Capítulo 7

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Kara


Sentando ao lado de Lena, Kara se perguntou se era comum ela fazer aquele tipo coisa e se não era, por que fez? A garrafa de whisky estava na metade, não sabia se ela tinha bebido outra coisa ou se, ao menos, tinha se alimentado antes de se embebedar daquela forma.

— Você comeu alguma coisa hoje? — quis saber ao observar o quarto e não notar nenhum vestígio de comida.

— No café da manhã.

— E achou prudente beber quase uma garrafa de whisky de estomago, praticamente, vazio?

— Me erra, Kara! — se jogou de costas na cama. — Porque você não vai embora?

— Eu só vou quando você estiver num estado melhor do que esse que eu te encontrei.

— Não precisa ter pena de mim. Vai embora!

— Não!

— Me deixa sozinha — sua voz saiu chorosa.

Não daria para ter uma conversa séria como uma Lena tão vulnerável e tão bêbada. Muito provavelmente, ela nem lembraria de sua visita no dia seguinte. E se lembrasse, não faria muita ideia do que tinha acontecido.

Acompanhando seus movimentos, a viu colocar as mãos no rosto e começar a chorar.

Era difícil saber o que fazer naquela situação com uma pessoa desconhecida. Muitas pessoas ficam chorosas por causa do álcool, mas tinha certeza que não era o caso de Lena.

Suspirando e sem ter certeza alguma se deveria fazer o que estava pensando em fazer, em silêncio, lentamente se aproximou e tirou as mãos de Lena de seu rosto. Ao olhar em seus olhos, os viu vermelhos, tristes e sem qualquer brilho.

Quando viu Lena a primeira vez, se intimidou com o jeito que ela a encarou. A olhando dessa vez, parecia uma criança que não sabe como explicar o que sente e a única forma de externar suas emoções é através do choro.

— O que está fazendo? — soluçou ao fim da pergunta.

Não dando qualquer resposta, a puxou pelas mãos a ajudando se sentar e então a abraçou. Seu gesto foi o suficiente para Lena desabar de vez. O choro dela era profundo e ressentido. Era aquele tipo de choro que você só o conhece quando se sente tão quebrado e acha que nada e ninguém poderá te ajudar a se consertar.

Assim como fazia sempre que abraçava Lara, começou a mover seu corpo para frente e para trás a embalando. Fazer aquilo foi automático.

Lena estava apoiada em seu braço esquerdo, quase deitada em seu colo. A segurando firme, pressionava as costas dela contra o seu abdômen para mantê-la o mais perto que conseguia. Mantendo o corpo um pouco curvado, apoiou o queixo no topo da cabeça dela e cuidadosamente foi tirando os fios negros de cabelos que cobriam parte de seu rosto e os colocando atrás de sua orelha. Sem se dar conta, começou a acariciar o braço direto de Lena levemente. Seus movimentos e seu toque eram sutis e acalentador.

Depois daquele rápido diálogo que tiveram mais cedo no elevador, se sentiu uma completa idiota. Naquele momento seu coração doeu e um nó se formou na sua garganta. Num primeiro instante, não teve forças para ir atrás dela e quando fez isso, descobriu que ela não estava mais no hospital e nem sequer tinha almoçado com a diretora Grant.

Por não conseguir desfazer seu erro rapidamente, o sentimento de arrependimento por tudo o que disse nas vezes que se encontraram ficou martelando em seu peito o dia inteiro. Foi então que decidiu procurar por Lena em hotéis e pousadas na esperança de achá-la. Apenas não esperava que quando a achasse a encontraria tão angustiada.

Come A Little CloserOnde histórias criam vida. Descubra agora