𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟕 • O sinal do morcego

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BRUCE odiava hospitais

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BRUCE odiava hospitais. Mesmo assim, lá estava ele, sentado numa cadeira ao lado da cama onde Alfred dormia profundamente. Tiras de gaze cobria um ferimento em sua cabeça, alguns cortes espalhados ao longo do corpo e o acesso em sua veia que o provia de medicação e nutrientes.

Harlow também estava num quarto como aquele, no andar abaixo do de Alfred. Ela também dormia em um coma induzido. O médico de Harlow dissera que ela poderia acordar naturalmente em horas ou dias, era difícil dizer. Eles tinham tanto a conversar, a tirar a limpo, mas Bruce até então não fora visitá-la, não sentia que conseguiria.

Seria aquilo culpa ou rancor? Provavelmente os dois. A imagem mental de Harlow ferida em uma cama de hospital era muito para ele aguentar. Será que ela sabia do bebê? Na hora do tiro, sabia que ela tinha o perdido? Ele mesmo teria que dar aquela notícia a ela?

— Você mentiu para mim — sussurrou Bruce. — Durante toda minha vida.

Alfred tinha aberto minimamente os olhos, evidenciando o quanto de dor estava sentindo. Ele tentou se mover, encarar Bruce, entende sobre o que ele estava falando. Alfred lembrava de tudo o que aconteceu na noite do acidente, da bomba que enviaram para a Torre Wayne, como ela explodiu o jogou metros para trás, do fogo se alastrando.

— Falei com o Carmine Falcone — disse. — Ele me contou o que ele fez para o meu pai. E sobre o Salvatore Maroni.

— Ele contou que o Salvatore Maroni... — sua voz era assustada, fraca.

— Mandou matar meu pai — completou, os olhos frios e distantes. — Por que você não me contou isso tudo? Eu passei esses anos todos lutando por ele, acreditando que era um bom homem.

— O seu pai era um bom homem — afirmou Alfred, com convicção. — Só cometeu um erro.

— Um "erro" — repetiu, a voz irritada. — Ele mandou matar um homem. Por quê? Para proteger a imagem da família? As aspirações políticas?

Alfred estava com os batimentos cardíacos começando a se elevar. Ele fazia força para tentar levantar um pouco o pescoço, deixar a voz firme para falar com Bruce, colocar juízo na cabeça dele.

— Não foi pela imagem da família, e não mandou matar ninguém — disse Alfred. — Estava protegendo sua mãe. Ele não ligava para a imagem dele, para a campanha, nada disso. Ele se importava com ela, e com você. E, num momento de fraqueza, recorreu ao Falcone, mas ele nunca pensou que Falcone fosse matar aquele homem. Seu pai deveria saber que o Falcone faria qualquer coisa para finalmente ter algo que pudesse usar contra ele. É assim que o Falcone é. E esse foi o erro do seu pai.

Bruce não abriu a boca para dizer nada, apenas ouvindo as palavras de Alfred, do homem que o criou, se chocarem contra as de um assassino, o criminoso que tentaria ter armado contra a vida de Harlow.

— Quando o Falcone contou a ele o que tinha feito, seu pai ficou arrasado. Ele disse ao Falcone que ia procurar a polícia, que ia confessar tudo. E naquela noite, seu pai e sua mãe foram mortos.

Killer Queen ♦︎ 𝐁𝐫𝐮𝐜𝐞 𝐖𝐚𝐲𝐧𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora