16. Calmaria

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ㅤㅤNo passado de Tenku, o oni…

ㅤㅤ— Essa situação toda está fora do controle. Aquele dojo antigo irá ser demolido! Não entendo porque tanta euforia... os alunos nem vão mais lá depois do ocorrido! 

ㅤㅤ— A imprensa pode financiar alguns...

ㅤㅤ— Calado! Eu não quero seu dinheiro sujo, seu corrupto! — Tenku batia com as mãos na mesa, irado. 

ㅤㅤ— Acalme-se, por favor, Tenku-san. Meu filho é muito grato por todos os seus cuidados com ele, e também... ele se tornou outra pessoa com suas aulas! — A mulher dizia com gratidão em cada palavra. Seus olhos verdes olharam para o olhar perdido e irritado do treinador. — O que aconteceu foi um grande desastre, reconheço isso, Tenku-san, mas não precisa se preocupar com nada! Já entrei em contato com um advogado e...

ㅤㅤO treinador suspirou. Passou a mão pelo rosto, e deixou outro suspiro cansado escapar. Ele devolveu o olhar para a mulher, inclinando um pouco os lábios para cima. 

ㅤㅤ— Agradeço a ajuda, Sayuri-san... mas não precisa, sabe? Eu já estava desistindo desse dojo velho. Podem ficar com ele, eu não me importo mais. 

ㅤㅤA loira se levantou de imediato. 

ㅤㅤ— Por quê?!

ㅤㅤ— Ah... não é pra mim isso — mentia. Ele amava ajudar os outros. Amava aprender com os outros, e principalmente amava lutar, mas desde que descobriu seu problema nos joelhos, uma hora teria que parar de fazer esforço. 

ㅤㅤTenku assinou os papéis, dando a velha construção para o governo. Nem se importou com o dinheiro. Após sair daquele lugar, o ex-treinador socou a parede branca ao seu lado, repetidas vezes. 

ㅤㅤA Sayuri olhou a cena assustada, mas não podia ajudá-lo, já era tarde e ela precisava voltar para casa, seus filhos a esperavam. Deu as costas e caminhou para longe de todo aquele lugar. 

ㅤㅤSeus punhos sangravam. Foi quando ele conheceu Senno Kurosawa, que foi atraído pelo cheiro e pelo ódio, e assim, Tenku aceitou se tornar um demônio. Não teria que se preocupar com seu joelho. 

ㅤㅤPoderia voltar a treinar, e tomaria o dojo novamente, mas... ele não tinha mais os alunos, todas as pessoas sentiam medo dele, por conta da aparência monstruosa. Após ele matar pela primeira vez, nunca mais parou... acabou sendo consumido pelo poder de Kurosawa, e deixou fluir. 

>☆<

ㅤㅤQuando Shimizu atravessou a porta de entrada, o louro mantinha-se de joelhos, de costas para a kitsune. Yuukio fungava, e Shimizu percebeu que ele estava chorando. 

ㅤㅤAntes que pudesse tocar no ombro do professor, os olhos verdes se encontraram com os da Sayuri. Ele nem se deu ao trabalho de esconder que realmente chorava. Yuukio mal se preocupou em se mostrar vulnerável. 

ㅤㅤPor um pequeno período de tempo, a garota lembrou de seu pai. Hamura sempre escondia o choro, e nunca parecia abatido na frente da filha. Muito diferente do Sensei. Ele parecia não se importar.  

ㅤㅤYuukio coçou o nariz, e desceu com os dedos para a rala barba em seu queixo. Arrumou os fios que caiam na face, os jogando para trás. E uma lágrima caiu ao ver Shimizu ali em pé. 

ㅤㅤ— Eu... — Shimizu não sabia como começar a dizer o que queria, mas queria confortar o coração do homem. — Fuyuki está bem, ele está no–

ㅤㅤYuukio a tomou em seus braços, em um pedido de refúgio, que até então a garota não sabia que poderia dar. Obviamente se assustou com aquele ato, só não queria se afastar. Ele estava tão frágil naquele momento, tão... sensível. 

O Legado da Kitsune - IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora