15. Apoio pelas Sombras

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ㅤㅤO seu nascimento mudou tudo.

ㅤㅤA Rainha nunca quis ter um filho com um qualquer. Ele era um comerciante, ela uma uma jovem sem noção. Não era para ter engravidado. Não era o momento, mas aconteceu.

ㅤㅤMesmo que a contragosto, manteve o filho, e quando ele nasceu surpreendeu os pais e até a parteira. O bebê era albino, igual o pai e a Rainha. O pai logo o pegou no colo, enquanto a rainha descansava.

ㅤㅤNo ano seguinte, a rainha tratou de engravidar novamente, mas dessa vez, de um nobre. E pronto, seu segundo filho seria o primeiro. As duas crianças cresceram juntas, claro, com tratamentos diferentes. Fuyuki era como um descarte. O pai que o deu um nome, e como não tinha condições de manter a criança, ameaçou a família real. Se abandonassem o garoto, ele mostraria as certidões de nascimento. E assim seguiu.

ㅤㅤFuyuki amava ser adorado pela vizinhança. Mas cada vez que sua mãe mimava mais e mais o irmão, Hiroshi Fuyuki queria cada vez mais atenção. Usava as pessoas para ganhar o que queria. Só que seu desejo nunca foi a atenção e o carinho de desconhecidos. Ele queria tudo aquilo de sua mãe.

ㅤㅤUm dia, quando o pai foi visitar Fuyuki, ele descobriu o poder do garoto após um raio acertá-lo. O albino não teve mudanças. Pareceu normal, como sempre foi. Foi então que o Senhor Hiroshi percebeu, seu filho seguiria seu legado.

ㅤㅤ Senhor Hiroshi voltou ao Japão, e prometeu a seu filho que voltaria. Quando Fuyuki completou seus doze anos, Hiroshi retornou, com um homem ao seu lado. Yuukio acenou para a criança. Estranhando, Fuyuki mostrou a língua para o seu futuro Sensei. Só que eles não foram só acompanhados de humanos no navio.

ㅤㅤFuyuki lembrava. Recordou como se tivesse sido ontem.

ㅤㅤEra noite, quando o adolescente descia as escadas do castelo. Quase tropeçou no carpete vermelho de um dos degraus. Cumprimentou os guardas, e foi ao jardim. Observou as flores e sentiu o ar puro.

ㅤㅤ— Está sozinho aqui nessas horas?

ㅤㅤEncarou o dono daquela voz. Os cabelos negros cortados perfeitamente, junto dos olhos azuis do pai. Seu irmão o analisava também.

ㅤㅤ— Não estou sozinho já que você me encontrou, né? — Ele retirou a mecha do cabelo branco da frente dos olhos. — O que faz aqui, irmão? Não está na hora do seu soninho?

ㅤㅤO moreno riu.

ㅤㅤ— Me poupe, Fuyuki. — O tom amargo presente nas palavras. Aos poucos se aproximava do albino. Esticou os dedos, pegando um tufo de cabelo branco nas mãos. Um lado do cabelo de Fuyuki era maior que o outro. — É sério? Nem isso você consegue fazer? Cortar o cabelo é fácil.

Então por que você não corta o seu sozinho? — retrucou, irritado.

Nunca entendi o motivo de me odiar. Talvez seja por causa do trono?

Não interessa.

— Ou eu sempre fui melhor que você?

— Fica quieto...

ㅤㅤAh... aquele maldito sentimento. Deixava Fuyuki irritado. Se sentir inferior ao próprio irmão. Cerrou os punhos com força, tentando controlar a própria respiração.

ㅤㅤ— Desculpe, mas... Não tenho culpa se você sempre foi um lixo, fraco e mal amado.

ㅤㅤAquela foi a gota d'água. Fuyuki acertou o rosto desprezível do moreno. De seu punho, pequenos raios podiam ser visíveis. A eletricidade pulsava. Ele não conseguia se controlar. Subiu em cima do irmão, e começou a socá-lo. Os punhos já estavam doloridos e sangravam, o rosto do outro garoto nem se falava. Cada soco, eletricidade era emitida, fazendo seu irmão ter pequenos arrepios, como um choque.

O Legado da Kitsune - IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora