Capítulo Vinte e Seis

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Os segundos se transformaram em minutos, e deles vieram as horas, o silêncio ainda reinava no lugar e por assim seria adiante. 

Quem conseguiria falar algo? Quem teria coragem de esboçar uma sequer palavra?

A verdade é que toda aquela cena parecia mais um filme de ação, esperavam que o Toretto aparecesse em qualquer instante de tão surreal que era tudo aquilo. 

A morena com certeza tinha surpreendido a todos. 

A bandida então, parecia em outra dimensão, encarava o nada pensando em tudo, cada movimento, cada palavra, cada reação daquela noite tinham sido reprisados em sua mente naquelas infinitas horas que se passaram.

Tinha cerca de duas, três, talvez quatro horas desde que Larissa tinha desmaiado, as únicas reações de todos foi levar as duas desacordadas para casa de Sabrina, o lugar pequeno porém aconchegante nunca se viu tão cheio, mas pouco importava, todos apenas esperavam por uma confirmação de que Larissa estava bem e então iriam embora. 

A outra foi chamar a ambulância para Leo e a gravida, que naquela altura já deveria ter tido o bebê, Prego foi com eles, apenas para ficar de olho. 

Não sabiam se se preocupavam com Leo, com Raquel, com Sabrina ou com Larissa, DG tentava a todo custo acalmar Gabriela, que não parava de se balançar na poltrona da sala e roer as unhas, e apesar de se preocupar mais em acalmar sua amada do que demonstrar preocupação, ele também estava com os nervos a flor da pele. 

Por sorte, Alanna tinha ido dormir com uma amiga de escola, assim não seria mais outro problema pra Sabrina.

Ela tentava a todo custo não chorar, primeiro porque estava na frente de outras pessoas e não era essa a visão que queria que tivessem dela, segundo porque estava se culpando por permitir aquela situação, pois poderia ter acontecido qualquer coisa com qualquer morador da favela, e terceiro, porque um desses moradores era Larissa, e por mais egoísta que fosse, imaginar que algo de ruim acontecesse com outra pessoa doía muito menos do que se fosse com Larissa. 

Mas tirando todo mundo dos seus profundos pensamentos amargos, o telefone tocou, dando um leve susto em todos, DG esticou a mão no bolso e pegou, arrastando o dedo na tela e levando o aparelho ao ouvido.

- Qual foi menor? - Perguntou para a pessoa do outro lado. 
- Como é? - E de repente aquela frase chamou a atenção de todos, que mesmo menos absortos, ainda não davam a total atenção àquela ligação. 
- Sério mermo menor? - Ele mantinha a feição séria e suspirou fundo, negando com a cabeça. 
- Já é, já é. - E então desligou a ligação, guardando o celular novamente no bolso. 

- Desembola DG. - Se pronunciou pela primeira vez, Sabrina se endireitou no sofá e olhou atenta para seu amigo. 

- Leo caiu, Mendes. - Falou com pesar. - Já era. 

Aquilo foi o ultimato para Sabrina. Ela não era próxima de Leonardo, tão pouco poderia dizer que o conhecia, se se viram três vezes foi muito mas... Ele estava sob a proteção dela na ausência de Tubarão, e além de ser um peso enorme em suas costas, ainda iria trazer problemas com o "patrão". 

- Bina? - Pareceu até combinado, a voz arrastada de Larissa chamando a atenção de todos. 

Sabrina pulou do outro sofá em menos de segundos, se abaixou e se ajoelhou próxima ao rosto de sua menina, se apoiou onde pôde e acariciou o rosto da garota.

- Oi meu amor....- Cumprimentou baixinho. 

- Amiga! - Cumprimentou também Gabi, com o alívio nítido em sua voz, algumas lágrimas ameaçaram cair, mas logo ela as limpou. 

Amor De Bandido - Livro I | TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora