13 - Meios-tons aveludados em quatro paredes.

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"O que nós somos?"

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"O que nós somos?"

Há essa constante pergunta desejando formatos na minha boca ao sussurrar a pergunta que pode ou não fazer dos encontros uma coisa cansativa e passageira.

Nos vejo dando certo, sendo um casal como aqueles que passam por paixões vazias, mas não deixam de descolar os dedos mindinhos. Daqueles casais atemporais que tem muita história para contar aos seus futuros sucessores. Daqueles velhinhos que ainda andam de mãos dadas e tocam os lábios um do outro. Eternas companheiras, um casal que faz sentido.

Ela tem essa responsabilidade agora; me livrar do vazio, fazer pensamentos negativos irem embora, me preparar para emoções boas, onde a ansiedade não passa de uma coisa legal, mas na palavra errada. Quero ela me dizendo, daqui dez anos, que eu fui uma garota triste e ascendi para a mais feliz do mundo. Deixo que pegue todos os créditos, não quero me importar. Eu poderia dar tudo o que é meu a ela e roubar o que não tenho para fazê-la sorrir.

Anseio olhar para Delta, duas da madrugada, acordada depois do sexo, e ainda dizer "eu te amo" com a mesma emoção da primeira vez. Pode ser que ela me ache apressada, eu posso ser e assumo que sou, porém, estou me apressando por algo bom. Não é mágico? Minha cabeça não pega fogo por coisas ruins agora, eu só quero saber...

O que nós somos?

Já faz duas semanas que nos entendemos, deveríamos ser algo bom. Algo que dura, algo constante, algo definido. Faz duas semanas que estou aqui todas as noites pensando o mesmo. Sou a primeira a acordar, portanto essa questão ainda me assombra. Ela se esqueceu de que preciso que diga em voz alta? Ou não somos nada ainda? Eu não sei.

Desviei os olhos para a minha mochila pronta. A gravadora exige que eu me vista de uma maneira diferente, assim como meu empresário e todo o grupo de pessoas que agora fazem parte da minha vida e parte da minha carreira. Eles disseram: "estamos testando o conceito do seu novo álbum" e me enfiaram em um salão. Talvez eu vá me acostumar com o cabelo no meio das costas, algum dia. Sasuke disse que fiquei linda quando me senti... Alguém que não sou eu.

Palhaçada, sinceramente. Eu quase nunca me sinto eu, então, na verdade, eu não odiei a ideia com todas as minhas forças. Talvez, às vezes eu odeie, mas não tanto. É divertido estar sempre fantasiada, pois chamo isso de fantasia; mini saia jeans, cintura baixa. Lá vamos nós deformar o meu corpo e influenciar menininhas a fazer o mesmo? Não sei se influenciou alguém, ultimamente não ando influenciando nem a mim mesma.

Ah, o que importa é se vai dar certo. Então, minissaias e meia-calça com desenhos sinistros são divertidos. A parte engraçada são as blusas minúsculas, sempre lisas, sem estampa. Deixa de ser legal quando não tenho tempo para almoçar, como um sanduíche grande que Kawaki trás, e passo o dia pensando no quanto estou inchada e desconfortável em roupas apertadas. O meu desconforto, no entanto, não é comercial. Mas, a parte boa é que por um tempo determinado, serei um patricinha dos anos 2000.

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