ㅤㅤ— Onde será que está a pequena Shimizu? — A mulher era dona de uma beleza única. Seus cabelos ondulados e castanhos estavam presos em um coque não muito apertado. Sua regata era cinza escura, e suas calças moletons pretas. — Shi-mi-zu!
ㅤㅤA pequena Shimizu se escondia logo atrás da toalha de mesa. Sakoto foi pelas laterais, buscando a garota por baixo da mesa. A pequena mais rápida, já havia pensado em uma maneira de fuga e deu a volta na mesa, fugindo da mãe e correndo para debaixo da cama, onde a mulher já havia procurado.
ㅤㅤ— Está bem, eu desisto! — A mãe levantou as mãos para cima. Sem dúvida havia cansado de brincar e precisava preparar o almoço. Mesmo parecendo despreocupada, a mulher estava apreensiva.
ㅤㅤ— Nossa mamãe! — Shimizu resmungou emburrada. — Tão pouco tempo me procurando...
ㅤㅤSakoto esboçou o sorriso maternal, e agarrou a garota, a tirando do chão. Sayuri Shimizu gargalhou.
ㅤㅤVoltando ao chão, uma mecha escapava do coque. Shimizu acariciou o rosto da mãe, e colocou o fio fugitivo atrás da orelha.
ㅤㅤSayuri Sakoto apertou os lábios até que ficassem em uma única linha. Não aguentaria ter que esperar o marido chegar mais uma vez irritado com a situação. Por algum motivo, Hamura não queria que o irmão chegasse perto da filha.
ㅤㅤShimizu percebeu os dedos trêmulos. As pequenas olheiras. Nada saia despercebido pela pequena. Nada.
ㅤㅤ— Que tal me ajudar com o almoço? — Sakoto se levantou, e segurou a mãozinha da filha.
ㅤㅤ— Eba, eba, eba!
ㅤㅤA pequena Sayuri fazia os dias de Sakoto terem cor. Sua filha era o sentido da sua vida desde que soube que estava grávida. E ela era tão feliz por saber da filha incrível que tinha. Estava honrada de poder conhecê-la, e cuidar de Shimizu.
ㅤㅤSakoto sabia o peso que é carregar um dos representantes. Ela foi a segunda herdeira de Naomi. Era um fardo enorme. Mas a pequena nem parecia sentir tonturas, ou enjoos. E Hamura sempre a ajudou nos treinamentos. Principalmente para cuidar e manter as emoções calmas.
ㅤㅤA porta foi aberta. Uma figura alta entrou por ela, fazendo Sakoto respirar fundo antes de se virar e dar de encontro com Hamura.
ㅤㅤOs cabelos do homem estavam longos. Presos em um rabo de cavalo. E o kimono branco permanecia no corpo. Ele nunca entrava em casa de uniforme. Não depois de tanto sangue derramado pelo caminho que respingou na veste.
ㅤㅤ— Meu lírio! — Shimizu pulou nos braços fortes do pai, que a ofereceu o conforto e o calor que ela precisava no dia a dia. As íris castanhas se viraram para Sakoto, que sorriu. — Esposa.
ㅤㅤ— Marido.
ㅤㅤSua atenção voltou-se para a filha. Mesmo que tudo ao redor parecesse em câmera lenta. Hamura sabia que não poderia mais adiar a conversa com sua mulher.
ㅤㅤShimizu o puxou para os fundos da casa, onde pegou uma espada de madeira e começou a golpear o ar. O pai diante daquilo arregalou os olhos. Os movimentos, a precisão e força com que ela segurava a espada. Hamura engoliu em seco. Shimizu seria uma espadachim. Seu pior pesadelo.
(...)
ㅤㅤ— Como foi no Esquadrão, querido? — Shimizu sabia que aquilo era assunto de adulto, e então ficou quieta apenas escutando a conversa enquanto comia.
ㅤㅤ— Eu... deixei o Esquadrão.
ㅤㅤO rosto de Sakoto se fechou. Ela já tinha tido essa ideia de que Hamura deixaria de ser um membro do Esquadrão para o próprio bem estar da família. Ele queria ser ocultado. Dado como morto. E viver uma vida tranquila e sem preocupações com sua família. Afinal, Senno Kurosawa é um inimigo perigoso para se ter.
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O Legado da Kitsune - III
Фэнтези"𝐸𝑙𝑎𝑠 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑐𝑒𝑚. 𝐸𝑙𝑎𝑠 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑜𝑚𝑒𝑚. 𝐴𝑠 𝑚𝑒𝑚𝑜́𝑟𝑖𝑎𝑠 a 𝑎𝑠𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑚." -3° livro da sequência: Primogênita da Suprema e The Angel and The Demon. 𝐒𝐚𝐲𝐮𝐫𝐢 𝐒𝐡𝐢𝐦𝐢𝐳𝐮 teve um passado terrível e quer muito esquec...