Capítulo Vinte e Três

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Puta que pariu, o que essa mina tá fazendo comigo menor? 

Nunca em minha vida acreditei que diria essas palavras pra alguém além de Alanna, mas naquele momento, naquele instante em que ela soltou aquelas palavras, sem querer, sem maldade, sem controle, eu só senti a vontade imensa de retribuir. 

Larissa era uma mina top, tá ligado? Fechava comigo em todos os momentos, eu sei que no começo tudo eram flores e beijinhos, mas porraaaaaaa!!!!

QUE SENSAÇÃO GOSTOSA DO CARALHO MENOR!

Era uma coisa que eu com minha enorme ignorância não conseguia ao menor explicar em palavras, eu simplesmente sentia. Se me perguntassem agora o que estava se passando por minha mente, eu não saberia responder, só sei que sorria tanto que minhas bochechas começaram a doer, mas sinceramente pouco me importava, já que naquele dia eu era a mulher mais feliz e sortuda do Vidigal. 

- Ganhou na loteria Mendes? - Brincou JP, o mais novo promovido da boca, ele estava ao lado de Prego e DG, fechando e enchendo os pinos de droga para o baile mais tarde.

- Ela tá voltando da Larissa, por isso tá assim toda sorridente. - DG brincou, incentivando mais os sorrisos maliciosos e as piadinhas entre os dois, Prego obviamente incomodado respirou fundo e estalou a língua em uma desaprovação silenciosa que era ignorada por todos do local. 

- Tão de gracinha demais, já terminou de fazer essa porra ai? - Resmunguei num tom irritado fingido e olhei séria pros dois, que ficaram em silêncio, mas logo caíram na gargalhada comigo. 

- Bora meno, acaba logo com isso, tá na Disney? Tanto kikiki. - Reclamou Prego, irritado. 

- Iiiiihh alguém tá precisando relaxar hoje a noite. 

- 'C' tá cheio das gracinhas né JP?! Tá me tirando brother? - Prego parou o que fazia e olhou com cara de poucos amigos para JP, que logo mudou sua feição para confuso e revirou os olhos. 

- Relaxa ai Geovane, segura a emoça. - Comentou Diego.

- É cara, foi só uma brincadeira. - O mais novo integrante tentou se explicar e ficou calado meio sem graça, o menino sabia que era novo, não só na boca como de experiência também, sabia que não podia bater de frente com ninguém ali ao seu redor, apesar de sempre extrapolar um pouco nas brincadeiras, era um moleque bom num lugar ruim. 

Preferi não me meter naquele assunto, pois estava de muito bom humor pra me estressar com o nervosismo de puta do Geovane e do jeito que era explosiva, com certeza teria uma proporção bem maior. Me sentei desleixada no sofá, tirei a blusa pelo calor, ficando só de top e bermuda, àquela altura jamais haveria maldade entre qualquer um ali, já que éramos amigos desde muito novos e todos sabiam que não tinham menor chance. 

Comecei a empilhar os pinos pequenos de pó dentro de uma das varias maletas que Tubarão tinha separado para mais tarde, fazendo a contagem e anotando no caderninho, as vezes soltava uma risada abafada pelo nariz lembrando de mais cedo, as vezes lembrando de ontem, ou de antes de ontem, ou de toda semana passada, sem conseguir sequer esconder o quão apaixonada e feliz eu estava, me sentia uma adolescente descobrindo o primeiro amor. 

Na verdade era. Até então eu nunca tinha realmente dito aquelas palavras para alguém - Além de Alanna. - ou sentido tudo aquilo que Larissa me fazia sentir, já havia tido alguns outros rolos, mas nunca algo tão intenso ou verdadeiro. Larissa me deixava confusa a maior parte do tempo, sempre agia no automático e sem pensar com ela, desde uma caricia involuntária até um sorriso bobo quando a via andar, sorrir, se mexer, respirar enquanto dormia. 

Meu deus, estava tão melosa que eu mesma me sentia nojenta, mas particularmente não tinha a mínima vontade de mudar ou ter ações diferentes, eu sinceramente amava fodidamente o jeito que nós duas nos tratávamos e  qualquer mudança ou alteração com certeza me deixaria mal. 

Amor De Bandido - Livro I | TrilogiaOnde histórias criam vida. Descubra agora