queria desistir de tudo, dar um fim na minha vida com treze anos, porque não aguentava mais sofrer todo dia na escola. Nem meus pais acreditaram em mim quando eu contei.

Mas uma pessoa me ajudou naquela época. Em meus sonhos um desconhecido me ajudou, e na realidade também... pena que essa pessoa eu não vi nunca mais. Alguém que eu queria pelo menos o nome para poder ser grata. Ainda sou grata — mesmo lembrando vagamente do seu rosto — e sempre serei, pena que nunca vou saber quem foi o anjo que disse palavras tão doces para mim.

Me lembro até hoje, eu aos prantos de frente a uma ponte. Ele me puxou antes que eu pudesse ter pulado. E foi aí que desabafei. Seus braços naquele dia me rodearam, ele disse que, mesmo ninguém acreditando em mim, ele acreditava. Pediu para eu procurar ajuda sem ser da minha família, ou das escolas.

Eu me lembro também que ele disse que nada daquilo é minha culpa, não tinha nada de errado comigo. Ele falou que sou perfeita desde nasci e que, as pessoas que são as erradas e cruéis. Me chamou de linda e magnífica. Tão linda e brilhosa, que até as estrelas tinham inveja de mim.

Ah... eu me senti como única naquele dia.

Me disse lindas palavras, e também falou que eu sou importante. Eu era importante para um desconhecido, minha vida era importante para ele, e não queria que eu desistisse. Palavras que eu esperava receber da minha própria família, eu recebi de alguém que não lembro nem o nome e nunca mais vi.

Me pediu para tentar mais uma vez, porque via uma mulher forte dentro de mim, que poderia aguentar tudo e dar a volta por cima. Eu me senti tão acolhida com suas palavras que decidi continuar.

Depois daquela conversa que me aliviou, eu voltei para casa e fui dormir. E foi aí, que eu comecei a sonhar com aquele cara. Já tinha sonhado com ele uma vez, na época em que ganhei as minhas cicatrizes... ele me ajudou a amá-las. Todo santo dia que eu sofria e não sabia com quem conversa, aquele homem aparecia em meus sonhos e me acolhia.

Foi uma época difícil para mim. Eu sofri muito antigamente, hoje em dia é mais calmo porque as pessoas têm medo de mim.

Mas só é assim pra conseguir viver. Pena que nem todos pensam assim, e me consideram uma garota cruel.

Se soubessem o quanto eu sofri no passado, não diriam isso. Não me chamariam de mau.

— Deveria ser mais cuidadosa no que fala, filha.

— Ela mereceu. — dou de ombros, e me ajeito na cama — Pega essa sacola pra mim.

Amelia se levanta, pega a sacola que Kaylab me deu e se aproxima. Minha mãe apenas se retira do quarto. Pego e abro a sacola, vendo vários doces dentro. Cheio de doces.

Que pena ele ter me dito aquilo tudo. Estava confiante que podia o conquistar em apenas alguns dias. Isso é um problema...

— Me dá um.