15 - Tom confortável de um sútil desejo.

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Quando eu o conheci, estava chovendo muito, e eu tinha acabado de enfrentar meu pai em um bar

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Quando eu o conheci, estava chovendo muito, e eu tinha acabado de enfrentar meu pai em um bar. Os homens riram muito de mim, pela tentativa, depois me seguraram quando fui para cima, então isso já diz muito sobre o que acho de presságios. Acho que são uma merda difícil de entender. Naquele dia, eu fui para a rodoviária, pois tinha jurado nunca mais voltar para casa. Eu estava coberta por cerveja e fedendo a cigarro também, então ele me viu sozinha e sentou ao meu lado.

Era para ser algo romântico, eu imaginei que estivesse ali como o meu protetor secreto, fantasiei tudo o que viveríamos juntos em um espaço de dez minutos desde quando começou a me encarar até o momento em que sentou ao meu lado. Cheguei a dizer a ele que eu era nova na cidade, e ele me desmentiu dizendo que estudávamos na mesma escola.

A parte engraçada é que qualquer uma no meu lugar sentiria medo. Ele estava acompanhado de mais cinco garotos, e todos eles riam quando eu devolvia o olhar. Suigetsu veio com uma conversa de que precisava de ajuda, mas acho que eu o surpreendi quando fui.

Era um beco escuro, sem saída. Eu e seis meninos desconhecidos.

Se me perguntarem o que pensei naquele momento, não vou saber responder, eu só fui, mesmo que o alerta de perigo fosse ensurdecedor. Acho que é o que acontece quando não se tem muito o que esperar da vida. Eu não me importava com nenhuma consequência daquele ato, pois em verdade, eu sentia que meu pai deveria morrer de remorso caso eu fosse estuprada e assassinada lá mesmo.

A minha adolescência inteira foi tentar me arriscar ao máximo para que ele se arrependesse por me bater e então se preocupasse. Era uma merda pesada demais para uma criança lidar, não sei quantos anos eu tinha, mas era assim que eu pensava.

A apatia pode ser perigosa dependendo da idade, eu não recomendo a ninguém. Porém, é essa a minha história de amor com Suigetsu; nunca vou saber o que ele planejava fazer quando me deixou ser cercada por vários meninos entre treze a dezessete anos.

Eu poderia somar dois mais dois e ter uma ideia, mas o que importava realmente, é que ele não fez. Quando todos se aproximaram de mim, ele entrou na frente e disse: "Melhor não. Com essa aqui, não." Foi aí que eu me apaixonei.

O Suigetsu de agora, no entanto, seria um daqueles meninos a virem para cima de mim, não freia seus atos, não importa exatamente o que fosse acontecer. E eu? Ainda pagaria para ver, para que aquele velho desgraçado sinta remorso? Não sei. Agora? Eu realmente não sei, mas sinto medo dele.

Não costumo sentir medo de Suigetsu, mas hoje eu sinto. É algo no modo como ele deixou Hinata assustada ou a maneira como a puxou para dentro para me obrigar a entrar também. Talvez seja o seu sorriso, as bolsas arroxeadas debaixo dos seus olhos, a arma que está delineada em sua cintura e quando ele se move, eu consigo ver.

São coisas desse tipo.

— Eu não sei se fico feliz ou se fico... Puto com você, Hot Flowers. — Está usando esse nome... — O que você acha que eu devo ficar?

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