03. Descontrole e Instruções

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ㅤㅤO tempo passou tão rápido quanto a evolução de Sayuri Shimizu. Mesmo ainda não conseguindo derrotar Fuyuki, a garota adquiriu habilidades melhores em como segurar uma espada, e a habilidade da observação. Mas ela ainda não conseguiu o derrotar.

ㅤㅤEla também treinava algumas coisas com Akane Shira, como por exemplo: concentração. Mas nunca chegou a treinar lutando com a garota dos olhos bicolores.

ㅤㅤFuyuki, Shira, Yuukio Sensei e os demais integrantes do time, ficavam cada vez mais tensos e preocupados ao passar dos dias. Ninguém possuía sinais de Kazumi. Uma equipe de busca foi enviada, trinta guerreiros. Apenas quatro voltaram vivos. Kazumi havia mesmo sumido, não sabiam se estava viva ou morta. Shimizu sentia o mesmo com o pai.

ㅤㅤÀ noite com o ocorrido que vive a assombrando, Sayuri Hamura, desapareceu. Suas últimas palavras foram ditas quase como um sussurro.

ㅤㅤ— Me desculpe. Eu nunca quis fazer isso, mas os tempos mudaram.

ㅤㅤO arrependimento estampado na sua fala. Shimizu nunca entendeu. Na época ela era nova, mesmo assim, agora, a Kitsune sempre acaba por ficar confusa ao relembrar as últimas palavras de seu pai, antes dele sumir.

ㅤㅤNaomi também não deu mais notícias, mesmo que às vezes a Sayuri tenha alguns sonhos estranhos com a raposa e mais alguns animais. Nunca é visível demais, então não tem como entender o significado. Isso a assusta tanto quanto conforta, a raposa ainda está com ela.

ㅤㅤDepois de meditar e relaxar os músculos em um alongamento, Sayuri Shimizu caminhava para o mesmo jardim que Fuyuki a levou naquele dia. Com toda certeza era o lugar mais calmo e relaxante que ela poderia ir.

ㅤㅤPara sua surpresa, havia um garoto sentado na grama. Ele observava atentamente as flores. Shimizu o identificou como Oshiro, o garoto que estava presente na missão de Kazumi. Seu haori cor-de-vinho às vezes era levado pelo vento, enquanto ele continuava sentado atento. Seus fios negros cortados perfeitamente. E ele possuía na orelha um brinco de pedrinhas vermelhas.

ㅤㅤ— Não me venha com perguntas — pediu, em um tom nada amigável. Conversar era algo que o garoto não queria. — Eu estou farto delas.

ㅤㅤA Sayuri sentou-se um pouco afastada. Olhando atentamente à lua sob suas cabeças. Algumas nuvens a rondavam, ameaçando escondê-la do espetáculo que estava no céu. As estrelas eram sua platéia. E brilhavam junto à formosa lua.

ㅤㅤ— Eu entendo — disse, apenas para o silêncio se esvair. Gostava dele. O silêncio sempre foi sua maior resposta. Mas por algum motivo queria tentar acalmar o garoto. Sentia uma aura pesada em volta dele.

ㅤㅤ— Você não entende nada — sobressaltou-se, sem motivo algum para estar irritado com Shimizu. Ele poderia matá-la só com o olhar. — Nunca saiu em missão. Faz ideia do que é perder alguém?

ㅤㅤ— Ela está viva.

ㅤㅤIncrédulo com o comentário da garota, Oshiro levantou. Pequenas gotas azuis eram vistas caindo de seus olhos avermelhados como as pedrinhas em sua orelha. O rosto dele é bem marcado. E sua pele um tanto bronzeada o deixa mais bonito ainda.

ㅤㅤ— Por que acredita nisso? — perguntou. Seu sangue fervia.

ㅤㅤEle se levantou.

ㅤㅤ— Ninguém sabe se ela está viva. E você nem a conhece!

ㅤㅤ— Eu sinto que ela está.

ㅤㅤA Sayuri se levantou, apontando para o campo aberto.

ㅤㅤ— Kazumi está viva, e aparecerá por esse campo.

O Legado da Kitsune - IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora