|| Diego Alcântara ||
📍Rio de Janeiro, Vidigal, Quarta-feira 17:00.
Passo a mão no rosto e bebo um gole do meu café tentando espantar o cansaço.
Tem três dias que tudo que eu faço é trabalhar.
Com a função de passar uma semana só cuidando da recuperação da Gabi, acumulou tanta coisa pra mim resolver.
Ouço meu radinho apitar me fazendo bufar estressado, coé, mais pica pro meu cu.
— Diego: fala porra - respiro fundo largando a caneta que eu tava usando pra revisar uns relatórios.
— Chacal: A visão que nos foi passada é que tem fornecedor querendo falar com tu patrão.
Era só o que faltava mesmo, eu pago rios de dinheiro pra essas porra fazerem o trabalho deles sem me perturbar, mas nem isso os arrombados conseguem.
— Diego: já que não tem pra onde correr, manda subir chacal - ele murmura que entendeu e eu respiro fundo.
Esses fornecedores da facção são o motivo dos meus cabelos brancos, o tanto de golpe que já tentaram dar em mim, já perdi foi as contas.
Escuto baterem na porta, e junto paciência do cu pra não mandar tudo se fuder, pedindo pra entrarem na sala.
A cara cínica do Corvo aparece na minha frente e eu reviro os olhos, chacal solta um "tá entregue chefe", e sai fechando a porta.
Aponto pra cadeira na minha frente e o otário senta ali.
— Corvo: boa tarde patrão - semicerro os olhos pra ele, ascendendo um baseado e me escorando na cadeira.
— Diego: dia de semana e tu aqui, colfoi passarinho? - digo sem abrir um sorriso pra ele que tá mostrando os dente tudinho desde a hora que entrou.
— Corvo: então Trovão, a gente queria ver contigo se não tem possibilidade de aumentar em 10% nosso faturamento, afinal, vocês devem faturar benzão pô - diz cheio de marra abrindo os braços em deboche, dou uma risada seca sem acreditar nisso.
A ousadia do filho da puta de vir perturbar minha paz com um papo tilte desses.
Eu divido 25% do faturamento entre o grupo de fornecedores.
50% vai pros morros e os outros vinte e cinco eu deixo pra facção.
Eles ganham bem pra caralho, e querem vir me cobrar algo? Ah não né, vamo dá uma segurada porra.
Apago minha ponta no cinzeiro, escoro as mãos na minha mesa levantando e debruçando o corpo sob a mesa, ficando cara a cara com o verme.
— Diego: tu tem amor a tua vida Corvo? - ele assente disfarçando a cara de confuso - tá parecendo não porra.
— Corvo: é que assim chefe, a-assim - ele desvia o olhar do meu e suspira - a gente tá querendo melhorar os produtos se ligou?! Aí precisava daquele incentivo pô - volta a me encarar e faz uma cara irônica, me fazendo gargalhar incrédulo.
Posso ver ele se encolher na cadeira e levanto de vez, andando de um lado pro outro.
— Diego: então vocês querem um incentivo pra trabalhar direito pra mim né?! - ele concorda com a cabeça - beleza irmão, bora lá no galpão - ele me olha desacreditado e eu faço sinal com a mão chamando ele pra fora da minha sala.
Vou caminhando tranquilamente enquanto ele vem atrás de mim.
Cruzo pelos meus vapores fazendo um sinal com a cabeça e subindo pro galpão com eles.
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Perdido no Paraíso
Romance📍 Rio de Janeiro, Nova Holanda. Laila, com seus vinte e quatro anos, é uma menina mulher que batalha diariamente pela sua independência. Nossa menina sempre foi calma e tranquila, recebeu muito amor desde criança, e batalhou muito pra conquistar se...