Capítulo Dezessete

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Eu me pegava esperando vê-la cortar a rua quando saia do trabalho. Me pegava esperando aparecer uma notificação em seu nome no celular. Me pegava desejando que alguém me contasse qualquer notícia sobre a mesma, mesmo que eu não tivesse coragem de perguntar.

Não sabia se ela também estava passando por isso, mas essa semana passei esperando e esperando por qualquer notícia de vida dela, eu tentava e tentava espantar seu rosto e sua voz de minha mente, mas as lembranças insistiam em me torturar. Suas gargalhadas, seu cheiro, seu toque, até sonhado com ela eu tenho feito.

E o pior, é que no fundo eu estava começando a me convencer de que minha vó estava certa.

Aquele dia no shopping, aquela conversa, me deixou pensativa, me deixou confusa, mais confusa na verdade.

Eu não a via, não escutava sobre ela, tampouco perguntava, mas se alguém pudesse ouvir minha mente, saberia que em cada conversa que tinha com alguém que a conhecia, só se passava a inquietação de saber qualquer coisa sobre ela.

Eu tinha que ser sincera comigo mesma mas.... Cheguei a conclusão que até pra mim mesma eu mentia.

Eu precisava relaxar, me sentia tensa, ansiosa, desanimada e precisava urgentemente me distrair.

E como uma fada madrinha Gabriela chegou em minha casa, anunciando com fogos imaginários na cabeça que tinhamos um aniversário pra ir, de uma antiga colega de escola, seria em sua casa e convidaram apenas poucos colegas, apesar de não se falarem muito o convite surgiu e segundo Gabriela, era apenas porque as duas eram mulheres de bandidos.

Fiquei surpresa, até porque Milena batia no peito que ia casar com doutor e ser rica, e hoje é mulher de bandido. Vai entender....

– Eu fui convidada? - Perguntei intrigada.

– Bom... Não, mas ela falou que eu podia levar alguém se quisesse e eu quero levar tu. - Disse sorridente. Revirei os olhos e neguei com a cabeça.

– Ah Gabi, 'c' tá ligada que não  gosto dessas histórias de penetra, não sei não....- Reclamei e a mesma suspirou exasperada.

– Larissa relaxa que essa festa vai dar bom, só confia.  - Respirei fundo rendida e mais uma vez aceitei que iria cair nesse papinho de Gabi.

Foi nesse confia, que eu conheci a outra lá e tô aqui, igual uma adolescente desesperada pra que ela apareça ou mande mensagem.

– Ok, mas pelo menos precisamos levar um presente né? - Gabi bufou, levantou e me puxou pelo braço, me pegando de surpresa.

– Que presente o que Larissa, vai tomar banho que a gente já vai sair.

Fui emburrada até o banheiro e quando já lá dentro, Gabi fechou a porta, gritando que iria escolher uma roupa pra mim e era pra eu me banhar.

Não que eu não quisesse ir, eu queria, só estava desanimada, realmente precisava daquele aniversário, precisava relaxar e era isso que iria fazer, decidir por fim que iria pra esse aniversário e iria pelo menos, me divertir.

Entrei no box, tomei um banho quente e demorado, sem molhar o cabelo pois estava bonito e bem definido, me enrolei na toalha, passei meus produtos de pele e sai do banheiro, Gabi já não estava mais no quarto, mas as roupas e acessórios estavam postas sobre a cama.

Um short jeans justo, um cropped top preto de crochê com decote coração e uma rasteirinha branca. Estava tão menininha naquela roupa que me senti linda antes mesmo de me olhar no espelho, mas quando olhei, realmente me senti satisfeita, até meu humor havia mudado.

Decidi por pura animação ir fazer uma maquiagem, nada muito pesado, fiz a pele, um delineado e passei um batom nude, coloquei acessórios, perfume e peguei minha bolsa pequena, apenas para colocar algumas coisa necessárias.

Amor De Bandido - Livro I | TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora