É noite de Halloween e o prefeito de Gotham acabou de ser assassinado por um novo serial-killer que está desmascarando as mentiras da cidade.
Já faz dois anos desde que o vigilante noturno apareceu, se escondendo nas sombras e atacando quando não es...
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BRUCE não deveria estar ali. Parado em frente ao quarto de hospital onde Harlow estava internada, ele não conseguia ver nada com as persianas fechadas. Alguns minutos atrás, ele recebeu uma ligação do hospital, dizendo que ela tinha acordado, que os sinais estáveis estão normais, e que ele poderia vir vê-la se quisesse.
Ele queria r mais do que tudo, mas algo dentro de si ainda o segurava, falava que não era uma boa ideia. Se ele pedisse pela verdade, ela diria tudo? Mentiria? Ou contaria falsas verdades? Era as dúvidas que o assombravam.
Entretanto, depois de ver a fascinação e idolatria com que Edward Nashton falava dela, Bruce só queria ter a segurança de que Harlow não tinha desaparecido da vida dele, que mesmo brigados, eles ainda estavam juntos.
Talvez ele não a merecesse mesmo. Assumir o manto do vigilante não fora fácil, e um dos sacrifícios que Bruce fizera fora afastar Harlow. Uma de suas teorias era de que ela se transformara naquela figura do crime por causa dele, por causa da falta de afeto de anos.
Às vezes, Bruce nem conseguia entender como fora capaz de pedir Harlow em casamento anos atrás, e nem como ela aceitou. Não era por dinheiro, claro que não. Harlow também era herdeira de uma indústria multibilionária. Ela era linda, tinha fama, sabia como o mundo operava. Em meio a escuridão que era sua vida, ela ainda conseguia amar Bruce, mesmo que ele não lhe desse motivos.
— Ela está acordada — disse uma voz feminina parando ao seu lado. — Pode entrar. Ela meio que estava esperando por você, Bruce... Digo, Senhor Wayne.
Pelo jaleco, era uma médica. Ela era alta, que nem Harlow. Os cabelos loiros lisos estavam presos em um coque perfeitamente alinhado, óculos quadrados estavam apoiados em seu nariz fino. Um leve sorriso estava em seus lábios rosados. Além disso, ela segurava algumas fichas médicas. Bruce não sabia quem ela era. Vendo a confusão no rosto dele, ela se apressou em se apresentar.
— Ah, Doutora Quinzel — disse, estendendo a mão. — Harleen Quinzel. Eu e Harlow fizemos faculdade de medicina juntas. Ela me falou sobre você.
Desconfiado, Bruce apertou a mão dela, sentindo a pele macia e lisa. Ele lembrava de ter ouvido vagamente um nome parecido com aquele vindo de sua noiva anos atrás, mas nunca chegara a conhecê-la pessoalmente.
— Harlow... Bom, está nova em folha, eu diria — avisou Harley. — Meio irritada, na verdade. Ela odeia ficar sem o que fazer. Você deve saber disso já que vocês moram juntos há anos e não são casados, mas...
Percebendo a confusão que estava fazendo, Harley abriu a porta do quarto de Harlow depois de dar leves batidinhas. Ela não disse nada, apenas sinalizou com a cabeça que ela tinha visita. Harley não era assim, tão falando ou atrapalhada, mas depois das coisas que teve que fazer naquela noite... Era evidente que ela não tinha conseguido se recompor.
Harley pediu licença ao passar por Bruce, decidindo retornar à área psiquiatra antes que outro de seus supervisores a pegasse ali — de novo. O quarto de Harlow era bem parecido com o de Alfred, a única diferença era que aquele tinha mais janelas que davam vista para o parque.
