Casamento por Contrato

Chapter 23 - Algo Mudou

"Sair da minha zona de conforto é algo assustador, mas pior que isso é quando eu percebo... Que algo mudou."

- Megumi Fushiguro (Ryomen) -

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Sequer podia manter-se atento ao que os amigos blateravam, Megumi se concentrou na música que ecoava pelos fone-de-ouvido, "cinnamon girl"  da Lana Del Ray, embasado na letra e melodia, estava criando toda uma história em sua cabeça.

Algo como ser expulso e sempre voltar, pois já estava preso a alma de alguém. Coisas que quer dizer, o desejo de ser abraçado sem se machucar, ser amado, amado, tocado. A música era basicamente sobre isso e quis rir debochado em como se sentia tocado por ela, quase como se fosse uma indireta. Como não queria dar muito na cara, apenas revirou os olhos.  A imagem de Toge e Yuuji brigando refletiu em seus olhos, mas não estava prestando atenção de verdade a cena, sequer estava "vendo".

Sinceramente, estava uma bagunça da cabeça aos pés, bateria palmas para a pessoa que conseguisse descobrir o quão complicado havia se tornado o calmo e composto Megumi Ryomen... Ou Fushiguro, ainda não estava acostumado com sobrenome. Isso porque toda vez que ouviu ser chamado assim, lembrava que era apenas uma farsa egoísta. No começo realmente não dava a mínima, mas algo mudou.

Não soube dizer exatamente quando mudou, mas algo mudou. Sukuna ultimamente era a bipolaridade em pessoa, às vezes parecia o querer por perto, outras vezes o afastava, isso o deixava com muita raiva. Sobre a atuação, a parte prática havia diminuído consideravelmente, para o descontentamento do moreninho.

Talvez a última vez que se tocaram de verdade, foi quando Hana veio os vistar e passar um fim de semana com os filhos e o genro.

Recentemente se deu conta que o tempo estava passando, estavam quase no sexto mês, era bem óbvio quando olhava para a barriga de três meses, com uma protuberância considerável, de Yuuji.

Consequentemente significa que falta seis meses para o contrato acabar. Estremeceu ao tempo em que a música chegava ao fim.

_ Megumi, acorda!_ Uma mão clara passou frente aos seus olhos. Retirou preguiçosamente os fones e fitou Toge.

_ Do que estavam falando?_ Indagou se ajeitando em cima do lençol, estavam no lugar de sempre na universidade.

_ Do baby preguiçoso que não quis abrir as pernas no ultrassom! _ Apontou indignado para a barriga de Yuuji, que gargalhou como uma criança. Abriu um sorriso, todos estavam putos da vida.

Recentemente Yuuji havia feito um ultrassom, quando completou dois meses, até tinha ido junto com Sukuna para acompanhar os papais no momento da descoberta. No entanto, a posição do bebê não permitia que descobrissem o sexo, resultado: todos saíram frustrados.

_ A madrinha tá super abalada._ Nobara fingiu secar uma lágrima falsa e fechou os olhos com força.

_ Te situa._ Yuuji a olhou atravessado.

_ Já pensaram em nomes?_ Megumi indagou, curioso, adorava esse momento de escolhas de nomes, mesmo que não tivesse participado de nada assim.

_ Sim. _ Os olhos de Yuuji brilharam como duas lamparinas._ Se for menina, Yukari.

_ Amei._ Nobara acenou positivamente. Toge também.

_ Gostei, fofinho. E se for menino?

_ Satoshi!_ Yuuji Exclamou animado. Nobara arqueou uma sobrancelha e Toge riu.

_ Isso ficou muito... Satoru, ele escolheu?_ Megumi sugeriu com o rosto totalmente sapeca.

_ Não... Fui eu. _ As bochechas de Yuuji se tornaram rubras e ele desviou os olhos dos amigos.