Capítulo 6

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Zyfek Cooper

A adrenalina aumentava a medida que corria desesperado em direção a esquina. O frio, o clima com nuvens negras de chuva, a ventania, nada disso impediu o meu sangue de ferver, quando virei a rua não podia mais ver o carro, era uma rua reta, com uma ladeira no horizonte. Continuei ao correr o máximo que pude, quando finalmente cheguei na ladeira, vi o carro já uns 400 metros do fim da ladeira, parado no meio fio e a uns 300 metros de onde eu estava.

Eles notaram o vazamento ou o carro parou de funcionar era o que pensava aliviado. A rua naquele trecho era cercada de casarões e prédio antigos, alguns eram até Hotéis. Havia um grande prédio à direita, do lado onde eles estacionaram, ela cobria o resto da rua por todo o quarteirão daquele lado, indo desde o fim da ladeira até o porto no final da rua. Era uma antiga fábrica de gelo com dois andares que ficava depois de um cruzamento, fiquei sabendo depois que ela não funcionava desde sua interdição há alguns meses por risco de desabamento. As janelas estavam todas cimentadas ou lacradas com madeira, parecia ser uma construção antiga do século XX sem nenhuma sinalização. A área estava bem deserta, tirando os quatro policias e o juiz que estavam do lado de fora do carro na calçada em pé, não havia mais ninguém próximo, os policiais Johnson, Morgan, Simon e Rogers discutiam algo e o juiz naquele momento sentava-se na calçada. Comecei a diminuir o ritmo da corrida à medida que descia a ladeira, mais aliviado, mas aí eu vi, acima na cobertura da antiga fábrica vindo do lado direito do prédio, estava de lado, com uma roupa negra com um capuz que balançava ao vento, despercebido, e caminhando tranquilamente. Seu rosto estava coberto por uma espécie de máscara, metade dela era branca com a extremidade do olho negro, e a outra metade negra com a extremidade do olho branco.

 Seu rosto estava coberto por uma espécie de máscara, metade dela era branca com a extremidade do olho negro, e a outra metade negra com a extremidade do olho branco

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                                                                                     Arte feita por Artons

Ele havia chegado na borda do prédio e estendendo uma faca, estava a posicionando naquele momento para arremessar na direção do juiz, que não tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Comecei a correr mais rápido, o alívio que a pouco havia sentido se transformou em um desespero completo. Estava pra sacar a minha arma, porém percebi que o mascarado já ia arremessar e não ia dar tempo para aponta-lá em sua direção, então gritei:

— Cuidado!!!

Todos me olharam surpresos e assustados, o suspeito mascarado que me viu de relance ficou por momento hesitante com a minha presença ali, aproveitei para apontar arma e atirar. Ele acabou se movendo para trás, presumi que a bala tivesse acertado de raspão próximo da região da costela já que sua reação foi correr com a mão naquela região se agachando, e indo para trás à direita se afastando enquanto eu continuava a atirar mais e mais a medida que ele corria para aquele lado.

Ele terminou escapando do meu campo de visão, pois havia um prédio bloqueava o ângulo dos tiros. Quando finalmente cheguei próximo da fábrica já não havia nenhum sinal dele. Eu achava que ele ainda devia estar lá em cima em algum lugar, pois aquela fábrica era isolada, ocupando toda a quadra de aproximadamente 40 m × 40 m, além de que havia uma entrada à direita na rua transversal, um portão de madeira acorrentado a um cadeado.

O Efeito InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora