A essa altura Larissa já havia perdido as esperanças.Pensou que talvez Sabrina achava que não valia tanto esforço.
Pensou que talvez já pudesse ter invadido para resgata-las e não tinha conseguido, ou pior, tinha morrido.
Pensou que ficaria semanas e meses ali.
Na verdade já acreditava que tinha pelo menos sete dias ali, não tinha certeza, mas era o que parecia em sua mente.
Sua convivência com Raquel tinha ficado cada vez pior, agora mal se olhavam, sequer ficavam próximas.
Recebiam dois pratos de comida e água em horas distintas, as vezes parecia vir muito rápido, outras pareciam demorar horas e horas.
Seu "dias" - pois não sabia ao certo que horas era dia ou noite - era baseado em olhar pro nada e pensar em tudo.
Infelizmente tinha sido obrigada a superar toda aquela sofrência que viverá nos primeiros dias, não podia ficar dias e dias chorando pois, tinha que estar preparada pra tudo e qualquer coisa que viesse por aquela porta.
Paloma nunca mais apareceu, apenas aquele homem desconhecido que a livrou de uma surra dias atrás e o tal do Zé pequeno, vinham trazer as refeições.
Sentia que hoje estava chovendo, o ar mesmo que abafado pelo quarto fechado, parecia umido.
– Estão vindo... – A voz da outra colega de "cela" chamou sua atenção e ela se levantou da cama, trincando o maxilar e os olhos atentos aos passos cada vez mais próximos.
Cada vez que eles vinham sentia mais medo, não sabia o que esperar, não sabia o que iria receber, sabia sempre que não era coisa boa.
A porta se abriu num baque forte e os dois cambaleando para dentro do quarto, estavam bêbados, por instinto Larissa sentou ao lado de Raquel e segurou sua mão, e por incrível que pareça a grávida retribuiu, ambas estavam com medo, era notório.
– Sabe seriguela, nunca fodi uma grávida menor... – A voz rouca e arrastada do homem que ainda não sabia o nome soou como um tiro.
Instantaneamente Raquel segurou com força os dedos de Larissa e sentiu seu coração palpitar tanto que doía, Larissa não ficava pra trás, o desespero subindo por suas entranhas a deixando cada vez mais agoniada.
– Quer experimentar neguinho? – Zé pequeno disse com um sorriso diabólico.
– Não... Por favor não! – Começou a suplicar e soltou a mão de Larissa.
– Cala a porra da boca. – Ele puxou uma pistola da cintura de repente e apontou pra Raquel
– Não. – Larissa se levantou e tentou ir pra frente de Raquel mas foi carregada pela cintura e impedida de proteger a outra mulher.
– Prometo ser gentil com você certo, só você ficar quietinha e não gritar. – Sua voz saia como um psicopata, baixa e sorridente.
– Não por favor, minha filha, por favor não! – A garota já chorava em pânico, tentava se proteger com as mãos mas era em vão, estava debilitada, sentia contrações por dias seguidos, mal comia ou bebia, estava fraca.
– Adianta menor, Paloma chegar vai dá b.o. – Zé pequeno reclamou e o homem entregou a arma pra ele, abaixando sua bermuda surrada e suja.
– NÃO! NÃO POR FAVOR, FAZ EM MIM, NELA NÃO! – Num instinto protetor Larissa berrou se debatendo nos braços do outro homem, implorando pra que Raquel e sua filha ficassem protegidas. Aquela súplica chamou a atenção deles e ela então parou de se debater.
– Como é? – Perguntou o homem de bermuda arriada.
– Faz em mim, eu não vou gritar, fico quietinha, por favor deixa ela. – As lágrimas já escorriam do rosto das duas.
– Larissa... – Sussurrou Raquel, impressionada com a atitude da mulher.
– Você quer, é? – O homem sorriu grande.
– Sim, faça em mim. – Ela disse aquilo a contra gosto.
Zé pequeno então a soltou e o homem veio até ela, Raquel se encolheu no canto da cama, escondendo a barriga com os braços como podia, Zé pequeno se sentou na cadeira bamba e colocou seu membro pra fora começando a se masturbar antes mesmo de tudo acontecer.
Toda cena era nojenta.
As lágrimas desciam grossas e quentes, ensopando o rosto da pobre garota, seu short foi tirado com pressa e agressividade, foi jogada com força na cama fina e sentiu suas costas arderem contra as madeiras da cama, o homem desceu o resto da roupa ficando completamente nu, nunca sentiu tanto nojo de alguém em sua vida, sentia ânsia, raiva, desgosto.
Ele segurou seu membro e não teve pena ou pudor, se inclinou acima da mulher se segurando nos cotovelos, pegou seu membro e enfiou.
– Ai, ai, ai... – gemeu de dor e sentiu um arder no rosto, seguido pelo som do tapa, seu rosto ardia e formigava, fungou com força e agarrou os velhos lençóis da cama que rangia como nunca antes.
Enquanto ele gemia de prazer ela soluçava e chorava descontroladamente, tentava pensar em outra coisa na esperança do tempo passar rápido mas a dor era tanta, a dor física e emocional era tanta, que não conseguia sequer respirar direito.
– Ar... Caralho! – Gemia em completo prazer.
– Lari... – O sussurro do choramingo de Raquel fez Larissa chorar mais ainda, só queria que aquilo acabasse.
Ele estocava cada vez mais forte, mais fundo e mais rápido, todo seu corpo doía, toda sua alma sofria, seu coração mal batia de tanto desgosto, levou uma das mãos ao pescoço de Larissa e apertou com força, a garota sufocava aos poucos e por defesa levou as mãos ao braço do homem, numa tentativa falha de retirar ou ao menos folgar o aperto, sentia o ar indo embora, sentia sua garganta implorando por oxigênio, sentia sua intimidade arder e doer, sentia seu estômago revirar e aos poucos perder os sentidos.
– Por favor.... Para por favor! – Implorava Raquel. – Você vai matar ela, pelo amor de deus para! – Ouviu o estalo do tapa e automaticamente sentiu medo por Raquel, ouvia os gemidos dos dois, ouvia o som rouco de sua garganta implorando por socorro, ouvia passos e ouvia seu coração bater forte e lento.
Elevou as mãos até os ombros e em tapas frenéticos com sua última gota de força tentava afastar o homem de cima de si, batia em todas as direções sem conseguir ver corretamente onde estava batendo, sua visão estava turva e escurecida.
– QUE PORRA É ESSA!? – Reconheceu a voz de Paloma e o bater forte da porta na parede.
Mas já era tarde, já tinha perdido as forças, sentiu quando o homem foi puxado com força de cima de si, sentiu quando o oxigênio voltou para seus pulmões e mesmo fraca e debilitada puxou dolorosamente o ar, sentiu as mãos finas de Paloma em seu rosto, ouviu palavras altas distintas, ouviu os tiros, o grito, mas foi tarde demais, ela não entendia, não conseguia raciocinar, seus olhos se fecharam, seu corpo perdeu a força e sua respiração estava por um fio.
Ela estava indo embora, foi tarde demais...
![](https://img.wattpad.com/cover/309990121-288-k952009.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor De Bandido - Livro I | Trilogia
RomanceEla não era perfeita, de longe a melhor escolha, nossa história tinha altos e baixos, mas passar meu tempo com ela eram meus melhores momentos. Quem vê nem pensa que quase não ficamos juntas, quase mesmo, mas no final, no final eu me entreguei, no f...