Talentosa e carismática, Sakura acaba encantando um dos CEO's da maior gravadora dos Estados Unidos. Sua carreira estava apenas começando. Embora estivesse realizando um sonho, ela não contava que mudaria toda sua personalidade e imagem para vendere...
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Todo nosso relacionamento passava diante dos meus olhos a caminho do quarto. Pensei nos pontos em que havia sido negativo, machucando-a de alguma forma, feito da sua vida um inferno, ou entendido errado quando a pedi em casamento. Talvez Ino nunca tenha estado na mesma posição emocional que eu naquela época, eu era mais novo, mais apaixonado, era meu primeiro relacionamento sério, e entrar em debates que diziam que nada durava para sempre, que possivelmente tudo o que eu tinha um dia iria acabar, era um ponto delicado, às vezes me irritava e magoava, enquanto ela parecia aberta para receber "novas fases".
A maioria das nossas discussões giravam em torno disso, ela ria e achava que estava exagerando na minha reação, pois não tinha motivo, não existiam traumas quanto a isso. E não existiam, era mais sobre um cara que encontrou o paraíso, se viciou nele e não queria perder, enquanto ela era a parte racional, buscando motivos melhores e mais convincentes que esses. Eu não era o tipo de cara que após uma briga a levava para a cama e a fodia com a intensidade depositada na discussão; eu precisava de um tempo, de um momento sozinho, e isso parecia ser frustrante para ela.
Agora posso ver que não tínhamos tanto em comum como eu acreditava, não tínhamos as mesmas metas, não nos amávamos na mesma intensidade, os meus sonhos eram meros degraus para ela passar por cima e ignorar. Não sei quem pode estar certo ou errado, eu sei que o que fez, para mim, não tem perdão.
Já estava no quarto quando, calmante, ela tentou colocar seu ponto de vista acima do meu, no seu jeito formalista de falar, como se eu fosse uma criança e não alguém querendo uma explicação honesta. Até então eu não estava irritado, embora tenha sido interrompido diversas vezes, mas uma hora cansa, não vi quando comecei a levantar a voz, imaginando sua expressão entediada no sofá, enquanto alguém massageava seus pés. Seu tom ainda não me esclarecia nada, só me frustrava ainda mais, pois parecia que eu estava discutindo com uma desconhecida entediada.
Até ela gritar.
— Eu não estava pronta! — Sua voz pareceu tremer no meio, sua respiração sacudiu meus ouvidos, precisei afastar o telefone.
Respirei fundo, o mais fundo que podia. Não estava pronta... e quantas vezes não tivemos essa discussão? Essa frase é nova, eu nunca a ouvi antes. Encostei-me na balaustrada da varanda, outra vez respirando fundo, fechando meus olhos para me concentrar.
— E custava me contar? — indaguei lentamente, ainda digerindo. — Te mataria ser honesta comigo? — Esfreguei o rosto, meus olhos presos na piscina, o celular vibrava no meu bolso. Ajustei o fio do fone integrado ao aparelho auditivo. — Você ignorou todos os nossos votos de casamento. Ignorou o que eu sentia. Ino, você me traiu muito antes de desejar outro homem enquanto se tocava em nossa cama.
