𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟗 • Meta-humanos

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HARLEY QUINZEL quase gritou ao ver os olhos de Harlow abertos, encarando-a de onde deveria estar apagada na cama

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HARLEY QUINZEL quase gritou ao ver os olhos de Harlow abertos, encarando-a de onde deveria estar apagada na cama. Ela nem mesmo deveria estar ali, não era a médica responsável pela ferida, mas era melhor e única amiga dela.

Ela correu para a cama, checando os sinais estáveis de Harlow, mas tudo parecia em ordem. Harlow, de repente, tirou os acessos do próprio braço, sangue escorrendo enquanto Harley tentava estancá-los com gaze.

— Não deveria acordar por mais alguns dias, pelo menos — disse ela, sussurrando com o que parecia ser raiva na voz. — Que droga! Olha o que você fez!

— Está morto, não é? — perguntou Harlow, a voz rouca. — O feto.

— É, o bebê não sobreviveu — assentiu, odiando a escolha de palavras usadas. — Como se sente? Dor de cabeça? Náusea? Eu vou chamar um médico...

— Não — exclamou, impedindo-a. — Quero ir embora. Onde estão minhas roupas?

Harley parou tudo o que estava fazendo, encarando sua amiga sem entender. Ela não estava com dor? Não ia chorar por perder o bebê? Invés disso, ela queria ir embora. Qual era o problema de Harlow?

— Ficou apagada por alguns dias, mas seu corpo precisa de mais tempo para se recuperar — avisou.

— Não precisa não — negou. Nem parecia que ela tinha sido baleada. — Vamos, Quinzel, minhas roupas.

— Nem pensar! — exclamou. — Você quase morreu. Alguém quase te matou e...

— Eu sei quem foi — declarou, pegando-a de surpresa. — E eu vou atrás dele. Agora.

O que Harley não esperava era que Harlow fosse levantar o avental cirúrgico, expondo o curativo dos pontos que levou na cirurgia. Harley tentou impedi-la, mas não conseguiu. Ela arrancou o curativo em apenas um puxão.

Harley estava pronta para se deparar com um ferimento grave e fresco, sangrando, a carne vermelha em exposição devido aos pontos internos... Não era isso que tinha ali. Na verdade, não tinha nada.

Nada de sangue e nem um ferimento a bala. Nada além de pele cicatrizada. Era como se ela nunca tivesse se machucado, que nada tinha acontecido e nem que ela quase morrera no Beco do Crime, sangrando no chão enquanto a chuva que cai no chão era tingida de vermelho.

— Que merda é essa? — sibilou Harley, assustada.

Harlow jogou os cobertores para o lado, as pernas para fora da cama enquanto se levantava normalmente. Ela estalou o pescoço, movimentando-o como se seu único problema fosse torcicolo. Ela garantiu que ninguém estava vindo no corredor, logo parando em frente a Harley e colocando as mãos nos ombros da médica, chamando sua atenção.

— Preciso das minhas roupas — disse Harlow. — E preciso que me tire daqui pelos fundos, sem alarde nenhum. Preciso resolver algo, e depois pode me trazer de volta.

Killer Queen ♦︎ 𝐁𝐫𝐮𝐜𝐞 𝐖𝐚𝐲𝐧𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora