Lena
Os dias que se seguiram depois do aniversário de Lara foram os melhores possíveis. Não tinha como não estar sempre em plena alegria tendo sua filha quase sempre ao seu lado. Tudo se tornava ainda melhor e muito mais significativo por ter Kara.
Embora passasse grande parte de seu tempo demonstrando a Lara o quanto ela era importante na sua vida, descobrindo mais coisas sobre ela e tentando ser a mãe que foi impedida de ser, quando não estava focada nisso, tentava de alguma forma demonstrar a Kara que a correspondia em seus sentimentos. Contudo, ou ela não percebia que seus abraços, seus carinhos e palavras tinham agora uma conotação diferente e que sua iniciativa em busca de contato estava mais frequente, ou ela fingia não ver.
Às vezes, quando estava sentada no sofá da sala da casa da Kara e a admirava por alguns instantes, vinha na ponta da sua língua falar todas as coisas que vinha sentindo por ela, mas, infelizmente, travava e nenhuma palavra saia. Por mais que estivesse se esforçando para que a loira compreendesse que estava se abrindo para ela aos poucos, não conseguiria ir muito além.
Sempre que conversava com Lex, ele acabava tocando nesse assunto e dizia que seria melhor se se abrisse e fosse verdadeira com Kara. Sabia que ele não estava errado e que, talvez, estivesse exigindo demais da mãe da sua filha, só que não dava pra se forçar a fazer algo do qual não estava preparada e se sentia insegura. Não estava preparada para admitir sua paixão por alguém sem antes ter certeza de que era recíproco. Então, continuaria sendo a versão mais carinhosa de si mesma e aguardaria ansiosamente pelo dia em que Kara confessasse algo. Caso isso não ocorresse, se decepcionaria, mas ao menos não havia se exposto demais em palavras.
Era quarta a noite, estava sentada no sofá da casa de Kara tendo Lara com a cabeça em seu colo e Billy aconchegado à garotinha enquanto assistiam Hotel Transilvânia.
Como já prévia, Lara e Billy se tornaram inseparáveis desde o dia em que o levaram para casa. Algumas vezes, havia pegado a filha contando para ele sobre Jimmy, ou dizendo que queria suas mães morando juntas, pois ficava triste sempre que sua ‘mamãe Lena’ não dormia em sua casa.
Toda vez que tinha que embora — o que estava ficando cada vez mais raro já que sempre cedia os pedidos de Lara para ficar — se sentia triste e incompleta. Algumas vezes que dizia que precisava ir para o seu apartamento, era porque precisava de seu tempo sozinha para pensar em tudo o que estava acontecendo dentro de seu peito e conversar com Lex sobre o hospital, a empresa, os coisas que se sentia confusão sobre a sua vida.
Lara não sabia, mas queria que o pedido de aniversário dela se tornasse real. Kara era a primeira pessoa depois de muito tempo que se via junto dela em um futuro distante. Pensar na possibilidade disso não ocorrer por ela perceber que seu sentimento não tinha nada a ver com paixão ou se interessar por outra pessoa, a deixava triste sem antes mesmo de ter qualquer indício de uma das duas coisas.
Poderiam não ser uma família nos moldes tradicionais, não terem planejado uma filha juntas e nem estarem se relacionando, mas sentia que se pertenciam de alguma forma. Lara, Kara e ela tinham uma ligação que era até difícil de explicar. Claro que por não estarem juntas isso não as tornavam menos família já que estavam fazendo de tudo para criarem uma filha junta, só que queria que Kara fosse a pessoa com quem pudesse compartilhar a vida e não apenas como a mãe de sua menininha. Queria que Kara fosse a sua companheira.
— A mamãe Kara tá demorando — Lara reclamou.
— Eu te avisei que ela precisou ficar mais um tempo no trabalho.
— Ela vai demorar muito?
— Não sei dizer, meu amor.
— Ela podia tá vendo filme com a gente.
— É, poderia.
Mexendo nos cabelos de Lara, suspirou sem nem ao menos perceber, mas isso não passou despercebido por seu pequeno raio de sol.
— Mamãe, porque você tá suspirando tanto? — se virou de barriga pra cima colocando uma das mãos em seu rosto.
— Só estou pensativa — abaixou a cabeça para olhá-la.
— Tá com saudade da mamãe Kara? Quando eu fico com muita saudade dela, eu suspiro.
Estava com saudade de Kara, como Lara estava de férias, estava ficando quase todos os dias com ela enquanto Kara ia para o trabalho, só aparecia no hospital quando precisava resolver algo pessoalmente com a diretora Grant. Mas preferia não falar sobre a sua saudade com a filha.
— A é? — perguntou como se não soubesse o quanto Lara ficava reclamando da ausência da mãe quando ela estava no trabalho.
— É. Só não tô suspirando agora porque fico um pouquinho menos triste por ter você como minha mamãe. E tenho o Billy.
— Desde que te conheci, eu só fico feliz por ter você em minha vida.
— Eu era feliz com a mamãe Kara, agora sou bastante mais feliz com você também. E o Billy.
— Eu sou ‘bastante mais feliz’ agora. Imensamente mais feliz por ter você como minha filha.
— Você também fica com o coração quentinho quando tá comigo?
— Fico.
— E cheio de florzinhas?
— Muitas delas.
— Uma vez perguntei pra mamãe Kara se ela fica com florzinhas no coração quando te vê.
Aquilo era interessante.
— E o que ela respondeu? — perguntou curiosa.
— Não respondeu. Queria saber a resposta. Você fica assim perto dela?
— Fico.
— Porque ela cuidou de mim quando você não pode cuidar?
Não era só por isso, mas era melhor dar uma resposta que contentasse Lara do que ela fazer mais e mais perguntas.
— É, meu bem. É por isso.
— Eu acho que ela também tem as florzinhas por você, mas não diz.
— Porque acha isso?
— Mamãe fica sempre sorrindo pra você. Antes ela não sorria assim pra quase ninguém.
— Não?
— Não. Agora ela te vê e sorri igual quando me vê. Então se ela tem florzinhas por mim, ela tem florzinhas por você, não é?
— Isso só ela pode dizer, Lara.
— Eu posso perguntar pra ela de novo.
— Não precisa fazer isso.
— Não mesmo?
— Não. Você não tem que se preocupar com isso, tá bom?
Sacudindo a cabeça em afirmação, Lara voltou para a posição em que estava anteriormente para continuar vendo o filme. Se não a conhecesse, diria que ela não iria falar mais nada, mas por estar conhecendo cada pequena coisa sobre ela, tinha certeza que não demoraria para alguma outra pergunta surgir.
E não demorou.
— Mamãe?
— Sim?
Se sentou a encarando. — Você já teve o tchan com alguém?
Em tantas vezes que já tinha visto esse filme com Lara, até que levou um bom tempo para ela fazer aquela pergunta.
— Já.
— Por quem?
— Por você.
— Não, mamãe — negou com a cabeça —, como a Mavis e o Jonathan.
É claro que Lara não engoliria a sua resposta, nem sabia porque tinha tentado enganá-la.
— Já, meu amor.
— Ah — abaixou a cabeça. — Queria que você tivesse tido o tchan com a mamãe. A gente podia ser uma família feliz como a Mavis, o Jonathan e o bebê deles. Eu podia ser o bebê de vocês. A gente podia ser como a tia Alex, a tia Sammy e a tia Ruby. Tia Alex me disse que sentiu o tchan pela tia Sammy, e a Sammy disse que sentiu pela tia Alex, e a Ruby é o bebê delas. Queria que a gente fosse assim.
O bendito tchan que tinha sentido foi com Kara, mas se não tinha coragem de admitir isso para ela, quem dirá a sua pequena filha.
— Lara — a puxou para o seu colo —, independente de sua mãe e eu não sermos como a tia Alex e a tia Sam, ou como a Mavis e o Jonathan, você sempre será nosso bebê. De qualquer forma, nós somos uma família.
— Mas a tia Sam não vai pra casa dela, e nem o Jonathan, eles ficam com a família deles.
— Eu sempre vou estar aqui por você e sempre que eu puder, vou estar com você. Eu sei o quanto você quer que eu sempre esteja aqui, mas isso não é possível. E isso não significa que não somos uma família ou que eu não esteja com a minha família por voltar às vezes para a minha casa. Meu coração sempre está aqui com vocês. Entende o que a mamãe quer dizer?
— Entendo. Meu coração também sempre tá com você, com a mamãe Kara e o Billy. Mesmo quando eu voltar pra escola, ele sempre vai tá com vocês.
— E é isso que importa.
— Mamãe, você sempre vai morar aqui pertinho de mim?
Aquilo era algo que vinha pensando e vinha adiando tomar uma decisão. Indiscutivelmente queria estar perto de Lara, mas estava tão acomodada com as coisas do jeito que estavam que ainda não havia conversado com Kara sobre isso ou com a sua família de National City. Porém, sabia que mais cedo ou mais tarde teria que tomar uma decisão definitiva. Não dava para se dividir entre dois estados. Não sem perder coisas importantes sobre Lara.
— Lara...
— A mamãe chegou! — disse ouvindo o barulho do carro do lado de fora. — Você vai ficar triste se eu for correndo abraçar ela?
— Claro que não.
Sorridente, Lara a deu um beijinho de esquimó e desceu do seu colo. O tempo dela correr até a porta, foi o tempo de Kara passar por ela.
— Mamãe! — estendeu os braços para Kara carregá-la.
— Oi, meu anjinho! — a pegou nos braços a abraçando fortemente. — Desculpa a mamãe demorar a chegar.
— Agora tô um muitão feliz.
— Eu também.
Ainda sentada no sofá, recebeu um olhar de Kara e apenas balançou a cabeça de leve. Aquilo significava que ela queria ficar sozinha com Lara.
Não sabia que o tinha acontecido, mas certamente não era coisa boa. Quando Kara tinha um dia muito ruim, chegava em casa e praticamente se isolava com Lara até que ela dormisse. Pelo jeito, ela tinha tido um dia nada bom.
— É Billy, acho que somos só nós dois — recebendo um grunhido, o cachorrinho desceu do sofá e foi atrás de Lara. — Ou não.
Depois um tempo, acabou se levantando do sofá, pegou a vasilha de pipoca e os copos que usaram para tomar refrigerante levando tudo para cozinha. Sem pressa alguma, pois sabia que Kara demoraria com Lara, foi colocando a louça suja na lava louças.
Sem ter muito o que fazer, tirou o celular do bolso e sentou em um dos bancos altos. Vendo que Lex havia mandado mensagem dizendo que queria falar com ela, decidiu ligar para ele.
— Keke! — falou assim que atendeu. — Achei que só falaria comigo quando saísse da casa da Kara.
— Ela chegou agora e foi colocar a Lara para dormir, então decidi ver o que você queria.
— Só assim pra me dar um pouco de atenção — fingiu estar triste.
— E se não me disser rapidamente o quer, não terá atenção nenhuma no próximo segundo.
— Você já foi mais legal comigo.
— O que você quer, Lex?
— Só queria saber se tudo está pronto para a pequena festa de inauguração do hospital.
— A senhorita Grant e eu já organizamos tudo, e os convites já foram enviados por e-mail.
— Excelente!
— Pergunta o que você quer perguntar, Lex, sei que não me ligou pra falar só sobre isso.
— Já a convidou para ir junto?
— Não — coçou a sobrancelha. — Não sei se devo.
— É claro que deve! Isso é só mais uma coisa importante para ela saber que você a quer por perto.
— Não sei, Lex — bufou. — Talvez ela nem perceba isso.
— Talvez perceba, mas não tenha certeza. Ela ainda não sabe ler pensamentos.
— Eu sei disso — falou entre os dentes. — Não quero que leia meus pensamentos, só perceba que não sou indiferente.
— Então a convide pra ir. A festa é só pra pessoas importantes dentro do hospital, aposto que você convidá-la vai mostrar a ela que isso significa algo. Esse pode ser o empurrãozinho necessário pra ela confessar o que você está esperando ela confessar. Ou menos pra ela enxergar que pode ir adiante por que você tem interesse.
— E se...
— Lena!
— Ok! — revirou os olhos. — Eu vou fazer isso, só não hoje.
— Mas a festa é no próximo sábado.
— Eu sei, mas hoje ela não chegou bem do trabalho. Não quero encher a cabeça dela com isso.
— Que bonitinha cuidando da futura namoradinha.
— Lex!
Ouvindo a gargalhada do irmão no outro lado da linha, sentiu seu rosto esquentar.
— Eu sei que você quer isso, não precisa fingir que não quer. E eu fico feliz que queira. Se eu estive por aí, já teria arranjado um jeito de vocês se acertarem, nem que pra isso eu trancasse você duas dentro de algum lugar.
— Vai por mim, já ficamos trancadas dentro de alguns lugares e nada aconteceu — soltou naturalmente sem se dar conta de suas palavras.
— Como é que é?!
— Nada. Ainda bem que você não está aqui, não preciso de você bancando o cupido.
— Mas conhecerei minha futura cunhada no meu casamento em alguns dias. Você não me escapa, Keke — esperou Lena retrucar, mas só recebeu o silêncio. — Você não falou com ela sobre o casamento, não é?
— Não — disse baixinho.
— Lena, eu mandei imprimir um convite exclusivamente para ela, e você não o entregou?
— Lex, as coisas não são tão fáceis assim.
— Podem não ser fáceis, mas você está complicando demais.
— Eu vou fazer as duas coisas, não se preocupe. Só não vou fazer hoje.
— Amanhã eu vou te ligar, se você não tiver a convidado para nenhuma das duas coisas, eu vou pessoalmente fazer isso.
— Você não faria uma coisa dessas.
Sabia que ele faria.
— Você sabe que eu faria. Não me faça sair do lado da minha futura esposa e nem do meu mini Lex ou da minha mini Eve, pra fazer você se acertar com a minha futura cunhada.
— Não se atreva a fazer isso!
— Então resolva isso. Boa noite, irmãzinha, nos falamos amanhã. Te amo.
Não teve chance de resposta, pois Lex desligou.
— Era seu irmão?
Com o susto que levou, deixou o celular cair no chão.
— Droga!
— Me desculpa, Lena — foi até o celular, o pegou o entregando para ela. — Não quis te assustar e nem quebrar a tela do seu celular.
Pegando o parelho, viu a tela trincada. — Pode ter sido só a película.
— Se foi isso ou o aparelho, eu te dou outro, isso foi culpa minha.
— Não se preocupa com isso — colocou o celular na bancada e fitou a loira. — Eu não te vi chegar.
— Cheguei enquanto você dizia com uma voz raivosa ‘não se atreva a fazer isso’.
Respirou aliviada por Kara não ter ouvido mais nada.
— Irmãos mais velhos, sabe como é, né?
— Eles podem ser um saco.
— Podem mesmo. A Lara já dormiu?
— Já — recostou a parte de baixo das costas na bancada. — Parece que vocês tiveram um dia agitado no parque.
— É, ela brincou bastante com o Billy e andou muito de bicicleta.
— Que bom que agora sai sozinha com ela sem entrar em pânico.
— Agradeço você por estar me ajudando a superar isso. Você está bem? Não gosto quando você chega assim.
— Eu nem te cumprimentei nem nada. Desculpa.
— Não estou falando disso. O que aconteceu que te abalou assim?
Kara continuou olhando para frente — assim como estava desde o inicio da conversa — ficando em silêncio por alguns instantes. Tentando ajudá-la de algum modo, mesmo que ela não revelasse o que a deixou abatida, pegou a sua mão e entrelaçou na sua.
— Sabe aquela menininha que tinha câncer e que eu sempre ia visitá-la, pois fui eu quem a atendi quando ela deu entrada no hospital?
— Sei. O que houve com ela?
A olhou. — O câncer foi mais forte do que ela.
— Por isso está assim e demorou a chegar?
— Eu estava no quarto quando ela deu uma parada, fiz de tudo para reanimá-la, mas nada adiantou. Sinto que não fiz o suficiente, talvez se fosse outro médico no meu lugar, poderia ter conseguido trazê-la de volta.
Há pouco tempo que havia descoberto sobre as visitas que Kara fazia a garotinha de apenas dez anos. Só soube disso porque estava procurando por ela e acabou esbarrando com Alex. Quando perguntou se a neurocirurgiã sabia onde a irmã estava, ela indicou o quarto da pequena paciente dizendo que toda vez que Kara sumia sem deixar pistas, era porque estava lá.
— Kara, isso não é culpa sua. Tenho certeza que você fez o que pode.
— Porque não sinto que fiz? Ela só tinha dez anos, Lena. Dez anos. Não merecia passar por isso. O que uma criança de dez anos pode ter feito de tão ruim pra acabar assim? Fico pensando se fosse nossa filha. Além de sentir que não fiz o que devia, fico pensando nisso.
Estava nítido no olhar, na voz, no semblante que Kara carregava o quanto havia ficado mexida. Mesmo ficando chateada com o que aconteceu e por ver o estado da loira, não pode deixar de se sentir mexida ao ouvir ‘ nossa filha’. Essa era a primeira vez que se referia a Lara como filha das duas.
— Não é a nossa filha — se levantou se colocando a sua frente e segurando seu rosto. — Não é a Lara. E você não tem que pensar sobre isso. Também não tem que pensar que foi sua culpa. Não é sua culpa, você fez o que o podia.
— Acha mesmo que fiz o que pude?
— Eu não tenho dúvidas. Você é uma ótima médica, Kara, mas, acima de tudo, é mãe. Tenho certeza que você queria que ela voltasse pra mãe dela.
— Como pode ter tanta certeza?
— Porque você fez a Lara voltar pra mim. Se você, nem por um minuto, fosse empática a minha dor, jamais deixaria eu me aproximar. E sei que também foi assim com aquela garotinha. Não tenho dúvidas de que você queria que ela voltasse para a família dela.
Ainda segurando o rosto de Kara, a viu abaixar o olhar. Esperava que tivesse dito a ela as coisas certas e que a acalmasse.
Sendo puxada pela blusa, deu um passo para frente logo sentindo os braços de Kara envolta de si. Nem se quer hesitou em abraçá-la também.
— Obrigada por estar aqui e por me ouvir.
— Eu sempre vou estar.
— Não é Lara pedindo, mas se importa em ficar hoje? Queria passar um tempo com você. Depois que fiz tudo o que deveria fazer no hospital, só pensei em quanto queria vir pra casa passar um tempo com a Lara e passar um tempo com você.
Sem responder — e agindo completamente por impulso — se soltou do abraço pegando uma das mãos de Kara. Não dizendo nada, a puxou até o quarto onde ela dormia. O quarto estava escuro apenas com uma parte iluminada pela luz do corredor que entrava pela porta. Se encostando na cabeceira da cama, fez Kara se sentar ao seu lado e então a puxou para seus braços de um jeito carinhoso. A loira deitou sobre seu peito passando o braço esquerdo por sua cintura.
— Eu não te deixaria sozinha estando tão triste — sua voz saiu baixa. — Quando estive triste, você ficou comigo, é claro que fico com você o tempo que você precisar. Descansa.
Um tempo depois, Kara adormeceu ainda grudada contra seu corpo. Notando isso, poderia sair de fininho e ir para o quarto que começava a dormir, mas ao invés disso, beijou os cabelos loiros e continuou a abraçando até o momento em que o sono também a consumiu.
De modo algum reclamaria se todas as suas noites terminassem sabendo que sua filha estava dormindo sossegadamente no quarto a frente e estando ao lado de Kara.
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Come A Little Closer
Fanfiction[Concluída] Kara Danvers é uma médica que leva uma vida bastante sossegada numa cidade litorânea na Carolina do Norte. Sua vida começa a mudar quando ela encontra um bebê abandonado na sua porta. Um tempo depois, uma nova reviravolta acontece quando...