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SEIS ANOS DEPOIS - Estados Unidos, Washington, DC. Ano 2037. Terça-feira, 14 de dezembro.

Dois dias para o
aniversário da Ashley.

Ashley Kerr

O que é ser feliz? As pessoas andam de um lado para o outro, voltando do trabalho ou indo para ele. Consigo ver a tristeza no olhar de todos, o arrependimento de ter seguido uma vida que não queria. Mas quando encontram um conhecido, aquele sorriso surge. Um falso fingimento de felicidade.

E Eric Silver é à prova viva disso. Chefe de uma das empresas mais famosas dos Estados Unidos, ele é um homem conhecido como o ser humano mais bom que existe.

Que ridículo. Na frente das câmeras ele é bom, mas em casa, um tremendo desgraçado. Todo o dinheiro que ganha é usado com prostitutas. Hana Silver foi forçada a se casar com ele por mais dinheiro, mas é espancada.

Eric é o responsável de mandar drogas para a máfia da Miller às escondidas. Além disso, quem iria suspeitar do homem bom? Ele sai da sua empresa com aquele sorriso falso, mostrando como está feliz. O vi entrar em seu carro.

Abaixo a viseira do meu capacete e ligo a moto, acelerando sem sair do lugar. Quando o carro se move, vou atrás mantendo uma distância razoável. Ligo o rádio que coloquei dentro do carro onde o mesmo está.

— Me leva para o lugar de sempre, preciso esfriar a cabeça.

— Sim, senhor.

— Ricardo, liga para a Dina e diga para escolher as mesmas mulheres. Manda todas ficarem sem roupa e me esperando na cama.

Nenhuma mulher iria se deitar com um velho igual a ele. Sessenta anos e ainda sobe?

— Ah... é, Dina ligou mais cedo e disse que Lirya está ruim e de cama.

— E eu perguntei? A Lirya é minha preferida! Não importa se está doente. Caso contrário aquele lixo vai fechar.

Acelero a moto, passando pelo carro. Sigo com a velocidade alta, passando entre os corredores da rua. Não paro em sinal vermelho, quero chegar primeiro.

Viro a direita, desacelerando quando chego na boate disfarçada de puteiro. Desço da moto, e tiro um boné de dentro da jaqueta. Coloco sobre minha cabeça, e arrumo o fone que me deixa ouvir o que aquele velho diz dentro do carro. Também coloco uma máscara sobre meu rosto, deixando apenas os olhos descobertos.

Desço da moto, deixando o capacete no banco. Caminho em direção a porta, colocando luvas pretas em minhas mãos. Empurro e entro com alguns homens. Vejo mulheres dançando semi-nuas, como algumas entregando drinks.

Procuro com os olhos o camarim, e está no segundo andar. Há seguranças na escada, não vou conseguir passar assim.

Olho para o lado e seguro o braço de uma mulher que, provavelmente, trabalha aqui.

— Sim? Em que posso te ajudar? — sorriu

— Preciso ir no camarim.

— Huh? Você é a novata?

Novata?

— Ah, sim. — a respondo — Desculpa vir desse jeito, é que não quero ser reconhecida.

— Ah, está tudo bem garota! — disse gentilmente — Vem, vou te levar.

A sigo em silêncio. Os seguranças abrem espaço e consigo subir. Tiro de dentro da jaqueta meu facão ao chegar de frente a porta. A mulher abre e entra. Fecho com o pé atrás de mim e tranco a porta.

Rude AshleyOnde histórias criam vida. Descubra agora