06. Segunda Missão?

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ㅤㅤShimizu foi ao Esquadrão Central pegar a papelada sobre sua missão. Depois voltou para o seu quarto, leu as instruções e vestiu o uniforme. Sua nova missão seria apenas averiguar um vilarejo em Kogarashi. Boatos diziam que homens de idade avançada sumiram em determinada hora da noite. 

ㅤㅤKogarashi é um vilarejo gelado. E os moradores de lá sabem bem a hora de fecharem as portas antes da nevasca. É um lugar engraçado se prestar bem atenção. Seu vento denuncia a chegada do inverno, trazendo jus ao nome: Kogarashi. Além do que, Shimizu teria três longas horas de viagem de trem, até chegar no destino.

>☆<

ㅤㅤChegando no vilarejo, ela notou algumas coisas. E uma delas era que ela não encontrava um idoso sequer, ou seja, o relatório tinha acertado dessa vez. Só que os moradores, daquelas casinhas feitas de pedra, não pareciam abalados.

ㅤㅤShimizu entrou dentro de um pequeno restaurante. A garota recebeu alguns olhares tortos dos moradores, o motivo era bem aparente dada às vestimentas da kitsune. 

ㅤㅤO haori feito de um tecido leve balançava com o ar frio. Enquanto os cidadãos se vestiam com roupas de peles. Shimizu soava mesmo usando vestimentas tão leves.

ㅤㅤPediu uma tigela de sopa, e esperou o pedido. Uma mulher se sentou ao seu lado. Robusta e com uma face redonda, preocupada, e pálida. Parecia ter corrido uma maratona.

ㅤㅤPercebendo a inquietação da mulher, o atendente se aproximou, perguntando se ela estava bem. Ofereceu água. 

ㅤㅤ— N-Não... eu não quero. Só estou preocupada. — A moça desabou em lágrimas. — Meu pai... ah meu pai... 

ㅤㅤAssociando as palavras dela, a Sayuri decidiu continuar a escutá-la, já que não era apenas uma mulher com uma crise no meio do dia.

ㅤㅤ— Eu vim correndo do Sul. Meu pai estava andando comigo de madrugada, e simplesmente desapareceu! 

ㅤㅤO atendente tentava acalmar a pobre mulher. Dizendo coisas que poderiam confortá-la. 

ㅤㅤ— Para onde estava indo com seu pai? — perguntou Shimizu. 

ㅤㅤA mulher secou algumas lágrimas. E por um vislumbre, a Sayuri jurou ter visto algo na íris. 

ㅤㅤ— Estávamos indo para casa... tínhamos acabado de sair do Carmesim…

ㅤㅤA mulher simplesmente apagou. Enquanto o atendente a socorria, Shimizu ligava um evento ao outro.

ㅤㅤO Carmesim. A Sayuri ouviu falar desse tal festival Carmesim. Ficava a mais de uma hora dali. O endereço para a sua missão estava errado, agora ela estava em Kogarashi, e o Carmesim é um festival exclusivo de Honoka. Mas como? 

ㅤㅤNão demorou para sair avoada, sem comer a comida que havia pedido. Alguém poderia estar precisando de ajuda, não que fosse culpa dela, mas isso estava fora do normal. Parecia até algo contra Shimizu.

>☆<

ㅤㅤQuando chegou na cidade, logo viu as barracas. Carmesim começava no início da cidade, e ia até quinze ruas para frente. Era um festival muito grande. E estava de dia, ela teria que esperar o anoitecer para o oni começar a atacar.

(...)

ㅤㅤAs pessoas gostavam de dançar e cantar nas ruas. O oni tinha escolhido um lugar tão bom, não teria como encontrá-lo com aquela multidão. 

ㅤㅤRespirou fundo. Foco e concentração, era só isso que necessitava. Qualquer cheiro de sangue, a garota iria seguir o forte odor. O cheiro de sangue a deixava um pouco enjoada.

O Legado da Kitsune - IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora