📍 Rio de Janeiro, Nova Holanda.
Laila, com seus vinte e quatro anos, é uma menina mulher que batalha diariamente pela sua independência.
Nossa menina sempre foi calma e tranquila, recebeu muito amor desde criança, e batalhou muito pra conquistar se...
Desde ontem estamos batendo de frente com a bope, o foco deles é no Alemão, porque o desgraçado do Freitas quer o Coringa, a rixa deles é antiga.
Mas além disso, ele quer atingir a minha filha, por isso o ataque contra todo meu comando, o plano dele é afetar ela, me derrubando.
O conflito de hoje ainda durou umas 3 horas, fui pra casa com o Marcos depois de resolver todas as pendências no Alemão, quando já davam 4:00 da manhã.
Gabi conseguiu pegar o Castilhos, e amanhã de tarde vai interrogar e torturar ele, o outro escroto conseguiu fugir.
Suspiro cansado, decidindo dormir aqui pela casa dela mesmo, ela ficou lá com o cuzão do Coringa, e não quero que o MB pose sozinho.
Deito na sala depois de tomar um banho, e escuto passos descendo a escada.
— MB: vô, tu sabe se minha mãe volta hoje? - olho irônico pra ele que ri - é melhor que ela durma por lá mesmo, pelo menos ele cuida dela né?! - senta nos meus pés colocando os mesmos no colo dele e prestando atenção no filme que passava na TV.
Ser pai de uma mulher decidida é um inferno, minha filha levou dois tiros por bater de frente com os verme, um de raspão e o outro foi no braço.
Graças ao cara lá de cima, ela tá viva, e foram só machucados leves, não conseguiria aguentar perder ela.
— Diego: ele faz bem pra ela pô, tua mãe merece esses momentos - ele concorda - e tu ein moleque, vai largar a putaria quando? - ele dá risada e me olha com a cara de cachorro dele.
— MB: casei com a putaria não abandono nunca - ele canta fazendo um microfone com o controle da televisão - adoro a pernoitar vivência maluca - gargalho da voz desafinada dele - se liga coroa, isso que é vida, dinheiro, bebida e mulher.
— Diego: enquanto isso, eu aqui querendo casar - ele me olha e nega com a cabeça - juro pô, namorar é mais gostosinho.
Ficamos trocando uma ideia e ele diz que vai subir jogar vídeo game, fico assistindo filme até pegar no sono.
Marcos é foda, depois que ele adotou a Gabriela como mãe, e ela adotou ele como filho, o moleque entrou na família mermo.
É estranho dizer que meu neto tem 19 anos, mas ele é meu neto sim, e quero ver um filho da puta que tenha coragem de dizer o contrário.
Durmo em meio aos meus pensamentos, e acordo com um pressentimento ruim, olhando a hora e vendo que já são 7:00.
Olho ao redor vendo umas coisas reviradas e me levanto já no susto, subo as escadas correndo e entro no quarto do MB.
A cama revirada, vídeo game ligado, não, isso não pode ter acontecido.
Ligo pros vapores da barreira e nada, olho ao redor da casa e não encontro ninguém da minha contenção.
Saio na rua desesperado tentando entender o que aconteceu, vou andando até um beco que tem ali perto e encontro meus homens desacordados e amarrados.
Saio dali voado indo pra boca principal, e aciono um dos meus vapores que tavam de folga pra acordar eles, chego lá já ligando pros Ferreira saber se o Júnior tá bem.
Depois que a Ângela me diz que o caçula também sumiu, sinto meu mundo cair por um momento.
Meus netos são tudo pra mim pô, dou minha vida pela deles se for preciso, o desgraçado foi tão covarde que sequestrou uma criança de um ano.
Passo a mão nos cabelos frustrado, sentindo uma angústia me invadir cada vez mais, meu peito aperta, um nó se forma na minha garganta, minhas mãos começam a suar, sinto elas ficarem trêmulas, respiração desregulada.
Tento controlar esses sintomas, respirando fundo e contando até 10, penso que vou ter que contar pra minha gatinha que pegaram os meninos, e o medo começa a tomar conta de mim.
Não consegui defender minha família porra, que merda de chefe de facção eu sou nesse caralho?
Respiro fundo tentando me acalmar e impedindo que as lágrimas caiam pelo meu rosto, sinto meu peito cada vez mais apertado, só de pensar que eles devem estar sofrendo é o que me machuca mais.
Pego o celular e ligo pro Coringa, ele tenta me acalmar e diz que chega aqui em 20 com a Gabi.
Passo as mãos nos meus cabelos, e ascendo um cigarro, puxo a fumaça e prendo a mesma, sentindo a brisa do baseado me atingir, solto um suspiro pesado junto com a fumaça e tento parar de projetar cenas dos meus moleques passando por situações horríveis.
Fico imaginando o choro do Júnior, em estar no meio de gente estranha, a angústia e o medo que o Marcos deve tá sentindo.
Saio dos meus pensamentos quando a porta é aberta bruscamente, e não consigo mais segurar as lágrimas quando enxergo minha menina.
Tô me sentido tão perdido, não consigo aceitar que não protegi eles o suficiente.
Corro em direção dela e abraço ela apertado, meu choro sai de forma desesperada e eu não consigo esconder os soluços que me escapam.
Depois dela me acalmar, o que deveria ser o contrário, consigo ver uma versão da minha filha que eu não conheço.
Ela sempre foi superprotetora com a família, mas hoje, eu vi a Gabriela demonstrando a mãe foda que ela é, ela se tornou um mulherão do caralho.
Em questão de minutos ela descobriu por meio do nosso hacker a localização deles, e já foi atrás de um jeito de resgatá-los, o delegadinho levou eles pra um galpão no matagal da CDD, o dono de lá, DG, era um grande amigo, moleque gente boa mermo.
Até entrarmos em conflito sobre um filho da puta que eu tinha certeza que era um x9, brigamos e nunca mais nos esbarramos.
Passamos a manhã e um pedaço da tarde tentando encontrar brechas pra invadir o lugar, mas a escolta tá tão grande, que de qualquer forma que botarmos a cara vamos levar chumbo.
Procuro ao meu redor e não encontro a Gabi, ligo pra ela e nada de atender, vou voado na casa dela e não acho a mesma em lugar nenhum.
Aciono o Onça, Coringa e Víbora pra irem até o escritório dela comigo, eu juro que vou fazer o Rio de Janeiro ficar pequeno, caso tenham pego a minha filha também.
Chego no Leblon e suspiro aliviado vendo a moto dela estacionada na sua vaga, entro no escritório bufando, uma situação dessas e a desgraçada nem pra atender o celular.
Ela me explica o plano que montou, e o reforço que ela conseguiu com antigos clientes e o desgraçado lá da cidade de Deus.
Vou pra casa depois de tudo planejado, e tomo um banho demorado tentando parar de sentir essa sensação de que algo muito ruim vai rolar.
Preciso conversar com alguém, uma pessoa que não seja desse meio, a preta me vem na mente na mesma hora.
Eu me sinto bem pra caralho desabafando com ela, e ela sempre sabe como me fazer enxergar o outro lado.
É como dizem, quem enxerga de fora vê melhor a situação.
Ligo pro Onça pedindo o endereço dela, e o desgraçado gargalha, logo me enviando a localização pelo WhatsApp.
Me visto com um calção e camiseta preta, coloco minhas havaianas brancas, e saio voado de moto pra nova holanda.
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