A TORRE DE VIGILÂNCIA dava vista para toda Gotham. Era o lugar oficial dele se encontrar com Gordon toda vez que o símbolo do morcego aparecesse no céu. Já fazia dois anos que era daquela maneira, o único meio de chamar um ao outro.
O vigilante encarava a movimentação abaixo na rua, mas ouviu o barulho das portas do velho elevador sendo abertas. Ele se virou minimamente, mas a voz grave do detetive foi mais rápida:
— Podia ter maneirado no soco — reclamou, passando a mão sobre o hematoma que estava formado na pele.
— Eu maneirei — afirmou, a voz rouca.
— Seja lá onde esteve nos últimos dias, mas o Bock lançou um alerta sobre você — avisou. — Acha que ele está metido nisso?
— Eu não confio em nenhum deles. E você?
Gordon bufou, a resposta era óbvia.
— Só confio em você — disse com convicção.
— O que um policial da narcóticos faz com gente do Falcone?
— Colson disse que "policiais protegem o rato" — lembrou Gordon. — Kenzie pode ser um.
— Acha que o Pinguim seria o rato?
— A boate dele recebe a máfia — argumentou. — Maroni praticamente morava lá. Pinguim estava a par de muita sujeira, e o promotor vivia lá. Vai ver o Pinguim estava em apuros e um acordo era a única saída.
— Rata alada — sibilou o vigilante. — A última do Charada, o código do labirinto. Significa "rato com asas", como um pombo-correio.
Gordon olhou para o horizonte, processando as informações como se fosse uma teia. Faria sentido sua teoria, mas havia muitos pontos que não se encaixavam.
— Pinguins também têm asas — concordou. — Mas isso não explica as cartas do Charada para a Rainha. Dizem que todos tem medo dela, poderia ser por isso que o Colson não entregou o nome? Com medo dela ou do Falcone?
— O Pinguim sabe quem ela é, parece ser uma figura pública de Gotham — disse o vigilante, profundo. — Preciso ter outra conversa com ele.
— E o Charada? — perguntou Gordon. — Vai matar de novo.
— Está tudo ligado — declarou. — Gostemos ou não, é o jogo dele agora. Para encontrar o Charada, temos que encontrar o rato.
◈
HARLOW NÃO ESTAVA tendo um bom dia, na verdade ele estava sendo péssimo. Ela acordou se sentindo horrível, com uma monstruosa dor de cabeça e a náusea que até agora não havia parado. Ela se sentia fraca e indisposta, mas isso não a parou.
Era arriscado ser vista aquela hora entrando no Iceberg Lounge, alguém poderia tê-la seguido até ali, algum jornalista talvez. Entretanto, a mensagem que Oz enviara parecia ser urgente. Ela havia pegado um táxi até ali. Não se sentia em condições de dirigir e nem pediria a Alfred para levá-la de carro.
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Killer Queen ♦︎ 𝐁𝐫𝐮𝐜𝐞 𝐖𝐚𝐲𝐧𝐞
FanfictionÉ noite de Halloween e o prefeito de Gotham acabou de ser assassinado por um novo serial-killer que está desmascarando as mentiras da cidade. Já faz dois anos desde que o vigilante noturno apareceu, se escondendo nas sombras e atacando quando não es...