ㅤㅤShimizu foi ao Esquadrão Central pegar a papelada sobre sua missão. Depois voltou para o seu quarto, leu as instruções e vestiu o uniforme. Sua nova missão seria apenas averiguar um vilarejo em Kogarashi. Boatos diziam que homens de idade avançada sumiram em determinada hora da noite.
ㅤㅤKogarashi é um vilarejo gelado. E os moradores de lá sabem bem a hora de fecharem as portas antes da nevasca. É um lugar engraçado se prestar bem atenção. Seu vento denuncia a chegada do inverno, trazendo jus ao nome: Kogarashi. Além do que, Shimizu teria três longas horas de viagem de trem, até chegar no destino.
>☆<
ㅤㅤChegando no vilarejo, ela notou algumas coisas. E uma delas era que ela não encontrava um idoso sequer, ou seja, o relatório tinha acertado dessa vez. Só que os moradores, daquelas casinhas feitas de pedra, não pareciam abalados.
ㅤㅤShimizu entrou dentro de um pequeno restaurante. A garota recebeu alguns olhares tortos dos moradores, o motivo era bem aparente dada às vestimentas da kitsune.
ㅤㅤO haori feito de um tecido leve balançava com o ar frio. Enquanto os cidadãos se vestiam com roupas de peles. Shimizu soava mesmo usando vestimentas tão leves.
ㅤㅤPediu uma tigela de sopa, e esperou o pedido. Uma mulher se sentou ao seu lado. Robusta e com uma face redonda, preocupada, e pálida. Parecia ter corrido uma maratona.
ㅤㅤPercebendo a inquietação da mulher, o atendente se aproximou, perguntando se ela estava bem. Ofereceu água.
ㅤㅤ— N-Não... eu não quero. Só estou preocupada. — A moça desabou em lágrimas. — Meu pai... ah meu pai...
ㅤㅤAssociando as palavras dela, a Sayuri decidiu continuar a escutá-la, já que não era apenas uma mulher com uma crise no meio do dia.
ㅤㅤ— Eu vim correndo do Sul. Meu pai estava andando comigo de madrugada, e simplesmente desapareceu!
ㅤㅤO atendente tentava acalmar a pobre mulher. Dizendo coisas que poderiam confortá-la.
ㅤㅤ— Para onde estava indo com seu pai? — perguntou Shimizu.
ㅤㅤA mulher secou algumas lágrimas. E por um vislumbre, a Sayuri jurou ter visto algo na íris.
ㅤㅤ— Estávamos indo para casa... tínhamos acabado de sair do Carmesim…
ㅤㅤA mulher simplesmente apagou. Enquanto o atendente a socorria, Shimizu ligava um evento ao outro.
ㅤㅤO Carmesim. A Sayuri ouviu falar desse tal festival Carmesim. Ficava a mais de uma hora dali. O endereço para a sua missão estava errado, agora ela estava em Kogarashi, e o Carmesim é um festival exclusivo de Honoka. Mas como?
ㅤㅤNão demorou para sair avoada, sem comer a comida que havia pedido. Alguém poderia estar precisando de ajuda, não que fosse culpa dela, mas isso estava fora do normal. Parecia até algo contra Shimizu.
>☆<
ㅤㅤQuando chegou na cidade, logo viu as barracas. Carmesim começava no início da cidade, e ia até quinze ruas para frente. Era um festival muito grande. E estava de dia, ela teria que esperar o anoitecer para o oni começar a atacar.
(...)
ㅤㅤAs pessoas gostavam de dançar e cantar nas ruas. O oni tinha escolhido um lugar tão bom, não teria como encontrá-lo com aquela multidão.
ㅤㅤRespirou fundo. Foco e concentração, era só isso que necessitava. Qualquer cheiro de sangue, a garota iria seguir o forte odor. O cheiro de sangue a deixava um pouco enjoada.
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O Legado da Kitsune - III
Fantasia"𝐸𝑙𝑎𝑠 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑐𝑒𝑚. 𝐸𝑙𝑎𝑠 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑜𝑚𝑒𝑚. 𝐴𝑠 𝑚𝑒𝑚𝑜́𝑟𝑖𝑎𝑠 a 𝑎𝑠𝑠𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑚." -3° livro da sequência: Primogênita da Suprema e The Angel and The Demon. 𝐒𝐚𝐲𝐮𝐫𝐢 𝐒𝐡𝐢𝐦𝐢𝐳𝐮 teve um passado terrível e quer muito esquec...