Rude Ashley

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Ashley Willian

Sem ao menos saberem da história, eles te odiaram por você ser o vilão, sendo que, na verdade, você só foi uma vítima dos meus avós. O semblante triste do meu tio é o que mais me machuca. Eu queria que ele tivesse vivo, assim, poderia o abraçar.

— Tio... sinto muito — sussurro ao vê-lo sorrir — Você não merecia passar por isso... As pessoas não deveriam te odiar por ser o vilão.

— Tudo bem, princesa... Causei muito para sua mãe... Mereço o ódio deles.

— Não merece... Meu pai te odeia sem ao menos saber disso!

— Isso-...

— Vou falar com ele — começo a andar em direção à cidade, não deve estar tão longe

— Você não pode, Ashley!

— Você não vai me impedir, tio! Papai precisa saber, porque talvez assim... ele não me odeie. Posso ter o pai que sempre quis... Preciso tentar contar.

— Mas...

— Desculpa Layam, mas não posso deixar meu pai te odiar sem motivo. Quem precisa ser odiado está tendo uma vida bem melhor — apresso meus passos — Falarei com ele hoje!

Daiana e Rafael, realmente todo aquele amor que me deram era mentira? Como ousa destruir a minha família? Machucar o meu tio e matar meus avós paternos biológicos? Daiana destruiu a vida do meu tio, como também o obrigou a fazer aquilo.

Quem merece ser punido está vivendo feliz. Isso que me irrita!

Acelerei meus passos. Voltarei para a casa sozinha!

***

Abro a porta de casa. Retiro minhas sandálias e calço meu chinelo.

— Pai? — chamo, mas não escuto ninguém

Andei muito, meus pés estão doendo para caralho! Minha panturrilha deve estar definida, porque não parei até chegar em casa. Sem falar que me perdia às vezes no caminho, mas consegui chegar.

Subo as escadas e vou para o segundo andar. Caminho até o quarto da Amelia, e de uma vez abro a porta, assustando minha irmã que está deitada na cama apenas de coberta, porque não parece ter nada por baixo.

— Você está sangrando?

— Cadê aquele filho da puta? — digo furiosa — E não ouse mentir para mim!

— Ele... foi embora já faz um tempo — Amelia cora, desviando seu olhar — Desculpa por te fazer ouvir... algo tão constrangedor

— Hm... ainda vou matá-lo — viro de costas, preciso de um banho antes do papai chegar

— Por que você está sangrando?

Apenas entro em meu quarto e tranco a porta. Retiro toda minha roupa e vou para o banheiro. Tomo um banho demorado, limpei tudo de ruim que estava em meu corpo, até lavei meus cabelos pelo suor que estava. Foi um ótimo banho, me sinto nova agora.

Saí e peguei a caixinha de primeiros socorros. Fiz eu mesma o curativo em minha barriga, e depois vesti uma roupa. Algo mais confortável. Enquanto papai não chegava, sentei na cama e massageei meus pés. Não sei onde o Kaylab está, mas ele pagará por ter simplesmente sumido e me deixado sozinha longe da cidade.

Aquele desgraçado não tem noção do tanto que andei. Meus pés precisam de cuidados agora. Deveria fazer um spa apenas para meus pés.

Um vento gelado passa por mim, não lembro de ter aberto a janela do meu quarto.