Talentosa e carismática, Sakura acaba encantando um dos CEO's da maior gravadora dos Estados Unidos. Sua carreira estava apenas começando. Embora estivesse realizando um sonho, ela não contava que mudaria toda sua personalidade e imagem para vendere...
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Duas semanas depois...
"Estou indo buscar você. Esteja pronta"
Não precisaria se eu não tivesse saído sem avisar, eu sei. Ele está nervoso, consigo sentir. Eu só não estava me dando bem com a nossa tensão, com a confusão dentro de mim e a incerteza sobre estar ou não apaixonada. E por quem essa sensação batia mais forte.
Ele dormiu com a mão abaixo do meu umbigo, ressonando baixo na minha orelha, me arrepiando pois sua respiração quente estava perto demais, me fazendo sentir calafrios estranhos pelo corpo. Por parte, me senti preenchida, com algo que cabia dentro de mim, me deixando tão confortável comigo mesma, como normalmente demora a acontecer, quando se trata de estar perto de um novo alguém. Por outro lado, pensei em Delta, na forma como eu durmo com ela, de conchinha também. Pensei em mim traindo nossos sentimentos, só porque acho ele atraente. E pensei em Sasuke, sendo inocente nisso tudo, pois ele só estava dormindo, não foi sua intenção.
E nessa de pensar, meu corpo arrepiou a ponto de incomodar, ignorando não só o fato de que essa sensação pode ter sido graças ao ar-condicionado. Mas não o que veio depois... O amargo na língua, a bile me deixando inquieta, meu coração acelerado e a sensação idêntica a de ter bebido água gelada com o estômago vazio.
Talvez nada se encaixe melhor do que isso, porque eu me sinto vazia sem o preenchimento dos sentimentos de alguém. Só não sei dizer como esse copo quebrado conseguiu ser preenchido até o topo, por mais de uma garrafa d'água, mas não o bastante para parecer que está realmente cheio. Está vazando... Os sentimentos de carinho dele, não são o bastante. A satisfação de Delta quando fazemos sexo, não completa. Me consome... Os dois.
Sasuke vai brigar, é sobre essa certeza que me corrói agora. Ele vai dizer que eu sou impulsiva demais e não penso na minha segurança ao pegar um táxi tarde da noite para vir até aqui, quase implorar para que ela me deixasse entrar. Eu tive que chorar... Não trouxe nem uma blusa de frio, eu só pensei em sair e simplesmente fiz. Não faz mal, eu entendo seus motivos, não é sua culpa. Fui egoísta por ter feito o que fiz, sem pensar em como ficaria sua situação nisso tudo. Porque ele se preocupa... Né?
Expulsei a fumaça tóxica da minha boca. O meu fono me proibiu de fumar, com todo o apoio de Sasuke nisso. Disseram que a minha voz ficaria ruim, e que eu já estou ficando rouca demais, passando isso para as músicas e que a crise de tosse depois de fumar, é terrível, como se eu já não soubesse e não tivesse escolhido ignorar esses e tantos outros alertas.
Mas eles não fazem ideia de que fumar um vape me dá um gás legal na hora de compor. Não estou compondo agora, entretanto. Estou diante da preparação, aquela onde fico quieta como um móvel cheio de poeira no canto de uma sala, atingida pelo tempo em silêncio, encarando a janela e a incerteza dos meus sentimentos passando por ela, no corpo daquelas pessoas estranhas e agasalhadas atravessando a rua.
Preciso me agasalhar, por falar nisso. Ficar nesse frio, sem coberta, só de calcinha e blusa de alça, está me fazendo sentir os ossos do meu corpo congelando no lugar. A minha articulação vai ser uma negação nesse frio fora de época, mas tudo pelo sucesso que às vezes nem sei se quero atingir.
