Capítulo 2

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Lena


Fazia algum tempo que Lena estava no sofá de seu escritório encarando um copo de whisky. Era um pouco mais de onze da manhã de sábado, deveria estar em casa aproveitando seu dia de folga, mas aproveitar não exatamente uma palavra que costumava a saber o significado há alguns anos. Por isso, muitas vezes, até os finais de semana iria trabalhar para ocupar sua mente. Quando não estava no laboratório, estava na sua sala.

De 33 anos de vida, ao menos dez anos se dedicava a empresa de tecnologia da família que ficava em National City. No começo, se dedicava muito mais as pesquisas científicas, que era o que realmente gostava. Há três anos, depois da morte de Lionel Luthor, assumiu a cadeira da vice presidência por insistência de seu irmão mais velho e isso a fez deixar um pouco de lado sua parte cientista — não totalmente.

Não dava para dizer que detestava de fato a parte burocrática e empresarial da coisa. Por ser CFO, era responsável por aceitar ou não muitos projetos que seriam desenvolvidos por sua empresa, e muitos projetos traziam muitos benefícios a sociedade, principalmente aqueles sobre a área da medicina.

Antes de assumir um dos postos mais altos da Luthor-Corp, o ramo das inovações tecnológicas era um pouco diferente, estava mais ligado a grandes centros comerciais. A empresa da família era dona de muitos shoppings centers espalhados pelo país que tinham uma estrutura inteligente, por exemplo. Além disso, tinham hotéis cinco estrelas, edifícios que eram alugados por outras empresas e forneciam muitos de seus projetos para construções de várias outras coisas que tinham a ver com os negócios da família. Tudo isso dava aos Luthors muito dinheiro, não atoa eram uma das famílias mais ricas do mundo.

Mas para aceitar a proposta de seu irmão de ser CFO, o fez prometer que mudariam os valores da empresa. Enquanto Lex continuava com a parte que envolvia muito mais ganhos, ela tentava fazer algo que realmente pudesse fazê-la se sentir bem. E assim, os dispositivos que eram voltados para o avanço da medicina começaram a ser desenvolvidos. Alguns deles já eram usados em universidades para testes. Os que eram aprovados pelo Conselho Nacional de Saúde, estavam indo para alguns hospitais como doação.

Fazer parte disso fazia Lena se sentir um pouco mais útil para a sociedade. Não adiantava de nada ser tão rica se não pudesse ajudar as pessoas de alguma forma. Sua benfeitoria não parava só ao que era ligado ao nome da família, gostava de doar grandes montantes de dólares para causas sociais. Principalmente aos ligados à crianças.

Apesar de tudo isso, preferia se manter nas sombras de seus próprios feitos. Suas doações eram sempre anônimas e fazia de tudo para ninguém ligasse os valores estratosféricos ao seu nome. A Luthor-Corp já a dava muito mais visibilidade do que queria, não precisava espalhar para o mundo suas ajudas no que realmente importava. Não fazia nada disso por reconhecimento, fazia porque achava era o certo. Tinha mais dinheiro e recursos que grande parte da população mundial, era muito mais do que precisava para viver e viver muito bem.

Olhando seu relógio de pulso, deixou escapar um longo suspiro. Tinha combinado de ir almoçar na casa de sua mãe e se tinha algo que Lilian Luthor destrava eram atrasos.

Se levantando, colocou o copo vazio de whisky em cima da mesa e pegou sua bolsa. Saindo do escritório, se encaminhou até o elevador que a levaria diretamente para o estacionamento. Não gostava muito da sensação de estar descendo tantos andares dentro de uma caixa metálica, mas estava fora de cogitação descer quase trinta andares de escada.

Chegando no estacionamento, apertou o botão da chave do carro para o abrir enquanto caminhava até ele. Assim que entrou no veículo, se olhou no retrovisor para verificar a sua aparência. Para quem dormia poucas horas por noite por sofrer de insônia, até que estava apresentável para um almoço de família.

Come A Little CloserOnde histórias criam vida. Descubra agora