Capítulo 38

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Hanna Watson


Subia as escadas me aproximando cada vez mais do cômodo que daria na porta do que parecia ser uma grande sala, era lá que o Anthony a pessoa que por tanto tempo planejamos emboscar estava. Meu coração começava a ferver só de saber que estava tão perto. Se conseguíssemos o que tanto queríamos ali poderíamos finalmente chegar no Daniel Morgani. 

Entretanto...

— O que você está fazendo? — Questionei após ver que meu corpo não respondia, eu não conseguia mais me mexer, e embora tentasse dar mais um passo em frente ele resistia, tremendo evitando que pudesse fazer o movimento completo.

Ainda perplexa ouvi a voz dela em minha cabeça:
— Não posso! Não posso deixar a gente fazer isso! — Dizia a Sétima.
— Do que você estar falando? Foi para este momento que fizemos tudo isso! Nós temos que pega aquele verme, é a nossa única opção! Senão tudo terá sido em vão, o sacrifício de todos até agora, até o sacrifício deles também!

A minha visão começou a ficar embaçada enquanto ouvíamos tiros ao fundo vindo do andar de baixo. Perdi o equilíbrio e me apoiei nos degraus com uma das mãos e dos joelhos ainda flexionado. Ela havia começando a dominar não só o corpo, mas a mente também. Eu estava sendo completamente expulsa.
— Não, não vou mais fazer isso, não vou permitir que ajam assim! — Afirmava ela já falando e controlando o corpo enquanto colocava a mão na metade esquerda do rosto. — Você acabou de dizer que a morte deles teriam sido em vão?! Não sabemos nem sequer se foram mortos, porque está falando isso dessa forma!
Enquanto ainda ouvimos tiros vindo de onde eles deviam estar eu disse ainda tentando resistir:
— Então é disso que se trata? Você não quer que eles... Sétima, você acha mesmo que salvar eles é mais importante do que conseguir nossos objetivos, agora que estamos tão perto?
— Eu cansei disso... — Disse ela. — Não quero deixar mais ninguém morrer por minha causa. Se agirmos assim, manipulando todos dessa forma, no final das contas não seriamos em nada diferente deles.
— Não! Esse seu sentimento só vai colocar tudo a perder...Você não... — terminei dizendo "...entendi isso?" com a voz já dentro da sua menti, afinal havia perdido o controle, ela conseguiu assumir o domínio do corpo e em seguida ao virá-lo começou ainda que com dificuldades descer os degraus.
— Sétima — Disse a Primeira em sua mente. — Você entende que mesmo que você vá lá, ainda assim não tem habilidade suficiente para lutar contra aqueles dois?
— Não importa! Tentarei salvá-los de qualquer jeito!
— Acredita mesmo que deixaremos você fazer isso livremente? — Disse a Segunda em sua consciência enquanto tentava evitar que caminhasse isso. Até aquela altura lutávamos pelo controle do seu corpo, mas ela estava determinada no momento e não tínhamos mais autonomia nem mais controle do corpo do que ela, afinal ela era a original, a única capaz de poder fazer isso era a Sexta, por ser mais próxima a ela, entretanto, ela não tinha feito ou dito nada até então, até que:
— Deixem ela ir! — Aconselhou a Sexta como uma voz mais suave na mente. — Impedi-la não adiantará nada...No final das contas tentar impedir um corpo que não nos pertencem é inutil.
— Do que você está falando? — Indaguei — Se fizermos isso ele...
— Ele ainda estará aqui. — Respondeu a Sexta. — Tudo o que temos que fazer é sermos rápido e criar outro plano para lidarmos com ele caso não dê tempo. Mas fazer isso agora sem a cooperação da Sétima é praticamente impossível.
A Sétima já havia terminado de descer as escadas ainda que lentamente apoiando-se na parede enquanto a Sexta continuou a falar:
— Mas ainda que vá lá sozinha você não vai conseguir nada. Sétima deixe-nos ajuda-la. Quarta você poderia?
— Entendi. — Respondi. — Não estou de acordo mas...
Então a sétima correu em direção ao corredor onde eles estavam e instantes depois tomei o controle e quando virei enfim o corredor, os dois homens que estavam perto da porta e deles prestes a atirar. 

O Efeito InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora