Capítulo Dois

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Acordei com o sol entrando pela janela e batendo em meu rosto. Me reviro na cama até encontrar meu celular, vejo as novas notificações e olho a mensagem de Gabi.

Gabi • Ei piranha, acorda que você não nasceu herdeira, vamo numa lojinha agora de tarde, comprar uns negócios pra mim, chego aí em 15.

Eu • Já é.

Eu e Gabi tínhamos o combinado de não falar nada inapropriado na frente de minha vó, já que da última vez que Gabi me chamou de piranha minha vó fez um discurso de uma hora e meia  sobre respeito e amor próprio. Cara, foi traumatizante.

Levanto da cama e vou até o guarda roupa, escolho um short jeans claro, um body preto e separo minhas havaianas, vou para o banheiro, tomo um banho rápido e saio do banheiro enrolada na toalha, me visto, passo desodorante, perfume, coloco meus acessórios e faço um rabo de cavalo frouxo no cabelo, puxo uns fios enrolados na lateral deixando um charme e estou pronta.

Por coicidencia assim que saio do quarto Gabi me grita no portão, coloco apenas meu celular no bolso e vou até minha vó para me despedir.

" Tchau vó, vou comprar com a Gabi" – Despejo um beijo em sua testa e saio rápido de casa sem ao menos escutar sua resposta.

" Menina tenho que te contar uma coisa. " – Ela diz assim que nos afastamos de minha casa.

" Iih lá vem problema." – Subimos a ladeira do morro e passamos cumprimentando alguns conhecidos.

" Papo reto o que vou te contar." – Ela sorriu sacana e já entendi que era sobre homem.

" Desembucha mulher." – Digo sem paciência pra tanto suspense.

" Lembra do DG?"

"Não, quem é?" – Junto as sobrancelhas confusa.

" O DG cara, aquele que estudamos juntas na escola, que era doidinho por ti, mas você deu um fora nele." – Ela diz e forço a mente tentando me recordar.

" É um menino que agora tá de cabelo branco? " – Pergunto.

" É, esse mesmo."

" Tá, mas o que tem ele?" – Disse ofegante por acabar de subir a ladeira.

" Então, ontem a noite quando cheguei em casa, eu postei aquela foto e ele curtiu, sendo que ele nem me segue, aí depois disso ele começou a me seguir e curtiu quase todas, aí eu como sou descarada né, fui perguntar a ele se tinha gostado do que via, porque tinha curtido quase todas." – Ela gesticulava animada, falando sobre seu mais novo peguete.

" Mas é uma piranha mesmo, né rapaz?!" – Eu digo rindo e ela faz cara de deboche.

"Sou, e se você tá comigo é porque temos algo em comum. Enfim, ficamos conversando quase a madrugada inteira e marcamos de se bater hoje no rolê."

" Aí Gabi, esse cara não é envolvido?"

" Idai mulher, eu vou casar com ele? Só vou dar uns pega e depois rala. Sabe disso. " – Ela para em frente a loja de roupa e entramos.

"Gabi, sabe que não apoio essas coisas, se liga em." – Ela revira os olhos e entendo que o assunto se pôs um fim.

(...)

Saímos de lá quase escurecendo, descendo o morro com mais de três sacolas na mão, Gabriela realmente não tinha limites, comprava descontroladamente, não sei como conseguia se bancar com apenas um salário.

" Vai se arrumar lá em casa não é?" – Paramos na rua em que íamos nos separar.

" Sim, só vou separar as coisas e encosto lá." – Ela assente, mas  de repente olha por trás de mim e aponta com a cabeça, me viro imediatamente dando de cara com Lorena subindo o morro com uma de suas colegas.

Amor De Bandido - Livro I | TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora