chapter 11 - Olhos que quase nunca erram

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"Tenha cuidado ao fazer pedidos no escuro"

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Megumi tentava sobrepor o nervosismo que sentia ao se concentrar em cortar as verduras.

Infelizmente, não era tão bom nisso como pensava. Vez ou outra, seus olhos se moviam para a mulher cantarolando em frente a uma bancada de mármore enorme com um cooktop mais brilhante que sua toalha.

Ela não havia feito nada além do que deveria fazer. Esse silêncio estava o deixando angustiado.

— Você vai acabar cortando o dedo assim, querido. — Ela virou, sorrindo meigamente. Megumi quase pulou de susto, parando um pouco, sorriu amarelo para a rosada. — Não precisa ficar tão nervoso. Não estou te testando nem nada, agora somos família, queria passar um tempo com você... Conversar. — Cutucou a bochecha do moreno com o indicador, carinhosamente.

Vendo aquele sorriso, ouvindo aquele tom de voz, Megumi sentiu um calor confortável se instalar, mesmo que o nervosismo ainda continuasse.

— Então, como se conheceram? — Ela virou e voltou a mexer nas panelas.

Megumi quase perdeu a força com a pergunta. Respirou fundo mantendo a compostura e repassando toda a fanfic que Yuuji havia criado para esse momento.

"Vai dá tudo certo, confia Megumi! "

— Foi em uma festa... — Sussurrou tímido.— Sabe como seus filhos adoram uma saidinha.

— Sei sim. — Os dois gargalharam. — Não pensei que gostava de festas, baladas, esses eventos mais barulhentos, não aparenta isso.

— Eu não gosto. — Afirmou. — Yuuji me arrastou para lá — Soltou uma risadinha. — Não imaginei que ele também tinha convidado outras pessoas. Aquele lugar estava lotado, eu me perdi de Yuuji assim que entrei. — Bufou, aparentemente "cansado só de lembrar".

Hana largou o que fazia e se virou novamente para o moreno que cortava as verduras enquanto falava, interessada demais na história inacreditável para fazer outra coisa.

— Para o bem ou para o mal, acabei esbarrando com Sukuna. Senti uma sensação estranha quando o encarei pela primeira vez. — Riu meio perdido nas "próprias" memórias.

— Que tipo de sensação? — Hana estava começando a se deslumbrar pela história. Ela mirou o lindo sorriso meia face do moreno.

— Não sei como explicar, meu corpo paralisou, meu coração acelerou, eu não consegui tirar meus olhos dele por um bom tempo, ele chamou a minha atenção. — Piscou vagarosamente os cílios, mordendo o lábio inferior.

— É tão encantador a maneira como você fala do meu filho. — Hana estava com olhos brilhantes, totalmente encantada. Por um segundo, Megumi até se sentiu mal por toda essa atuação. — E depois?

— Depois, ele saiu com aquela face fria dele. — Bufou novamente, meio chateado, meio irritado. — Encontrei Yuuji, nós fomos para a área vip, e lá estava Sukuna, fiquei confuso do "porquê" estarmos indo já direção dele, mais confuso ainda ao notar a semelhança entre Yuuji e ele, eu fiquei como um peixinho fora d'água. — Gargalhou. — Foi um choque saber que os dois eram irmãos. Eu nem sabia que Yuuji tinha irmãos.— Mentiras misturada com verdades.

— Só para a senhora saber, isso foi a um ano e alguns meses, aproximadamente. A partir daí, acabamos nos encontrando várias vezes, principalmente quando éramos arrastados por Yuuji para algum lugar. As coisas foram acontecendo e se desenrolando.

— Sabe, eu acho isso tudo muito chocante. Sukuna, ah, esse garoto é tão complicado, eu realmente não esperava vê-lo casado, principalmente por ele ser tão desconfiado em relação a qualquer um, depois de tudo...— Ela sorriu, Megumi se surpreendeu quando ela segurou suas mãos por cima das delas. — Enfim, Megumi, eu sinto que você é um bom garoto, eu vejo que vocês estão felizes juntos, mesmo sendo assim tão de repente, eu estou feliz por vocês, nesse pouquíssimo tempo, eu vi as demonstrações de amor de vocês um pelo outro.

Casamento por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora