"Ás vezes, amar alguém, dói".
— Lady Anastácia Morrison
Anastácia sempre apreciou a ideia de que era uma mulher forte e determinada; alguém que desbrava o mundo com muita coragem. Todavia, o que poucos sabiam, é que, no fundo, ela era uma mulher que também possuía inúmeras inseguranças, principalmente quando relacionado aos assuntos do coração.
Naquele determinado dia, por mais que tivesse tentado permanecer segura de si própria, temeu ter fracassado como mulher. Ela não era boa em lidar com sentimentos. Sempre fora considerada uma pessoa racional, e quanto mais pensava no fato de que Matthew estava ausente por horas na companhia de um antigo caso romântico, mais nervosa ficou. Sabia que o casamento de ambos não era de fato real, porém, de alguma forma, desejava que Matthew a amasse muito mais do que apenas uma amiga; um sentimento que ela deveria enterrar.
Naquele dia, um pouco mais cedo, após ter passado um bom tempo conversando com os colegas do professor Carter, Any foi diretamente para o hotel, acreditando que, devido a sua demora, Matthew estaria a esperando no quarto. Ledo engano. Matt ainda não tinha retornado, e a princípio, ela não se preocupou com a ausência dele. Todavia, conforme o ponteiro do relógio girou e as horas transcorreram, um incômodo sentimento pressionou o peito coração dela, como se quisesse sufocá-la.
Ao observar o pôr-do-sol pela janela, uma espécie de tristeza mesclada com a insegurança a atingiu.
O que Matt estava fazendo? Pensou, sentindo um caroço formar na garganta.
O dia cedeu o lugar para noite e o marido continuou ausente. Any manteve a esperança de que Matthew voltaria para o jantar, porém, desistiu um tempo depois e pediu para que subissem a refeição no quarto. Irritada, deixou de pensar no esposo e optou por procurar a veste de dormir. Foi exatamente naquele momento, enquanto segurava a chemise de algodão nas mãos, que o dito cujo adentrou, rindo, meio cambaleante pela porta.
— Any! Minha linda esposa! — exclamou, evidentemente alterado pelo álcool, e se aproximou dela.
— Está bêbado?
E cheirando a perfume de mulher! Pensou ela, indignada.
— Só um pouquinho! — Exibiu um meio sorriso.
— Matthew! Você passou horas ausente? Onde estava afinal? — Cruzou os braços avaliando o esposo dos pés à cabeça.
— Estava com Sarah, oras! — Balançou os ombros, como se aquilo não fosse nada demais. — Tínhamos tanto a conversar. Eu a acompanhei até a casa, ela me convidou para entrar, tomamos alguns drinques e quando eu vi já estava noite! Às vezes o tempo passa rápido, não é? — Tirou o fraque e afrouxou a gravata ainda presa ao colarinho amarrotado.
Inevitavelmente, os olhos de Any se encheram de lágrimas. Não conseguia acreditar que Matt realmente tinha feito aquilo e ainda por cima estava agindo como se não fosse a situação mais natural do mundo, o que absolutamente não era.
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Como Domar Uma Lady Selvagem
Historical FictionSINOPSE: No começo da temporada de casamentos em Londres de 1879, lady Anastácia Lumb, filha bastarda e supostamente a única herdeira do duque de Pennesburg, fugiu às pressas com seu melhor amigo, lorde Matthew Morrison, futuro duque de Hereford, pa...