Capítulo 1

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Prólogo

Paulo Henrique

Estava ventando muito, as construções antigas pareciam abandonadas, o sol do meio-dia deixava tudo ainda mais insuportável.

— Tenente, agora que o carro quebrou em quantas horas isso irá atrasar a nossa viagem? — Johnny parecia estar tenso.

— Não irá muito, o carro só nos ajudaria até o vale, de lá teríamos que ir andando até o outro lado, se fosse chutar, creio que no máximo uma hora, o que não irá nos atrapalhar tanto.

— Entendi.

— Cara esse carro tinha que dá falha justo agora? Esse local é assustador! — Reclamou Kennedy.

— Sério? Um local deserto te assusta? — Questionou Anne.

— Mas é claro, e principalmente por isso! — Retrucou.

— Bom se não estivesse nervoso não seria você. Covarde assim, me admira a Joice ainda querer você.

— Vá se ferrar!

— Há aham! Admita cara — Giovanni se apoia no ombro de Kennedy enquanto caminham. — Você só se voluntariou para ajuda humanitária para impressioná-la e conseguir segurar o relacionamento.

Kennedy o empurra enquanto reclama:

— Você sabe muito bem porque eu escolhi vir, e também só está com ciúmes por não ter uma namorada compreensível como ela!

— Bom, então o que te impede de te casar?

— Tsc... Vocês dois hein! — Comentou em voz baixa Anne.

— Para de provoca-lo Giovanni — Ordenou Jimmy.

— ...Vocês são bem animados. — Disse o Tenente. — Já estão aqui há quanto tempo?

— Vai fazer dois anos e me desculpe por isso. — Respondeu Jimmy

— Sem problema, nesse lugar deprimente é sempre bom tentar levar as coisas de uma forma diferente. Afinal, se não for assim, esse inferno te puxa pro abismo mais profundo possível.

— Vocês já estavam por aqui na guerra que aconteceu nessa região ano passado? — Continuou Jimmy.

— Sim... — Respondeu o Tenente sério. Os três soldados que nos acompanhavam armados de fuzis e Ak-47 pareciam ter ficado incomodados com a menção.

— Então...

— Ah sim! Tivemos azar, perdemos quase o batalhão todo...

— Eu sinto muito. — Lamentou Jimmy.

— Bom, foi difícil, mas no final eu e mais alguns conseguimos juntar forças para terminar a missão e cumprir com o dever, fizemos não só por nós, mas por todos que partiram.

Ficou um silêncio.

Aquele lugar estranho e sem sinal de vida, não ajudou muito. Embora nossa função fosse ajudar aquelas pessoas que estavam no meio de uma guerra sangrenta, a sensação de estar ali, caminhando naquele lugar era horrível, ver e ouvir coisas terríveis, era um fardo enorme de se aguentar mesmo para os fortes.

A posição que caminhávamos era alta em relação a nossa esquerda, dava para ter uma boa visão de parte da cidade.

Então vi, a uns 300 metros, passando por um beco, era uma pessoa? Eu não sabia como reagir e não tinha certeza, logo os meus passos seguiram para um ângulo de visão que impediu de observar melhor e depois não vi mais nada, até que notei um vulto.

O Efeito InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora