27. Kobayashi Aiko

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ㅤㅤDesde que sua família veio a falecer, a felicidade de Kobayashi foi sugada para um abismo, e sua felicidade fora morta bem em cima dela.

ㅤㅤA irmã de Aiko se jogou em cima da garota. A mais velha estava toda ensanguentada e ferida, e implorava em silêncio para Aiko não reclamar ou murmurar qualquer coisa. Mas era quase impossível, a garota era pequena demais e estava apavorada.

ㅤㅤO oni terminava seu serviço na sala. Nakya não possuía muita visão, e isso a deixava com o coração na mão, não queria que a sua irmãzinha morresse. Precisava viver. Aiko tinha que viver.

ㅤㅤNakya a pegou no colo, esfregando o cheiro de sangue nas roupas e pele negra da irmã. Aiko não entendia, não queria compreender, e não era culpada por isso. Não tinha como uma criança entender. Um dia você está brincando de boneca com sua querida irmã, e no outro dia está em choque, paralisada, vendo sua família morrer bem diante dos seus olhos.

ㅤㅤPor ser mais forte que a Aiko na época, Nakya facilmente conseguiu fazer ela desmaiar. Com isso, o tombo que fingiu levar, foi ouvido pelo oni. Ele cheirou e cheirou o corpo de Nakya, e simplesmente falou:

ㅤㅤ— Sangue ruim.

ㅤㅤA mais velha perdeu as forças em seguida. Observava o rosto de Aiko uma última vez. E um último sorriso foi posto no rosto, junto das últimas palavras...

>☆<

ㅤㅤA felicidade estava estampada na face de Fuyuki após ver sua amiga voltando da missão, sã e salva. Com poucos arranhados de garras, Kobayashi abriu os braços e envolveu o albino em um abraço quente. Estava feliz em estar de volta em casa, e feliz por ter conseguido sobreviver mais uma vez.

ㅤㅤO sentimento remoido do peito de Hiroshi Fuyuki sumiu, ao tocar na garota. Seus problemas haviam sumido. Ele só se permitia sentir-se sendo abraçado. Abraçado pela pessoa mais importante na vida dele.

ㅤㅤ— Shira-san quer nos ver. Algo sobre a espiada que demos naquela antiga casa, lembra? — Fuyuki passava a informação, ajudando a garota com as vantagens e limpando as feridas.

ㅤㅤAiko agradeceu a ajuda, e voltou a se encostar na cadeira, endireitando as costas. Pegou a xícara em mãos já sentindo o cheiro doce e familiar da bebida. Mel e pêssego.

ㅤㅤ— Lembro, claro. Mas por quê? Não conseguimos descer no subterrâneo por conta da estabilidade da terra. Tentamos abrir um buraco e entrar, mas aquilo parecia desmoronar. E Shira-san não sentiu nenhuma anomalia, eu também não.

ㅤㅤCom o poder da natureza, Aiko podia facilmente sentir os inimigos, ou quantas pessoas tem em determinado lugar em uma determinada área. Tudo é ligado. Seja pela água infiltrada até a ponta da raiz mais fina.

ㅤㅤ— Eu sei, acha que eu não estranhei? — Bebeu um gole do chá, tirando o seco da garganta. — Vem acontecendo coisas inexplicáveis aqui no Esquadrão, está uma bagunça total. Óbvio que não duvido das suas habilidades ou as de Shira-san, mas... eu não duvido de mais nada.

ㅤㅤAiko teve que concordar. Desde a entrada e partida de Sayuri Shimizu no Esquadrão, as coisas vem ficando cada vez piores. E ninguém consegue encontrar uma solução plausível e funcional. Nem mesmo o comandante. O traidor anda se escondendo que nem um rato se esconde do predador, mas ele sempre está a espreita.

ㅤㅤFuyuki pensava a mesma coisa.

ㅤㅤ— Não faz sentido o traidor focar em nós, o Esquadrão de Yuukio — Hiroshi pensava em voz alta. Os últimos resquícios da bebida era agitados em movimentos circulares da xícara. Fuyuki não conseguia parar de se mexer.

O Legado da Kitsune - IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora