Lise Walker
03/05/2022
23h30
Estávamos todos reunidos e Zyfek havia começado a falar:
— Maquiavélico... Há alguns anos, surgiu boatos sobre um homem que se denominava assim. Como uma espécie de gerenciador e financiador, e pelo que costa ele investiu e aumentou a área de atuação das máfias. Tornou as atividades mais invisíveis, funcionais, e lucrativas, ganhando notoriedade e poder nas organizações. Alguns informantes da máfia afirmaram que ele é uma mente influente por trás da maioria das atividades das máfias e organizações criminosas não só de Nova York, mas também de outras nos EUA. Outros chegaram até a afirmar que ele tem influência nas mais importantes organizações criminosas de todo o mundo.
Eu o olhei demonstrando achar aquilo tudo papo furado, e ele mesmo percebendo isso continuou a falar.
— No começo houveram algumas investigações do FBI da qual eu mesmo cooperei. Muito se ouvia e analisava sobre mortes de alguns membros e inimigos poderosos que pela história baseada nessa teoria, se recusavam ao contrário da maioria, que era ceder parte da suas operações. Porém, nada de fato foi comprovado sobre a sua existência, nem sobre a atuação de alguém assim nas famílias das máfias. No fim, a maioria de nós que investigávamos e inclusive membros da própria máfia acabaram por achar que essa pessoa nem sequer existia de fato, e que foi apenas uma invenção para tirar o foco das investigações sobre os reais motivos dos crimes, e criar uma espécie de mito sobre a existência dele e de um crime organizado extremamente estruturado. Tudo isso para que pudessem ajudar a recuperar de alguma forma o prestígio e poder que já tiveram antes. Só que esse boato ficou cada vez mais forte com o tempo. Ao ponto de não poder ser ignorado. Para resumir, eu tenho alguns contatos de pessoas que fazem parte dessa investigação sigilosa, e um deles pode ajudar.
— Então você conhece alguém da máfia que tenha informações? Tem certeza disso, não pode ser perigoso? — Questionou Hazael.
— Creio que não. Na verdade, informante séria um termo errado. Digamos que ele esteja mais do lado de cá do que de lá. — Respondeu ele. — Além disso, ele está trabalhando para o governo, recolhendo informações sobre esse tal Maquiavélico até hoje.
— Não temos muita escolha, seja lá o que aconteceu entre ela e o Daniel Morgani, não foi deixado para trás nenhum vestígio ou pista sobre essa tal ligação. — Completou Hannah.
— Então continuaremos até encontrar algo não é? Eu não sou tão boa nesse esse tipo de coisa como vocês, mas pelo que entendi tudo indica que o Daniel Morgani deve realmente estar mesmo envolvido com o crime do caso Waltman e com essa conspiração. Se seguirmos com isso então uma hora a verdade vai aparecer. — Argumentei.
— E quanto ao Mascarado. — Disse. — É claro que ele não conseguiu provas sobre o que está acontecendo, entretanto, se ele sabe de algo e decidiu agir assim, ainda quer de dizer que de algum jeito ele descobriu sobre tudo, não é? E se tentássemos contata-lo? Isso poderia acelerar as investigações e quem sabe conseguiríamos impedir o julgamento.
— E como faríamos isso? — Perguntou o Nick.
— Uma emboscada, usando o Juiz que Zyfek salvou, sei lá, se usássemos qualquer método que nos permitisse nos aproximar para conversar, eu sei que é loucura mas...
— Não penso que seja possível. — Respondeu Hazael. — A maioria dos investigadores designados no caso não são mais do nosso departamento de polícia. Não sabemos como funciona plenamente a operação, nem se dentre eles possa ter mais alguém ligado aos conspiradores. A probabilidade de ter mais um infiltrado é alta. Por isso arriscar assim nessa situação pode ser um tiro no pé para nós.
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O Efeito Inevitável
Mystery / ThrillerHannah Watson é uma advogada que acaba de retornar a Nova York, cidade onde cresceu e passou a maior parte de sua vida. Embora aparentemente tenha voltado por motivos profissionais, seus objetivos vão muito além disso. Coincidentemente (ou não) ao s...