Hannah Watson
Depoimento de Oliver Cresswell
Era 15h de uma sexta-feira, dia 27 de julho de 2018. Eu como todo dia naquele mês, fui à casa de Adriel Waltman em Lenox Hill. Sentando em sua sala de estar aguardava ele, sua casa era muito grande e luxuosa, com um estilo vintage do início do século XX, ouvir dizer uma vez que aquela residência era de sua família desde os anos 20. Haviam lustres no teto, sofás com designes antigos.
Quando terminava de beber um refresco que me foi oferecido pela serviçal da casa ele enfim apareceu, suado, carregando as mesmas mochilas e malas pesadas de sempre. Adriel era uma pessoa magra, com uma estatura média, branco, tinha cabelo liso que se repartia até a base do rosto, era de boa aparência, e tinha presença. Sempre demonstrou ser esperto, astuto e muito seguro de si.
Adriel também era um pouco paranóico, por alguma razão ele acreditava que alguém poderia roubar ou sabotar nosso projeto, por esse motivo, todo dia pegava os softwares e partes essenciais da máquina que inventamos e levava de volta para casa.
Entramos no seu carro e ele dirigiu até o galpão onde nosso laboratório ficava localizado, em Midtown Manhattan.
Chegamos no lugar, por volta das 15h30. O galpão ficava em um prédio de alto padrão, tinha uma segurança reforçada na entrada, e no interior um estacionamento no térreo com uma porta de vidro no meio, com um elevador que dava acesso aos andares do prédio. Seguindo por esse caminho até o primeiro andar, passávamos por uma grande área e depois dela tinham um largo corredor com várias salas em suas laterais, a nossa era a terceira a esquerda. Por questões de privacidade todas tinham vidro fumê e sempre estavam fechadas.
Eram grandes, e como toda aquele lugar, estava sempre desertas. Dificilmente víamos pessoas naquela área do prédio, no total havia em torno de trinta salas, mas só chegamos a ver apenas duas sendo adentradas. Naquele dia em específico vimos uma dessas salas sendo usadas por uma idosa, ela sempre entrava ou saia de uma sala bem mais à frente a que usávamos, se certificando sempre de olhar em volta para ver se havia ou não alguém por perto. Brincávamos sempre sobre o que ela fazia de fato naquele lugar.
A outra sala que chegamos a ver sendo utilizada, provavelmente servia para abastecimento e reabastecimento de materiais de alguma empresa, que fazia esse ciclo toda segunda-feira, eram normalmente homens de terno que carregavam algumas caixas lacradas e bem protegidas por volta das 16h00, às vezes 16h30. Por isso no dia em questão como esperado não os vimos.
Se havia mais alguém no lugar sinceramente não reparei, estava muito ansioso, nós iríamos nos apresentar para dois possíveis investidores, o que já tinha acontecido naquele mês todo. Algumas propostas até pensava que não valia a pena, mas em todos Adriel encontrou algum problema que inviabilizava o negócio, e eu já estava bastante tenso com aquela situação, queria conseguir fazer o projeto ser financiado.
Fazia mais de três anos que trabalhávamos naquilo e foi naquele período do ano a primeira vez que finalmente tínhamos finalizado todos os procedimentos dos teste e das experiências com a máquina, e eu tinha certeza que não teríamos maiores problemas, pelo menos era o que pensava, porque ao longo daquele mês percebi que existiam muitas outras variáveis emocionais.
Entramos na sala onde a máquina estava e ligamos as luzes. Era um laboratório com vários fios e cabos grossos, alguns envolvidos em papel alumínio. Havia placas transparentes com circuitos inseridos neles que se estendiam do meio até o fim da sala, todos interligados a até uma maquinário que ficava colado ao teto na parede do fundo equidistante de cada ponta lateral da sala. O maquinário era oval, parecia uma cápsula, tinha cabos que se segmentavam descendo e envolvendo um grande capacete metálico acoplado a uma cadeira abaixo dela. Do lado da cadeira a uns cinquenta centímetros lateralmente nos dois sentidos, havia duas paredes finas de cada lado, curvadas, formadas por metal que subiam do chão até o maquinário oval no alto.
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O Efeito Inevitável
Misteri / ThrillerHannah Watson é uma advogada que acaba de retornar a Nova York, cidade onde cresceu e passou a maior parte de sua vida. Embora aparentemente tenha voltado por motivos profissionais, seus objetivos vão muito além disso. Coincidentemente (ou não) ao s...