O melhor de mim

Eu te avisei.

Negan

  Os dias tem sido exaustivos...Depois da minha briga com Rory, nos distanciamos, não tocamos mais no assunto, e estava péssimo conviver com isso.

  Eu estava louco de saudade dela...Ela continuava comigo, ali em casa, todos os dias, mas parecia não estar, mal nos falávamos, nos tocávamos...Não estabelecemos um acordo...

  E isso me matava...Ver Rory andando com os cabelos saídos nos ombros, com minha blusa branca marcando seus seios sem o sutiã, e seu shortinho curto, era torturante não poder fazer nada sem que ela ficasse ainda mais zangada comigo.

E detestava mais que tudo, quando ela tinha razão...Pensei por um tempo sobre tal situação...E por mais que eu fizesse de tudo pra proteger as minhas meninas, era inevitável aceitar o fato que elas corriam perigo do mesmo jeito, e eu jamais iria me perdoar se algo acontecesse com elas.

  Portanto, pela segurança delas, o mais racional no momento era fazer um acordo, agora não se tratava só de mim e do meu orgulho, e nem dos meus homens...Agora a minha mulher e minha filha estão envolvidas, agora eu tenho que pensar nelas e no que é melhor pra elas.

Estava no quarto trocando de roupa, Rory não estava mais na cama quando acordei...
Sai do quarto, e Anna e Rory estavam sentadas a mesa, Anna desenhava em um livro de colorir, e Rory fazia palavras cruzadas, ambas comendo morangos.

Rory era doida por palavras cruzadas, quase tão doida que é por café, e eu adorava vê-la fazer palavras cruzadas, ela ficava tão concentrada, ela sempre morde o lábio quando pensa, e franze a sobrancelha, fica hipnotizante.

E assim ela estava, com um pé apoiando em cima da cadeira, seu queixo apoiado no joelho, suas pernas perfeitamente expostas pelo shorts curto, que na verdade era uma cueca minha.
O seu coque baixo, com vários fios soltos caídos em seu rosto, e ela batendo o lápis incansavelmente na mesa, muito irritada, era a visão do paraíso.

— Mais que...Porcaria!
Rory joga o jornal e o lápis em cima da mesa irritada.

— O que foi?
Anna pergunta preocupada.

— Segundo nome de um país do oriente médio com sete letras!

— Bom dia.
Me aproximo.

— Oi papai, olha.
Ainda não tinha me acostumado com o "pai" sorria frouxo toda vez que Anna falava.

E eu não ia me costumar tão cedo, era tão incrível ouvir isso todos os dias.

— Que lindo amor, é um abacaxi?
Tento adivinhar o desenho que Anna me mostrava.

— É o Lanlan, pai.
Anna fala meio decepcionada.

— Ah!É lógico que é o Lanlan, eu olhei por uma perspectiva diferente.
Dou um beijo na testa dela.

— Bom dia querida...
Dou um beijo no pescoço de Rory que ainda não tinha tirado os olhos da palavra cruzada.

— Oi...Bom dia...
Ela suspira me dando um beijo na bochecha.

— Estressada logo tão cedo?

— Eu preciso de café, aí eu consigo fazer isso!

— Meu anjo...Saudita.
Digo a palavra que faltava.