SINOPSE: No começo da temporada de casamentos em Londres de 1879, lady Anastácia Lumb, filha bastarda e supostamente a única herdeira do duque de Pennesburg, fugiu às pressas com seu melhor amigo, lorde Matthew Morrison, futuro duque de Hereford, pa...
"Desejos carnais claramente possuem o poder de levar qualquer mulher a loucura. Disso eu tenho a mais pura certeza".
— Lady Anastácia Morrison
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Anastácia estava cansada de fato. Dormiu por todo o percurso, não foi capaz de despertar quando a carruagem parou de se movimentar e apenas acordou quando Matthew sacudiu seus ombros, chamando por seu nome.
Aturdida, e um pouco fora de si, ela abriu os olhos e soltou um bocejo esticando os braços.
— Já chegamos? — murmurou, piscando os olhos, ajustando à claridade.
— Sim. — respondeu Matt, estendendo a mão para ajudá-la a descer.
Ainda sonolenta, Any deixou a carruagem e logo seus olhos se depararam com uma fila de pessoas, perfeitamente alinhadas, trajando as típicas vestimentas de empregados e aqueles rostos desconhecidos a deixou completamente nervosa.
Ao passarem por eles, cada um se apresentou rapidamente a sua maneira. Any os cumprimentou com cordialidade e simpatia, não queria que a temessem, quando ela própria estava com medo.
Seguiram para dentro daquela mansão que felizmente fora mobiliada por lady Katherine Morrison. Matthew, assim como ela, estava muito calado. De um dia para outro, avançaram de amigos para marido e mulher e aquilo ainda era estranho para ambos.
— Preciso descansar. — informou ao Matthew, que assentiu com a cabeça concordando.
— Pedirei para que levem sua bagagem aos seus aposentos.
E assim, ambos giraram os corpos em direção diferentes. Any subiu as escadas e Matthew foi de encontro aos empregados.
Ao chegar no quarto, Anastácia sentiu uma leve familiaridade ao se recordar que passara ao menos uma parte da noite ali. Aquele amplo cômodo era o mais próximo de um lar naquele momento. Ainda não se sentia em casa e talvez nem viesse a se sentir. Era um novo mundo, muito diferente do que estava acostumada. Ela se encontrava-se contemplativa no meio daquele quarto, encarando a cama de dossel perfeitamente arrumada, quando três pessoas pediram licença e adentraram no cômodo.
— Vossa Graça já sabe o que deseja no jantar? — indagou o mordomo, muito sério, articulando as palavras com uma dicção impecável.
Any virou-se de modo a lhes conceder a devida atenção.
— Deseja que eu a ajude tirar o espartilho? — indagou uma das jovens.
— Vais banhar-se? — perguntou a outra logo em seguida.
E assim se iniciou uma série de questionamentos que Any não fazia ideia de como respondê-los.
Não. Ela não sabia o que devia pedir para que preparassem para o jantar. Acabara de chegar no quarto, não pensava em banho. Não tinha ideia se preferia xícaras brancas ou azuis. Se desejava cobrir a mesa com toalha de seda ou de algodão. Se preferiria assado ou algo cozido. Se desejava banho quente ou frio. Não tinha noção nem do que desejava vestir. Aquilo a deixou perturbada, e por um instante, todo o som foi abafado, ela apenas viu as bocas se mexerem freneticamente.
