Capítulo Trinta e Um

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Quando recobrou seus sentidos não fazia ideia de quanto tempo havia ficado desacordada.

Se antes sentia dor, agora seu corpo inteiro latejava, pulsando ondas de dores por cada centímetro de seu ser.

Até o ato de respirar doía.

Ela olhou com dificuldade ao redor e não avistou Raquel, aquilo a deixou mais em pânico.

Tentou com toda força que restava se levantar, mas sentia uma forte dor nas costelas que impedia de conseguir sequer se movimentar direito.

A luz dessa vez estava ligada, ela tinha aparecido na cama e imaginou que provavelmente alguém a jogou ali, o colchão tão fino que conseguia sentir as madeiras da cama velha, se sentou com muito custa e analisou todo o ambiente.

Ali, sozinha sem saber onde estava Raquel, onde estava Sabrina, o que havia acontecido com o corpo de sua vó e principalmente quando iria embora dali, ela finalmente se deu o luxo de sentir o luto, chorou, chorou de doer sua garganta, seus olhos, chorou ao ponto de não conseguir respirar, soluçava alto, fungava com força, era uma dor que superava a física, sentia seu coração apertar, comprimir de desgosto, seu estômago doer, sentia algo mais forte que as próprias dores físicas que sentia.

Não sabia quanto tempo ficou naquele lugar, não conseguia mais ter noção de horas ou dias graças as incontáveis vezes que esteve desacordada, mas sabia que o pouco tempo já era o suficiente pra parecer anos sem sua querida avó, não podia nem ter a oportunidade de cuidar com carinho do velório da senhora, não sabia nem se alguém tinha se prontificado em cuidar disso, mas tinha certeza que não seria com o mesmo cuidado que ela.

Era triste pensar num futuro sem ela, em momentos da sua vida que agora seriam lembranças.

Mas era essa sua atual realidade, seu futuro seria somente ela por ela mesmo, de agora em diante, e por mais que isso doesse como os infernos, era isso que ela teria de aceitar.

E de repente um barulho alto fez-se presente, chamou sua atenção e em movimentos rápidos se sentou como pôde - graças as dores - e limpou o rosto com as costas das mãos, os passos aumentaram e a porta então se abriu, o famoso Zé Pequeno adentrou o quarto como se fosse um furacão, empurrou a porta com força e caminhou em passos pesados, consigo vinha Raquel, sendo puxada com uma agressividade desnecessária até a cama, onde foi jogada de forma bruta. 

- EI! Ela está grávida, não precisa disso tudo! - Num ato propulsor Larissa rugiu contra o homem negro e se arrependeu imediatamente. Ele se virou em sua direção e deu alguns passos com a expressão mais aterrorizante possível e a morena já podia sentir o peso de sua mão em seu rosto antes mesmo dele chegar perto dela. 

- Coe Seriguela, Paloma mandou deixar as mina quieta. - Outro homem que ela não havia notado falou e tirou a atenção do homem dela, ele suspirou pesado com ódio em seus olhos e se virou sem soltar uma palavra sequer. 

A porta bateu com força e então o silêncio reinou novamente. 

- Obrigada por tentar me defender, mas se quiser morrer, faça isso sozinha por favor. - Reclamou a outro garota tentando se levantar da cama velha. 

- Você vai ficar me tratando dessa forma até quando? Acho que já estamos fodidas o suficiente pra uma ficar se atracando com a outra. - Soltou frustrada, bufou chateada com toda a situação e novamente se endireitou na cama num ato de agoniação. 

A outra repentinamente se enfureceu tanto quanto Larissa, se virou para mesma e fechou sua expressão. 

- Acha que eu deveria te tratar como uma rainha, vossa alteza? - Debochou. - EU perdi o meu marido por sua causa, na sua ideia maravilhosa de querer salvar a pátria. - Respirou fundo e apontou enfurecida pra Larissa. - Nem passou pela sua cabeça que aqueles tiros pudessem pegar em Geovane, em mim, em minha filha, em sua melhor amiga! - Gesticulava com as mãos e falava com sarcasmo. Larissa não teve palavras, não conseguia expressar o quão arrependida estava de agir sem pensar daquela forma e naquele instante pensou que se pudesse acharia outro jeito de proteger Sabrina aquele dia. 

- Tudo o que eu tinha em minha vida você tirou, eu sou sozinha desde meus doze anos, o Leonardo cuidou de mim, me levou pra sua casa e me protegeu quando nem as porras dos meus pais drogados quiseram, minha vida, minha filha, minha felicidade eu devia a ele, e você o tirou de mim, num pensamento egoísta e egocêntrico, você nem ao menos foi me visitar, se desculpar, seguiu com sua vidinha de contos de fada enquanto eu ia pra UPA por contrações graças aos problemas que eu enfrentei sozinha!  - Mesmo que não quisesse, mesmo que ambas tentassem se controlar, foi involuntário quando as lágrimas escorreram por seus rostos, ambas se sentiam más e melancólicas com toda aquela situação em si. 

- Eu... E-eu sinto tanto Raquel, eu sei que fui horrível nisso tudo, eu sinto muito. - Disse em lágrimas.

- Suas desculpas não vão trazer meu homem de volta, então cala a boca. - Raquel deu as costas e pois um fim naquele assunto, tratou de ficar o resto da noite o mais longe possível de Larissa e aquilo só a entristeceu mais ainda. 

Tentava entender a sua dor, ter empatia e compreensão por tudo que aquela menina passou, mas no momento só queria que tudo aquilo passasse e voltasse ao normal, que ao menos pudesse voltar no tempo e tomar uma decisão mais coerente que não machucasse ninguém. 

Ela chorou toda... a noite? a manhã? tarde? Não sabia, tampouco importava, mas tinha certeza que chorou por horas a fio, tudo estava saindo do seu controle, despencando aos poucos e ela não conseguia fazer nada pra melhorar aquela situação, não sabia por onde começar nem como começar.

Naquele instante, sabia que apenas algumas palavras de sua vó, resolveria todo aquele problema, e isso a fez chorar mais, porque agora sem ela, se sentia literalmente perdida. 




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Oi meus amores!! 

Vim aqui dizer o quão surpresa eu estou.

Gente, outro dia eu estava agradecendo pelos 1K e hoje já estou vindo aqui novamente agradecer. 

MUITO OBRIGADA PELOS 6K!!!! 

Eu to realmente surpresa como essa fic tomou uma proporção gigantesca, não imaginava nem metade disso, eu agradeço a todos que votam, comentam, indicam, continuam aqui lendo, eu simplesmente amo vocês de verdade.

Vocês são incríveis e muitíssimo obrigada por toda essa visualização. 

Sei que para alguns é pouca coisa, mas digo e repito, "pra alguém que não esperava nem 10 visualizações, isso é muitaaa coisa!". 


OBRIGADA NOVAMENTE E ATÉ A PROXIMA MEUS AMORES! ❤😍💋

Amor De Bandido - Livro I | TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora