Talentosa e carismática, Sakura acaba encantando um dos CEO's da maior gravadora dos Estados Unidos. Sua carreira estava apenas começando. Embora estivesse realizando um sonho, ela não contava que mudaria toda sua personalidade e imagem para vendere...
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Há momentos estranhos em nossas vidas, que as coisas começam a ter sentido quando você segura a mão de um desconhecido e ele te faz sentir livre, como nunca, em anos, sentiu. É nesse momento que ele tem a obrigação de se tornar a sua pessoa favorita, por fornecer momentos de tirar o fôlego sem te quebrar no processo.
— Haruno Sakura.
Tenho medo que dê tudo errado e eu esteja quebrando a cara. Ele pode ser cavalheiro, legal e gatinho, mas é alguém que sempre coloca um "se a gravadora..." na frente de tudo. E isso significa que se não gostarem de mim, vai ser adeus a toda essa arrumação.
Mesmo assim, tentei não deixar transparecer essas duvidas chatas que fazem minha cabeça esquentar. Ainda que eu tenha acordado achando que ainda estou dormindo e que isso é tudo um sonho. Até porque... Hinata não estaria calada se fosse real e se fosse real mesmo, mesmo, minha garganta ia estar doendo. Não está doendo hoje, está muito melhor.
Estreitei os olhos para a suposta Hinata. Ela calmamente passou pomada no meu corte na palma da mão, bem concentrada. Esse corte também não está doendo. A falsa Hinata deve estar pensando em como vai agir como a Hinata verdadeira. Aposto que se isso fosse real, ela diria alguma coisa sobre isso, não pararia de falar, mesmo que eu pedisse desculpas pela bagunça. Só há um jeito de saber.
— É amarelo, quente, faz meus olhos arderem, mas não me deixa transpirar. — A suposta Hinata ergueu a cabeça, agora prestando atenção em mim. — Eu não gosto, mas digo que sim para que Hyan não fique deprimido e tente roubar a minha lua. Às vezes não esquenta muito, mas mesmo assim me incomoda porque-
— Porque amanhece outra vez e...
Ela parou... não sei dizer se a suposta Hinata faria isso ou se é só Hinata.
— Diz, se for real.
Os olhos de uma suposta Hinata também encheram de lágrimas, isso não vai me convencer. É uma cópia muito boa, mas caso não seja, então eu vou me redimir. Só que, depois.
— Sakura, é real.
Não me convenceu. Meu sonho está se realizando, um cara mais velho fala comigo de igual para igual, não vi fumando nem uma vez, não me trata como uma criança incapaz, ainda não me forçou a nada nem ofereceu dinheiro para sexo ou... Coisas desse tipo. E Hinata não está brigando, por que isso seria real? Eu posso não ter acordado, e aí? O remédio fez efeito. Ele ainda está fazendo efeito? Ainda está rodando, caralho?
— Às vezes não esquenta muito, mas mesmo assim me incomoda, porque... — Repeti, pois a Hinata de verdade sabe o resto. Ela sabe que isso é o código de que é real.
Não vou desviar os olhos só porque está chorando, ela tem que dizer. Se ajoelhar na minha frente, cuidar dos meus machucados e chorar, é muito fácil, qualquer Hinata faria isso. Qualquer Hinata.
