30 - Tons vulneráveis de cinza.

1.2K 89 605
                                    

Notas do autor: A música citada é essa abaixo

Boa leitura!

...

Eu não deveria estar aqui, foi o que pensei ao acordar em sua cama e parado para pensar um pouco, além do álcool, as coisas que vi e ouvi

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu não deveria estar aqui, foi o que pensei ao acordar em sua cama e parado para pensar um pouco, além do álcool, as coisas que vi e ouvi.

Constantemente coloco Sakura acima das minhas necessidades, desde a distância que preciso tomar para conseguir manter a paciência, o foco e tudo o que me desgasta por estar com ela. É sempre algo maior que me leva a ir atrás, desesperado, ou só com a necessidade exorbitante de estar perto dela.

Mas, ao mesmo tempo em que vicia, também me faz mal. A incerteza sobre seus sentimentos, sua saúde, suas ações. O medo de estar por perto ao invés de cuidar do que foi danificado em mim mesmo, só por estar tão próximo dela. Eu não queria pensar que aquela sua ex-namorada tinha certa razão ao dizer o que Sakura causa naqueles que estão ao seu redor. É fácil apontar o dedo e dizer o óbvio: que ela me faz mal, me danifica, me ferra, acaba com qualquer emocional decentemente saudável, suas conversas são gatilhos, seus ideais incertos. Ela eleva a incerteza a outro nível, a algo que se enrola nos planos de alguém e deixa de ser especial, se torna um manto de confusão.

A distância é o ideal quando se fere por causa de suas ações e palavras. Quando se vê em uma situação onde os dois estão confusos, mas é ela a tentar contornar tudo, fazer parecer que o entendimento sobre aquilo estava errado, fazer a culpa ressurgir quando se dá conta de que, não, ela não pode ouvir a verdade sem sair quebrada e machucada. Mais machucada do que alguém realmente saudável.

Não é sua culpa o peso que os demais carregam na consciência. Não é como se pensasse "vou agir assim e ele vai se arrepender de ter dito essas coisas", eu sei que não, mas a sensação que isso carrega é a mesma. O peso fica, a responsabilidade é maior, e pensar que devo ser egoísta, estando nesse ponto com ela, engolido nesta relação confusa e instável, não se recarrega sozinho sem um bom apoio emocional. As pessoas envolvidas pela sua melhora, são responsáveis pela minha cabeça não ter explodido. Estavam certos quanto a buscar ajuda psicológica, pois ao mesmo tempo em que ela é maravilhosa, consegue ser um pesadelo em mesma instância.

Devo agradecê-los por estar aqui e igualmente responsabilizá-los por isso. Ou a ela, ou a mim, por ter ficado mesmo depois de notar que havia algo errado. Você se vê capaz, até não ser mais. Isso acontece com mais frequência do que eu gostaria. Mas, mesmo diante de tanta obviedade, de ser eu o masoquista em busca de mais dor de cabeça e problema, por persistir nisso, a razão de estar aqui, verdadeiramente, não está relacionada ao seu caso, nem à minha culpa quanto às coisas que eu disse. Nem mesmo vou pedir desculpas por isso.

Ao topoOnde histórias criam vida. Descubra agora