Capítulo 31 - Vida

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A razão do amor é o amor
( O pequeno príncipe)

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— Se cuida. — Toge deixou um beijinho cálido na bochecha esquerda de Megumi. Enquanto via o moreninho se afastar, suspirou pesado. Megumi estava sendo óbvio demais.

Foi até sua parada de ônibus e pegou seu parceiro lotado de todos os dias. Era cansativo, porém necessário. Lembraria desses dias no futuro, quando fosse um renomado crítico gastronômico.

Bateu os pés no tapetinho que ficava em frente a porta de sua casa. Uma ventania correu e seu corpo estremeceu, era outono, o clima estava ficando mais ameno. Entrou rapidamente em sua pequena e aconchegante casa. Herdou a propriedade de seus avós e simplesmente amava aquele lugar, agradecia todos os dias pelo presente sincero dos que não estavam mais consigo.

Retirou os tênis e calçou a pantufas, deixou a mochila acima do sofá e se direcionou até seu quarto. Precisava de um banho quente para relaxar.
Depois do banho, vestiu roupas confortáveis e foi até a cozinha. Olhou para a bancada, o fogão e outros utensílios... Não estava afim de cozinhar.

A campainha soou pela casa. Toge não estranhou ou se sentiu surpreso. Pelo contrário, um lindo e grande sorriso brotou em seus lábios, como se soubesse de antemão quem estava do lado de fora de sua casa esperando para entrar.

Correu rapidamente até a porta, abrindo.

Derreteu-se ao confirmar que sim, ele estava ali mais uma vez, com trajes casuais e quentes, as bochechas levemente coradas, segurando em suas mãos algumas sacolas ecológicas com a logotipo clássica da Brilho do Luar. Yuuta.

— Você lê mentes por acaso? Como sabia que eu queria ver você? — O platinado sorriu, os olhos violetas brilhando. Yuuta corou um pouco mais.

— E-eu ou a comida? — Yuuta arqueou uma sobrancelha. Toge gargalhou alto, puxando o outro para dentro de casa.

— Dos dois. Preciso de você e da sua comida — Abraçou o braço de Yuuta com carinho. Observou as orelhinhas atingirem um tom rosado e Yuuta apenas coçou a garganta. Ele estava se acostumando com o tempo a lidar com suas investidas óbvias.

— Você não tem limites. — Yuuta foi até a mesa de jantar para depositar as sacolas com Toge agarrado a si como cola.

Como chegou a isso?
Yuuta prestou atenção em Toge desde o início. Porém como alguém anti social e uma negação em fazer amizades, se aproximar de alguém com intenções além de amizade era algo impossível para o moreno.

Logo percebeu que em personalidade eram polos oposta, Toge era alegre e extrovertido, já ele era tímido e se envergonhava facilmente.

Contrariando todas as suas crenças, Toge o notou e agiu. Só isso era o suficiente para demonstrar que o garoto tinha atitude e coragem. Ele não teve vergonha de aparecer no Brilho do Luar para o incomodar umas duas vezes por semana. Nem se limitou a isso, conseguiu seu contato de alguma forma e começou a conversar com Yuuta, no começo as conversas deixavam Yuuta extremamente vermelho, óbvias cantadas bem ... Criativas.

Com o passar do tempo Toge começou a se abrir mais por conversas, contar sobre sua vida, seu cotidiano, assim como reclamar sobre algo, ou lhe mandar áudios extremamente alegres por algo que aconteceu, não era só mais flerte.

E Yuuta se viu cada vez mais envolvido na conversa, esperando por ele em algum momento do dia, contando suas chateações e tristezas como uma criança, não era mais constrangedor.

Yuuta passou a fazer parte da vida e cotidiano de Toge em algum momento. E Toge se fixou na vida de Yuuta espontaneamente e não foi repelido.

Toge contou de seus amor pela gastronomia, a parte em que comia apenas, o preparo já não era para ele. Certa noite choramingou por ligação dizendo que estava com fome, mas não queria cozinhar. Yuuta pediu o endereço de Toge. O platinado quis recusar, mas Yuuta foi irredutível.

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